10 de outubro, de 2022 | 16:40
Segurança digital enterra velha técnica do 'cara-crachá'
Maria Cristina Diez *
No início dos anos 2000, ficou famoso no Brasil o bordão cara-crachá, inspirado no quadro de um programa de comédia que passava na TV aos sábados à noite. Cara-crachá, para quem não sabe, era a tecnologia” usada por um porteiro para impedir a entrada de visitantes indesejados. Ou seja, ele exigia que a foto que aparecia no crachá fosse a mesma do sujeito que se apresentava diante dele. O que nunca coincidia, já que gostava de barrar os intrusos.Brincadeiras à parte, o cara-crachá na base do olhômetro” de fato perdurou por décadas, não apenas para o controle do acesso de pessoas a locais privados, como condomínios residenciais e comerciais, mas também para empréstimos bancários, transações comerciais, compra e venda de imóveis, emissão de documentos e por aí vai. Isso nos permite imaginar como deveria ser fácil fraudar esses sistemas. Por isso, a digitalização de serviços básicos acabou trazendo grandes revoluções também para a proteção dos dados.
A tecnologia digital expandiu a vigilância contra fraudadores e reduziu o tempo de averiguação na etapa de onboarding. O cara-crachá ainda existe, mas hoje é altamente avançado e preciso em sua averiguação. A MostID, ferramenta que reúne soluções de segurança da Most, é um grande exemplo do que a inteligência artificial pode realizar nesse sentido.
Um de seus recursos consiste em exigir que o usuário apresente uma foto de um documento pessoal. Feito isso, a máquina inicia uma leitura precisa que analisa instantaneamente a qualidade da imagem. Em seguida, ela identifica o tipo de documento e faz um tratamento da imagem. Os motores de extração de dados então entram em cena, e fazem uma ampla investigação para identificar o portador e, assim, evitar fraudes e outros tipos de riscos à empresa.
Os investimentos neste setor crescem substancialmente
a cada dia, modificando as experiências entre empresa
e usuário e reduzindo os riscos de fraudes”
Além da verificação por meio de uma imagem do documento, existe também a possibilidade de iniciar esse cruzamento de dados pelo reconhecimento facial. Essa comparação consiste em analisar o rosto real em relação ao do documento, técnica conhecida como Face Match. Sim, exatamente como o cara-crachá! Com a diferença que a comparação agora é totalmente automatizada, e as extrações reúnem chances de acerto acima dos 98%.
São resultados tão robustos quanto o Background Check, que faz uma leitura completa do histórico do indivíduo em poucos segundos apenas pelas informações faciais, dando celeridade e ao mesmo tempo confiabilidade em relações financeiras que exigem o máximo de segurança. Ou seja, um procedimento que demandava até mesmo dias hoje pode ser feito de forma rápida e eficaz, diminuindo drasticamente o tempo de espera dos clientes.
São muitas as ferramentas disponíveis quando se trata de segurança digital. Não por acaso, os investimentos neste setor crescem substancialmente a cada dia, modificando as experiências entre empresa e usuário e reduzindo os riscos de fraudes que acabam contaminando essa relação. Hoje, o velho cara-crachá, feito pelos olhos do porteiro, do gerente de banco ou de um servidor público, tende a existir mesmo só numa cena de comédia.
* Engenheira de softwares e diretora comercial e de marketing da Most Specialist Technologies - [email protected] most.com.br
Obs: Artigos assinados não reproduzem, necessariamente, a opinião do jornal Diário do Aço
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
Tião Aranha
10 de outubro, 2022 | 23:48Não há fronteiras numa luta de morte, a questão toda está na pertinência da invasão de privacidade do indivíduo.”