20 de dezembro, de 2022 | 06:30

Grande final

Fernando Rocha

Uma final de Copa do Mundo espetacular foi o que se viu no Qatar. Um verdadeiro jogaço entre Argentina e França, que terminou com a conquista do tricampeonato mundial pelos argentinos.

A seleção de Lionel Messi fez 2 x 0 com uma atuação quase perfeita, não deixando a França dar sequer um chute a gol, até os 35 do segundo tempo.

Foi aí que entrou em campo o que Nelson Rodrigues chamava de “sobrenatural de Almeida”, encarnado no jovem craque de 23 anos, Kylian Mbappé, autor de três gols que quase deram o título à França.

O sofrimento dos argentinos, já experimentado nas quartas de final contra a Holanda, se repetiu. Só que desta vez com requintes maiores de crueldade, por se tratar da final da Copa.

Fortes emoções
No primeiro tempo da prorrogação a França foi melhor e poderia ter virado o placar, mas, na segunda etapa, os argentinos se recuperaram do susto e reagiram.

Faltando poucos minutos para o fim, a genialidade de Messi aflorou e ele fez 3 x 2 para a Argentina, porém, a estrela de Mbappé voltou a brilhar para, minutos depois, empatar em outro pênalti bem marcado pela arbitragem.

Ainda teve tempo do melhor goleiro da Copa, Dibu Martinez, com o pé esquerdo, salvar o que seria mais um gol francês e certamente a derrota da Argentina.

Nas cobranças de pênaltis, os argentinos tiveram melhor controle emocional, seu goleirão brilhou novamente, para fazer 4 x 2 nos franceses e conquistar o tricampeonato mundial.

FIM DE PAPO

O título, a meu juízo, ficou em boas mãos, pois, apesar da derrota na estreia para a modesta Arábia Saudita, no conjunto da obra a Argentina apresentou um futebol melhor do que o da França. Em sua trajetória neste Mundial, os franceses não tinham enfrentado, ainda, uma equipe de poderio igual ou mais forte, como a Argentina. Os muitos desfalques de jogadores importantes, que até então não estavam sendo sentidos, também fizeram falta na decisão do título para a equipe comandada pelo ótimo e experiente treinador Didier Deschamps.

Há de se destacar, nesta conquista da Argentina, a relevância do trabalho realizado pelo jovem treinador Lionel Scaloni, de 47 anos, que, além de competente para armar sua equipe, foi corajoso ao ponto de desmistificar a máxima do futebol que diz que “em time que está ganhando não se mexe”. Scaloni não repetiu a escalação inicial uma vez sequer. Nesta final, surpreendeu entrando com Di Maria invertido na esquerda, autor do segundo gol, além de bagunçar totalmente a defesa da França.

Outro destaque foi a arbitragem do polonês Szymon Marciniak, que deu uma verdadeira aula, sobretudo, aos assopradores de apito aqui do Brasil que gostam de usar o VAR como muleta. Marciniak viu tudo, acertou tudo, praticamente, inclusive os dois pênaltis marcados a favor da França, além da confirmação no terceiro gol da Argentina, sem ir até o VAR.

Lionel Messi foi escolhido com justiça o melhor jogador deste mundial no Qatar. Esta foi sua grande Copa, a última talvez, que o coloca no mesmo patamar de Diego Maradona. Fica a sensação de que a seleção brasileira poderia ter ido mais longe, mas, com tanta arrogância, soberba e excessos dos nossos jovens jogadores de cabelos pintados, comendo bife de ouro, não poderíamos colher nada além de mais um novo fracasso.

Quero agradecer aos leitores por nos prestigiar em mais um ano aqui no “Diário do Aço”. Aos diretores, Waldecy Castro e Valter Oliveira, aos colegas da redação, meu abraço fraterno, desejando que todos tenham um feliz Natal e um ano novo de muita luz, saúde e paz. Estarei de volta, se Deus quiser, no início do Campeonato Mineiro, em 22 de janeiro/2023. (Fecha o pano!)
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