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29 de dezembro, de 2022 | 17:49

Prévia do Censo 2022 aponta que Ipatinga 'perdeu' 21% da população

No âmbito da Região Metropolitana do Vale do Aço, o total da população encolheu 16%

Tiago Araújo
Ipatinga lidera perda da população, aponta a prévia do IBGE no Censo 2022Ipatinga lidera perda da população, aponta a prévia do IBGE no Censo 2022

A prévia dos dados populacionais dos municípios brasileiros divulgada nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados coletados pelo Censo Demográfico 2022 até o dia 25 de dezembro, calculam que o Brasil chegou a 207.750.291 habitantes este ano.

A divulgação tem o objetivo de cumprir a lei que determina ao IBGE o fornecimento anual do cálculo da população de cada um dos 5.570 municípios brasileiros ao Tribunal de Contas da União (TCU). Como no dia 25 de dezembro de 2022 a população recenseada pelo Censo Demográfico somava 83,9% dos habitantes do país, o instituto utilizou um modelo estatístico de estimação para completar os resultados fornecidos ao TCU.

Os resultados servirão como base para o cálculo da distribuição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), realizada de acordo com o número de habitantes. Por isso, quanto maior o tamanho da população, maior a arrecadação das prefeituras.

População abaixo do esperado

De acordo com levantamento do Observatório das Metropolizações Vale do Aço, Projeto de Extensão do IFMG Ipatinga, o total da população da Região Metropolitana oficial caiu 16%, enquanto a do Colar Metropolitano reduziu em 6% na comparação com as estimativas da população do IBGE para 2021.

Considerando a divisão geográfica criada pelo Observatório, que divide o Vale do Aço em Região Metropolitana Expandida (RME), com a inclusão de Belo Oriente e Caratinga, e Colar Metropolitano Contraído (CMC), com a exclusão destes dois municípios, a RME perdeu 15% da população, enquanto o CMC sofreu redução de 3% na prévia do Censo 2022.

Com a redução do tamanho oficial da população, a maioria dos municípios do Vale do Aço perderá arrecadação, alerta o geógrafo William Passos, coordenador estatístico e de pesquisa do Observatório das Metropolizações Vale do Aço e que tem especialização doutoral em estatística pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE) do IBGE.

Ipatinga lidera perda da população

Segundo os cálculos do Observatório das Metropolizações, Ipatinga perdeu 21% da população na comparação com 2021. Belo Oriente perdeu 19%. Timóteo teve redução de 15% e Coronel Fabriciano de 13%. Em Caratinga o impacto foi menor, apenas 5%.

Contrariando os resultados da maioria dos municípios do Vale do Aço, Santana do Paraíso viu sua população aumentar em 3%. No Colar Metropolitano, Marliéria (14% de aumento), Iapu (9% de aumento) e Córrego Novo (aumento de 7%) foram os municípios que registraram crescimento demográfico acima da margem de erro de 2% para mais ou para menos.

Nas Estimativas da População Residente de 2021, conforme noticiou o Diário do Aço em 31/8/2021, o Vale do Aço havia alcançado 778.983 habitantes, com a Região Metropolitana totalizando 505.358 residentes e o Colar Metropolitano somando 273.625 moradores. Com a nova atualização, a população da Região Metropolitana caiu para 422.684 habitantes, enquanto a do Colar Metropolitano oscilou negativamente para 258.512 domiciliados. Considerando a divisão geográfica do Observatório das Metropolizações, a RME passou a somar 533.144 habitantes e o CMC 148.052 moradores.

Baixa qualidade nos dados

O coordenador do levantamento no Projeto de Extensão do IFMG Ipatinga avalia que a qualidade dos resultados não está boa. Os números de 2021 não eram bons e os do Censo 2022, feito com muitas dificuldades orçamentárias e falta de pessoal, poderão não ter muita qualidade. Até 2021, a população dos municípios foi estimada com base numa equação que considerava o crescimento da população entre os Censos 2000 e 2010. Agora, no resultado que saiu dia no dia 28 de dezembro, o cálculo foi feito com base nos domicílios já visitados, mais uma estimação para completar o resultado. Por isso, a diferença gritante no caso de muitos municípios.

“O IBGE estimava, com base no cálculo antigo, uma população no Brasil ultrapassando 215 milhões de habitantes, mas corrigiu a população residente em território brasileiro para 208 milhões. O problema é que isso impacta no orçamento dos municípios, particularmente dos municípios menores, os maiores dependentes do repasse do Fundo de Participação dos Municípios, calculado com base no tamanho da população”, explica William Passos.

Apesar da importância do impacto na arrecadação dos municípios, a qualidade do resultado do Censo 2022 também afeta o retrato do país. O objetivo do Censo é o de apresentar uma fotografia do Brasil acompanhando a dinâmica da população e o desenvolvimento do país, através dos estados e municípios. “Quando um município perde população, isso pode significar falta de oportunidades de trabalho e necessidade de imigração dos moradores. Muitas prefeituras se interessam pelos resultados do IBGE mais pela questão da arrecadação, mas estes resultados não são simples fontes de cálculos de recursos. Há outros dados muito mais importantes que os totais da população trazem”, aponta o geógrafo.

“O tamanho da população de um município, por exemplo, dimensiona a necessidade de ampliação dos serviços públicos, como saúde, educação, coleta de lixo, abastecimento de água e esgoto e extensão da cobertura de saneamento básico. Aponta se pode estar havendo ocupação imobiliária irregular e, no caso de municípios com relevo acidentado, ocupação de encostas e áreas de risco. O uso dos dados da população também é muito importante para o planejamento urbano e para a coordenação do desenvolvimento regional, papel assumido pelos estados e, no caso do Vale do Aço, pela Agência Metropolitana”.

Confira os números:





Entenda o que é o Observatório das Metropolizações Vale do Aço


Projeto de Extensão do IFMG Ipatinga, o Observatório das Metropolizações Vale do Aço produz e analisa dados e informações estatísticas e geográficas sobre a economia, a população, a sociedade e o território dos 853 municípios mineiros, com destaque para os 28 municípios do Vale do Aço, a fim de auxiliar a tomada de decisão de gestores públicos e pessoas físicas e jurídicas.

Todas as publicações do Projeto estão disponíveis para download gratuito na página do IFMG.
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Comentários

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Dudu

03 de janeiro, 2023 | 10:50

“Sobre os imóveis de Ipatinga: os preços estão ótimos, cidades com 50 mil habitantes (Curvelo, por exemplo) estão com imóveis mais valorizados que Ipatinga, o que pode ser um indicador que a ''capital'' do Vale do Aço está com excesso de oferta de imóveis e pouca demanda. Se a população não tem dinheiro para comprar é porque a cidade empobreceu!”

Dudu

03 de janeiro, 2023 | 10:36

“Mudei para Ipatinga quando tinha 5 anos e deixei a cidade com 20 anos, sendo que uma parte significativa dos meus colegas e amigos da minha faixa etária fizeram o mesmo. Contraditoriamente, ao mesmo tempo em que tenho a percepção que o censo esteja certo, um dado me faz indagar se estou correto: o eleitorado de Ipatinga cresceu segundo o TSE e o número de títulos! Contudo se a população geral diminuiu, significa dizer que muitas pessoas mudaram de cidade mas mantiveram o título de eleitor em Ipatinga, pode acontecer em especial com jovens que pretendem retornar! Agora, se alguns moradores idiotas não quiseram responder ao censo, fazer o que, agora é tarde ! Toda a população será prejudicada pela irresponsabilidade de quem tinha o dever de responder e de quem estava recebendo para realizar os registros e eventualmente agiu com displicência. Lamentável!”

Anezio Ribeiro de Souza

01 de janeiro, 2023 | 09:27

“Aposto com qualquer pessoa que o crescimento populacional de Santana do Paraíso, em relação ao censo de 2010 é de 50%

Somente no bairro Cidade Nova, estima se que tenha quase 20 mil habitantes. Industrial e Residência Betânia, em torno de 15 mil habitantes; Centro de Santana do Paraíso, em torno de 15 mil habitantes; Cidade Verde, Jardim Vitória, Águas Claras e Bom Pastor, em torno de 12 mil habitantes; Parque Caravelas e Parque Veneza, em torno de 5 mil habitantes; Ipabinha, em torno de 3,5 habitantes e demais localidades do interior do município, em torno de 5 mil habitantes.

Dizer que o crescimento populacional de Santana do Paraíso, com relação ao Censo de 2010, é de 3% é desconhecer a realidade. Confirmado esse dado, Santana do Paraíso vai continuar recebendo um repasse de FPM inferior a sua população real.

Estou alertando desde 2020 que o município vem sendo prejudicado com dados estatísticos demográficos diferentes de sua realidade. Ainda está em tempo de trabalhar direitinho esse Censo”

Adriana Silva

31 de dezembro, 2022 | 14:12

“os recenciadores foram expulsos humilhados por muitos com certeza muita gente não foi contada”

Walmir Lage

31 de dezembro, 2022 | 09:58

“O correto seria um novo Censo em âmbito nacional por um governo que acredite na Ciência.”

Doglas Fabiano Pereira Meira

31 de dezembro, 2022 | 02:34

“olá trabalhei 5 meses de 1 de agosto ate dia 20 de dezembro como recesseador aqui em Ipatinga e muitos moradores não quiseram responder a pesquisa deste censo demográfico de 2022 nós recenseadores vamos muito mal remunerados pelo IBGE e os moradores não trataram bem nós recenseadores”

Balela

30 de dezembro, 2022 | 19:02

“Kkkk, esse senso é uma piada !!!! 22 anos depois , a população diminuiu? Vai lá no parque Ipanema, vai lá no shopping, tenta andar de carro entre as 17 e 18 horas . Kkkkk. Só Balela!!!”

Arhur

30 de dezembro, 2022 | 11:36

“Se isso tiver correto Ipatinga tem população menor que no censo de 2000, quando eram 212.496 habitantes. Não faz sentido ter uma perda tão grande de habitantes, isso é gritante.”

Renato

30 de dezembro, 2022 | 11:28

“As políticas públicas são baseadas nos dados do censo. Como no governo do Bolsonaro não teve nenhuma política pública efetivamente funcionando, o governo achou que não precisava de dados de censo. Pouca coisa funcionava e muitas políticas públicas foram extintas por esse governo. O IBGE foi praticamente desmontado durante esses anos. Agora o novo governo vai ter que iniciar isso tudo do zero. O mesmo deverá ser feito em vários setores, principalmente na educação. Não houve nenhuma política pública na área da educação que funcionou. Na verdade, nem ministro da educação nós tivemos nesses últimos anos. E ainda tem gente balançando a bandeira na BR do Horto. Lamentável!”

Jaime

30 de dezembro, 2022 | 07:40

“O alto preco do iptu em ipatinga faz com que as pessoas muda de ipatinga e um dos motivos que ipatinga perde seus moradores. Com isso a prefeitura e a propria culpada .”

Pedro

30 de dezembro, 2022 | 04:28

“Isso é o reflexo da destruição das instituições pelo governo Bolsonaro. O IBGE simplesmente não existiu nessa gestão desastrosa. Agora não dá pra acreditar nessa estatística. Alguém aqui recebeu a visita de um recenseador do IBGE? Só pra lembrar, o IBGE teve que adiar o fim de coleta do Censo por falta de recenseadores. O número de recenseadores, agora, já no final do ano,
era de apenas 52,2% do total necessário para a operação do censo. Alguém ainda acha que há contagem correta? Todas as instituições foram atacadas pelo governo. Desacreditadas e sucateadas. Desde universidades, MEC, Funai... todas...”

Luciano Marciano Pinto

29 de dezembro, 2022 | 23:49

“Um governo que foi incompetente em tudo não ia fugir à regra justamente no Censo! Se isso se confirmar vai significar perda de receita no FPM. Deve ser isso que muita gente balançando bandeira do Brasil no Horto hoje a noite devem estar reclamando.”

Meesi

29 de dezembro, 2022 | 19:03

“Mais é claro que Ipatinga sofrerá baixa. Imóveis em Ipatinga, virou preço de relíquia. Usiminas deixou de ser a bam bam bam ... Tem muitas cidades no colar metropolitano com muito mais qualidade do ar... Ipatinga e linda e maravilhosa de morar...porém virou sonho... de consumo... surreal ... Eu amo Ipatinga, já conheci o Brasil quase todo ... mas é que aaaaamo, é aqui que eu quero ficaaaaaaa, pois nao ha ha ha lugar melhor do que Ipatinga.”

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