13 de outubro, de 2022 | 15:38

Confiança dos pequenos negócios é a maior da série histórica

Fernando Frazão/Agência Brasil
O setor mais confiante foi a Construção Civil, que registrou 137 pontos, o maior valor obtido por um setor durante a série históricaO setor mais confiante foi a Construção Civil, que registrou 137 pontos, o maior valor obtido por um setor durante a série histórica

A confiança dos donos de pequenos negócios de Minas Gerais aumentou em setembro, de acordo com a pesquisa Índice Sebrae de Confiança dos Pequenos Negócios (Iscon), que ouviu 1.381 representantes do segmento entre 1° e 15 de setembro. O índice do mês de setembro foi o maior da série histórica, que teve início em novembro de 2020, registrando 132 pontos. Pela primeira vez em 13 meses, o Iscon registrou dois aumentos consecutivos, de julho para agosto, de nove pontos, e de agosto para setembro, de seis pontos, conforme divulgado pelo Sebrae Minas.

O setor mais confiante foi a Construção Civil, que registrou 137 pontos, o maior valor obtido por um setor durante a série histórica. Comércio, Serviços e Indústria registraram o mesmo valor de confiança, de 132 pontos. Todos aumentaram os níveis de confiança em relação ao mês anterior, sendo a variação mais elevada a da Construção Civil, de 17 pontos, e a menos elevada a da Indústria, de quatro pontos. Esse resultado pode ser efeito de uma melhora geral do quadro econômico, com destaque para a queda no IPCA, de 0,68% em julho, primeira queda em dois anos, e de 0,36% em agosto, indicando desaceleração da inflação.

O arrefecimento da alta dos preços foi resultado principalmente dos cortes de tributos de combustíveis e energia, mas a queda da inflação tem abrangido outros setores, como transportes e alimentos. O IPCA-15 apresentou em setembro a segunda taxa negativa seguida. Em agosto, o indicador havia registrado queda de 0,73%, e em setembro diminuiu 0,37%.

O Iscon mede a confiança do empresário sobre a condição e a expectativa para seu ramo de negócio e para a economia nacional. O índice é baseado em questões relacionadas a condições (para a empresa e para a economia nos últimos três meses) e expectativas (para a empresa e para a economia nos próximos três meses). O número de empregados, o faturamento e a infraestrutura são variáveis que compõem o Iscon, que começou a ser medido em novembro de 2020.

De acordo com a assistente da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas, Izabella Siqueira, os resultados da pesquisa Iscon de agosto e setembro “sugerem que os empreendedores de Minas Gerais podem estar recuperando sua confiança, que foi muito afetada durante os últimos dois anos devido a pandemia de covid-19”.

A especialista também chama a atenção para a importância da confiança dos donos de pequenos para o desempenho da economia. “A confiança empresarial aumenta a propensão dos empreendedores a assumirem riscos. Com maior grau de confiança, o empresário é mais propenso a tomar decisões como realizar investimentos, aumentar a infraestrutura e o número de empregados, negociar com fornecedores, ou seja, inovar e buscar soluções para o crescimento da empresa. Com esse aumento de investimentos, a empresa pode se tornar mais competitiva no mercado. Além disso, esse movimento gera renda, com aumento de emprego e de vendas de produtos. Portanto, a confiança, por si só, tem um papel significativo para influenciar positivamente ou negativamente o real desempenho futuro da economia”, explica Izabella.

Desempenho por porte

Segundo a pesquisa Iscon, todos os grupos por porte apresentaram aumento da confiança em setembro, sendo a mais significativa entre as pequenas empresas, com variação de 11 pontos, passando de 130 para 141 pontos. A confiança da microempresa aumentou cinco pontos, registrando 132 pontos e a do MEI aumentou seis pontos, registrando 130 pontos. Todos os portes tiveram aumento tanto no Índice de Situação Recente (ISR) quanto no Índice de Situação Esperada (ISE).

O ISR geral de setembro foi de 103 pontos. Isso indica que a percepção dos donos de pequenos negócios é de que a situação econômica não se alterou nos últimos três meses, estando muito próximo da estabilidade (100 pontos). Já o ISE ficou em 147 pontos, significando que as expectativas são de que, nos próximos três meses, a situação econômica continue melhorando.

O ISE e o ISR são os dois subíndices que compõem o Iscon, mas o primeiro tem peso dobrado no cálculo do indicador. O Iscon varia entre 0 e 200 pontos. Um resultado acima de 100 pontos indica tendência de expansão da atividade, igual a 100, tendência de estabilidade e, menor que 100, tendência de retração.

Construção Civil mais confiante

A Construção Civil foi o setor que apresentou o maior aumento no Iscon de julho a setembro, com uma variação total de 20 pontos. Em agosto, a Construção Civil registrou a menor confiança entre os setores, apesar de ter elevado 3 pontos em relação ao mês de julho. Ou seja, já houve então uma melhora nas expectativas, decorrente da leve melhoria dos índices na economia, mas provavelmente o cenário de inflação e juros altos ainda pressionava o setor, que necessita de capital intensivo para funcionar. Em setembro, a Construção Civil foi o setor que registrou o maior aumento no Iscon, de 17 pontos. O aumento se deu principalmente devido à melhora da avaliação dos entrevistados quanto aos últimos três meses – Índice de Situação Recente (ISR).

Variação mensal

De agosto a setembro de 2022, o Iscon aumentou seis pontos, variando de 126 para 132. O Índice de Situação Recente (ISR) aumentou seis pontos (de 97 para 103) e o Índice de Situação Esperada (ISE) aumentou sete pontos (de 140 para 147).

Desta forma, melhoraram tanto a percepção sobre o passado recente, apesar de continuar próximo do valor de estabilidade, que é 100, quanto as expectativas para os próximos três meses, com a crença de que as condições irão variar positivamente numa intensidade maior do que se pensava no mês anterior.
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