04 de setembro, de 2022 | 17:00

Independência do Brasil foi conquistada após mais de uma década de lutas

Arquivo DA
Na próxima quarta-feira brasileiros comemoram o bicentenário da independência do Brasil Na próxima quarta-feira brasileiros comemoram o bicentenário da independência do Brasil

Na próxima quarta-feira (7), serão celebrados os 200 anos da Independência do Brasil, ato em que o país conquistou a sua emancipação de Portugal. Em entrevista ao Diário do Aço, o professor de História, Breno Martins Zeferino, que atua em Ipatinga, contou detalhes desse episódio histórico, comandado por Dom Pedro I, imperador do Brasil na época, às margens do rio Ipiranga, em São Paulo.

Conforme o professor, a independência foi um processo de fundação do estado-nação, porque até 1822, o Brasil era uma colônia de Portugal, pelo menos em termos oficiais, não sendo um país independente. A independência chegou depois de mais de 14 anos de batalhas. “Desde 1808, o Brasil já estava no processo longo de independência, não que Portugal desejasse, mas as circunstâncias acabaram levando o Brasil a esse processo longo e conflituoso”, afirma.

Independência sangrenta
Breno Zeferino relata que muitos acreditam que a independência do Brasil foi pacífica, mas não foi. “Houve muito sangue derramado porque havia grupos que eram fiéis a Portugal, como as províncias da Bahia, do Maranhão, do Piauí e de Pernambuco. Nesses locais houve exércitos que lutaram contra a independência. Inclusive, Dom Pedro I foi obrigado a contratar mercenários para lutar pela Independência do Brasil. Dessa forma, o processo não termina em 1822, ele é alongado, porque em outros locais, ainda há resistência, tendo até o desejo separatista do Brasil”, explica

Houve guerra na Bahia
O jornalista e escritor Laurentino Gomes, narra em seu livro “1822” o que houve antes e depois da declaração da independência do Brasil. Entre vários fatos “esquecidos” e não narrados nos livros de história, o escritor conta que o ato da declaração foi marcado por revoltas e por uma guerra só encerrada no dia 2 de julho de 1823, quando foram expulsas do país as tropas portuguesas que haviam se aglutinado em Salvador (Bahia) para resistir às pretensões separatistas da Colônia.

Os Portugueses acreditavam que poderiam reconquistar o Brasil entrando pela Bahia e depois ir para outras províncias. A estratégia não deu certo. Na madrugada de 2 de julho de 1823 o exército Português teve que deixar em definitivo a província da Bahia.

Os baianos reconhecem a data como sendo a verdadeira Independência do Brasil e celebra a vitória na guerra travada por mais de 17 meses (de fevereiro de 1822 a julho de 1823) contra as tropas portuguesas. Com a vitória do Exército e da Marinha do Brasil na Bahia, consolidou-se a separação política do Brasil de Portugal.
Arquivo pessoal
Breno Zeferino relatou que era comum que demorasse até quatro anos para que fosse reconhecido a independência de um país antigamente Breno Zeferino relatou que era comum que demorasse até quatro anos para que fosse reconhecido a independência de um país antigamente

Processo longo
O professor Breno Zeferino acrescenta que era comum que se demorasse até quatro anos para reconhecer a independência de um país naquela época. “Não é um processo simples. A partir de outubro de 1822 Dom Pedro I começou a enviar diplomatas para outros países com a missão de comunicar que o Brasil era independente. Mas vale ressaltar que, para o contexto da época, não era uma demora. Portugal, por exemplo, reconheceu a independência do Brasil apenas em 1825”, ressalta.

O professor também destaca que, naquela época, uma carta da independência demorava quase três meses para chegar ao destino e tinha que ser enviada de volta ainda, levando quase meio ano. “E tinha ainda o tempo de discussão parlamentar, se iria apoiar ou não. Portanto, o processo levava certo tempo na época. Não era da noite do dia como muitos pensam que aconteceu”, afirma.

Cenário diferente
Breno Zeferino ainda ressalta que a independência do Brasil não ocorreu como no famoso quadro do artista Pedro Américo, de 1888, com o grito “independência ou morte”, retratado em muitos livros de histórias. “Esse quadro foi pintado no fim do segundo reinado da monarquia. O artista imaginou aquela cena com certo propósito ou com uma ideia romântica. Há quem diga que Dom Pedro, na verdade, no momento que estava atravessando a viagem de volta de São Paulo, estava passando mal, com disenteria. Foi um momento bem mais simples e não havia aquela comitiva toda bem formada e romântica, meio nobre, como é pintada no quadro”, destaca.

Após dois anos, Ipatinga e Coronel Fabriciano voltam a realizar desfiles de 7 de setembro



No dia da Independência do Brasil, na quarta-feira (7), Ipatinga e Coronel Fabriciano organizam um desfile cívico-militar. Nos últimos dois anos não foi possível realizar o evento devido à pandemia de covid-19. Em Timóteo e Santana do Paraíso não haverá desfile cívico-militar, conforme anunciado pelas administrações municipais.

Em Ipatinga, o evento terá início a partir das 8h30, no Parque Ipanema. Já em Coronel Fabriciano, o tradicional desfile de 7 de Setembro ocorrerá na avenida Magalhães Pinto, a partir das 8h.
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Comentários

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Glaucia

05 de setembro, 2022 | 21:20

“Tanto pra se comemorar e infelizmente as escolas públicas municipais de nossa cidade (TIMÓTEO) ñ poderão desfilar graças a ao prefeito pois fez isso como forma de oprimir e reprimir a classe educadora pôr lutarem pelos seus direitos. Senhor Douglas o senhor está de Parabéns a nossa resposta será nas urnas qnd o senhor candidatar de novo...”

Tião Aranha

04 de setembro, 2022 | 21:21

“A verdadeira História é que a família real de Portugal não nunca quiz a independência do Brasil; tanto assim que o Estado/Nação continua até hoje dos governantes e do povo cada vez mais dependentes do poder do Estado. ---Será que foi realmente influência da religião católica? Haja João Cabral de Melo Neto. Numa mesma situação sempre haverá duas histórias: a verdadeira e a falsa. Risos.”

Gildázio Garcia Vitor

04 de setembro, 2022 | 12:24

“Mestre Brenão cita os mercenários contratados pelo governo do Brasil para combater as tropas portuguesas e seus aliados, um desses foi o francês Pierre Labatut, que desembarcou em Salvador em outubro de 1822. Um dos muitos "Heróis" da nossa Independência.”

Gildázio Garcia Vitor

04 de setembro, 2022 | 11:16

“Parabéns Mestre Brenão! O Portal Diário do Aço deveria te dar um espaço maior para contar esta História”

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