31 de dezembro, de 2022 | 08:00

Ipatinguense reúne vitórias em competições, na sala de aula e na área acadêmica

Sara Cristina escreveu um artigo sobre acessibilidade em paralimpíadas e foi premiada com o 1º lugar num simpósio nacional

Stéphanie Lisboa
Sara recebeu um certificado de Menção Honrosa, pelo 1º lugar no 8º Simpósio Nacional de Lutas, Artes Marciais e Modalidades de CombateSara recebeu um certificado de Menção Honrosa, pelo 1º lugar no 8º Simpósio Nacional de Lutas, Artes Marciais e Modalidades de Combate
(Stéphanie Lisboa - Repórter do Diário do Aço)
Uma moradora do bairro Jardim Panorama, em Ipatinga, está se destacando no cenário acadêmico e esportivo nacional pelos trabalhos de pesquisa já desenvolvidos por ela, sempre relacionados ao esporte, inclusão e acessibilidade. Sara Cristina da Penha Viana, de 45 anos, se desdobra com muita dedicação entre o trabalho como professora de Educação Física na Escola Municipal Hugo Duarte Coutinho, no bairro Canaã, a prática do judô e as pesquisas acadêmicas. Neste fim de ano, a atleta, professora e pesquisadora tem muito o que comemorar, pois trouxe para casa boas conquistas.

No mês de novembro, Sara fez a defesa do artigo “A acessibilidade em competições de judô paralímpico: percepções de atletas com deficiência visual”, durante o 8º Simpósio Nacional de Lutas, Artes Marciais e Modalidades de Combate, realizado em Manaus, e conquistou o 1º lugar com o trabalho apresentado. “É um orgulho muito grande porque eu sou aluna de escola pública, moro em Ipatinga e nunca saí daqui para concluir minha fase inicial de estudos. Sou funcionária pública, treino e consegui premiar um artigo”, descreveu orgulhosa.

A atleta avalia a conquista como uma vitória. “Foi uma vitória muito grande, levar o nome de Ipatinga ao cenário nacional e com um artigo com a temática inclusiva, eu sou a primeira pessoa a publicar um artigo de acessibilidade em competições paralímpicas para deficiente visual”, enfatizou Sara. E menos de um mês depois, no dia 9/12, veio mais um reconhecimento para a pesquisadora. Durante o Bonenkai 2022, organizado pela Federação Goiana de Judô (Fegoju), ela foi homenageada e recebeu um troféu.

Judô
O judô entrou na vida de Sara por conta do irmão dela e se tornou uma paixão. “Ele (irmão) teve a indicação do pediatra para praticar um esporte e o médico indicou o judô. Como ele era muito novinho, tinha que ter um acompanhante na Usipa, aí a minha mãe aproveitou e me colocou no judô junto com ele”, explicou. Desde então ela não largou mais.
Stéphanie Lisboa
No dia 9 de dezembro deste ano, em Goiás, Sara recebeu uma homenagem pelas pesquisas e trabalhos já realizados sobre o judô No dia 9 de dezembro deste ano, em Goiás, Sara recebeu uma homenagem pelas pesquisas e trabalhos já realizados sobre o judô

Praticando a arte marcial japonesa, Sara participou de competições e se destacou. “Fui me desenvolvendo, vieram as fases da competição, eu comecei a ganhar títulos, eu já fui vice-campeã brasileira, estava sempre entre as cinco melhores do Brasil”. A atleta precisou se afastar por um tempo, mas já retornou. “Recentemente graduei 2º dan, que é uma graduação dentro da faixa preta e estou atuando aí no judô novamente”, relatou.

Educação Física
Sara lembra que, desde a época escolar, já tinha a definição de que faria a faculdade de Educação Física. Com o diploma em mãos, ela decidiu trabalhar em escolas. “Fui para área da Educação Física escolar porque lá eu tenho que trabalhar diversas modalidades, a gente tem todo um parâmetro curricular a cumprir. Lá eu tinha a oportunidade de trabalhar tanto com a área de deficiência como o não deficiente, em conjunto, numa mesma turma”.

Área Acadêmica
Estudar sempre foi algo prazeroso para Sara e quando já estava adulta, o gosto pelo conhecimento permaneceu. Quando ingressou na faculdade, a área acadêmica passou a fazer parte da vida dela. “Foi virando uma paixão tão grande que comecei a concorrer em apresentações de simpósios, seminários e começaram a vir algumas premiações”, disse orgulhosa. Com os trabalhos já produzidos, ela coleciona algumas conquistas. “Tenho artigo publicado em revista internacional, recentemente vou ter mais dois artigos publicados, um deles pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Esse ano também ganhei um capítulo de um livro pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)”, detalhou.
Stéphanie Lisboa
 Sara Cristina da Penha Viana, 45 anos Sara Cristina da Penha Viana, 45 anos

Inclusão e acessibilidade
Os conteúdos produzidos pela pesquisadora são voltados para a área da inclusão e acessibilidade. “Desde muito nova eu sabia que eu queria. Me dói saber que eu estudei tantos anos da minha vida e não poder deixar uma reflexão, não poder mudar nada para o outro”, esclareceu o motivo da inspiração e dedicação ao assunto. O artigo premiado recentemente, inclusive, foi resultado de uma viagem feita por ela em julho, para a Copa Rio Internacional de Judô. “Fiquei quatro dias, conheci vários atletas com deficiência visual. Quando retornei escolhi um desses que eu conheci para dar continuidade à minha pesquisa”, contou.

2023
O ano de 2022 foi muito produtivo e o próximo ano promete trazer mais conquistas para Sara. No que depender dela, 2023 será intenso. “Já comecei um novo artigo para 2023. A minha primeira meta é o simpósio internacional, gostaria de ficar entre os três melhores do mundo. Tem uma nova especialização vindo aí, continuar publicando, conseguir mais um livro em 2023 e continuar deixando a minha contribuição, nem que seja como fonte de inspiração para outras pessoas”, concluiu.
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