11 de outubro, de 2022 | 14:43

CNBB lamenta intensificação da exploração da fé para angariar votos no 2º turno

Os bispos recordam que a manipulação religiosa desvirtua valores do Evangelho

Stéphanie Lisboa
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil lamenta e reprova uso de momentos religiosos para campanha políticaConferência Nacional dos Bispos do Brasil lamenta e reprova uso de momentos religiosos para campanha política

A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota, nesta terça-feira (11), lamentando a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno das eleições deste ano. Os bispos recordam que a manipulação religiosa desvirtua valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que precisam ser debatidos e enfrentados no país.

No último sábado (8), o Diário do Aço publicou que “Do ponto de vista ético, pedir voto no altar é questionável”, abordando exatamente o mesmo assunto.

Na nota da CNBB, iniciada com um versículo bíblico, a Conferência diz que “existe um tempo para cada coisa” e lamenta, neste momento de campanha eleitoral, a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno. “Momentos especificamente religiosos não podem ser usados por candidatos para apresentarem suas propostas de campanha e demais assuntos relacionados às eleições. Desse modo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil lamenta e reprova tais ações e comportamentos”.

Ainda conforme a CNBB, a manipulação religiosa sempre desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados no Brasil. “É fundamental um compromisso autêntico com a verdade e com o Evangelho. Ratificamos que a CNBB condena, veementemente, o uso da religião por todo e qualquer candidato como ferramenta de sua campanha eleitoral. Convocamos todos os cidadãos e cidadãs, na liberdade de sua consciência e compromisso com o bem comum, a fazerem deste momento oportunidade de reflexão e proposição de ações que foquem na dignidade da pessoa humana e na busca por um país mais justo, fraterno e solidário”, conclui a nota.

Questionável
No texto publicado pelo Diário do Aço, o professor e advogado Hermundes Flores e o mentor na estação Caminho da Graça, Herbert Sathler Brito, opinaram a respeito do altar ser utilizado para fins eleitoreiros. Num resgate histórico sobre o envolvimento de política e religião, eles levantaram alguns pontos e questionaram o uso do altar como palanque eleitoral, o que classificaram como questionável. Diversos comentários foram enviados por leitores, com opiniões variadas, alguns corroboram com a avaliação, outros defendem a liberdade de exposição de ideias, mesmo que o local seja um templo religioso.
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Comentários

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Marley

12 de outubro, 2022 | 08:17

“...muito bem colocado pelo comentário da LILIAN..
...( QUE O SENHOR ABENÇOE A NAÇÃO BRASILEIRA E TENHA MISERICÓRDIA DE NÓS ).
... Virou terra de ninguém e sei lei para coordenar esse povo . É tanta falsidade , injustiça,falta de amor ao próximo e a pátria .”

Tião Aranha

11 de outubro, 2022 | 18:48

“Eu diria que o pe. Kelmon, que nem padre é, ao apontar o dedo pro Lula ele foi o feedback desta campanha, como fato inusitado. Tamanha é a nossa fragilidade política. Risos.”

Tião Aranha

11 de outubro, 2022 | 18:29

“Estamos a menos de três semanas para uma eleição que irá definir o destino do país. A maioria das notícias que se ouve são falsas das tais de fake news. Nada podendo ser comprovado pelas vias legais. Lugar de padre e de pastor é na igreja pregando a palavra de Deus. Pelo concilio Vaticano II a igreja católica optou que em Política é dever da congregação ficar neutra a favor dos pobres, e não a favor de nenhum candidato B ou C.”

Welton

11 de outubro, 2022 | 16:12

“E isso que o povo do Bolsonaro está fazendo.
Bolsonaro uma hora é católico outra era é evangélico.
absurdo ! antes católico pra igreja evangélica não era a mesma coisa! fé diferente.
hoje nesse segundo turno se igualou católico agora é crente . todos são irmãos ,tudo devido á politica .quero ve quando á politica passar.
NA MINHA OPNIÂO CATOLICO E EVENGELICOS TODOS SÃO FILHOS DE DEUS,ME INTENDEM !
acho engraçados que agora está tudo ok, a maioria eleita evangélicos aprouve á Deus que sejam benção e não mais escândalos . LULA SABE O POTENCIAL DELE é NÃO SOBE EM ALTAR DA IGREJA PRA FALAR DE POLITICA ! AINDA BEM NÉ PELO MENOS ISSO ELE RESPEITA . acho que igreja evangélica não poderia deixar Bolsonaro falar e ter oportunidade.
pessoal prega que o altar é santo e não pode ter pessoa de qualquer maneira. no meu ponto de vista tudo se igualou. (o altar santo eu sei que é eu o altar na bíblia é vida santa) más no portugues o lugar é santo ,quando se abre uma igreja consagramos tudo ao senhor ! por isto falo não se deve aceitar políticos ,que tem a vida fora de Deus ter oportunidade no templo.”

Lilian

11 de outubro, 2022 | 15:51

“A Bíblia diz muito sobre a política. Infelizmente existe muita negligência nessa área entre os cristãos por causa de um despreparo fundamentado em certos estereótipos. Ao falar sobre ética cristã e política, em primeiro lugar o cristão deve entender que somente Deus é totalmente soberano. Ele é o supremo Criador e Rei! Ele é Aquele que governa e controla todas as coisas segundo seus propósitos. Como Senhor do universo, Deus controla e dirige a História. Ele tem misericórdia de quem Ele quer, e endurece a quem Ele quer (Romanos 9:18). Seu governo é justo e santo, de acordo com a perfeição de sua natureza e caráter.

Mas o Deus soberano também instituiu algumas esferas dentro da sociedade civil, cada qual com sua autoridade; como por exemplo: o Estado, a família, a Igreja, a cultura, a escola etc. Não há hierarquia entre essas esferas, ou seja, uma não depende da outra para existir; mas elas ocupam tal posição que uma delimita a outra.O apóstolo diz que os governantes são servidores da vontade Divina com o objetivo de promover o bem e suprimir o mal. Os governantes possuem autoridade para aplicar a justiça, retribuindo os bons e punindo infratores (Romanos 13:1-3; 1 Pedro 2:14).

O próprio Senhor Jesus indicou a legitimidade da autoridade política. Diante de Pôncio Pilatos, o governador da Judeia, Jesus disse: ?Nenhum poder terias contra mim, se de cima não te fosse dado? (João 19:11). O Antigo Testamento também aponta nessa mesma direção. Na Babilônia o profeta Daniel declarou que Deus é quem remove reis e estabelece reis (Daniel 2:21).
é sempre bom lembrar que apesar da completa distinção entre Igreja e Estado, o cristão deve manter em mente que Deus é a fonte de toda a autoridade; tanto da Igreja, quando do Estado.

Por isto, a ética cristã entende que a Igreja relaciona-se com o Estado apenas na área da preservação da moralidade. Nesse sentido, num tipo de função profética, a Igreja serve de arauto que proclama o padrão moral exigido por Deus com base em sua Palavra. A Igreja deve lembrar todas as autoridades políticas que um dia elas terão de prestar contas diante de Deus sobre a forma como agiram na dispensação da autoridade que receberam.
O cristão deve orar pelas autoridades constituídas, para que elas cumpram o papel para qual foram chamadas. Quando as autoridades fazem corretamente o que delas se espera, o povo pode desfrutar de uma vida social mais equilibrada (cf. 1 Timóteo 2:1,2).
O cristão deve ser um bom cidadão e se submeter às autoridades. Ele deve apoiar e se enquadrar àquelas leis que são justas, boas e coerentes. Além disso, ele também deve cumprir suas obrigações tributárias (Mateus 22:15-21; Romanos 13:6,7).
O cristão deve se opor às autoridades quando estas promovam leis contrárias à Palavra de Deus. Quando o Estado proíbe aquilo que Deus exige, ou exige aquilo que Deus proíbe, inevitavelmente o cristão irá incorrer em desobediência civil. A base que legitima essa desobediência é o entendimento de que a soberania do Estado não é absoluta, mas está abaixo da soberania de Deus (cf. Atos 4:18-31; 5:17-29).
Quando for o caso, desde que de forma ordeira e pacifica, não há problema do cristão protestar contra uma ilegalidade política. Jamais o cristão é aconselhado a se omitir, se calar ou não dar importância à vida em sociedade. Ao contrário, Jesus advertiu que seus seguidores devem ser sal da terra e luz do mundo, isto em todos os sentidos. Eles devem tomar parte na vida social como agentes preservadores que refletem o padrão moral requerido por Deus através de sua Palavra.
De fato é importantíssimo que os cristãos tenham uma visão correta sobre a política. leia a bíblia e descobrira que ele esta repleta de informações sobre reis na politica, rei que pediram jejum ao povo para que Deus o perdoasse de seus pecados e não sofressem danos algum da ira de Deus. Então a igreja tem haver com politica sim. Que o Senhor abençoe a nação brasileira e tenha misericórdia de nós.”

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