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03 de janeiro, de 2023 | 14:00

Opinião: Ieu, hein? Saartaaaa!

Nena de Castro *

Cês num vão acreditar! O inusitado acontecimento se deu com Petite Fleur, a Madre Terezinha de Calcutá aqui de casa. Ainda bem. Já sou bem veinha e podia morrer e teriam que escrever “a perigosa “elementa” ou “indivídua” veio a óbito em seu quintal”. Tudo por causa dele. Bandido, ordinário, sacripanta, invasor, degeneredo, mau elemento. E comunista, claro! Calma pessoal, calma meus cinco leitores, conto já o inusitado acontecimento desta sexta-feira! Eu tinha colocado na véspera os meus panos de cozinha de molho no sabão em pó com amido de milho, numa bacia grande de alumínio que ficou exposta ao sol. Quase na hora do almoço, fui lá, peguei os panos e coloquei na máquina de lavar, desocupei a bacia, atirando a água no piso, regulei tudo e fui me arrumar pois ia visitar um amigo querido que tá dodói. Quando cheguei, à tardinha, a família em polvorosa me contou: tendo completado o ciclo de lavagem, Petite foi colocar os panos no varal. Enfiou a mão na máquina e nisso percebeu que algo se movera. Olhou bem e lá estava um horroroso, enxerido e horrível SAPO, vivim da silva, esperando ser resgatado. Terezinha de Calcutá deu um grito daqueles de filme de terror, correu e chamou o pai, que veio com uma espingarda relepa e prendeu o indivíduo, amarrando-o com embira. Ao ver o meliante, meu lado mau aflorou: esbofeteei o dito cujo que gritou: - piedade, estou doente!

- E daí? – respondi. – eu não sou médica! É só uma gripezinha! Tome ivermectina ou cloroquina! Pois se tomar vacina, vai virar sapo! Ou jacaré!

- “Oh, vou morrer, disse o sapo! “Enterrem meu coração na curva do rio”!

- Não sou coveira! Não se faça de coitado! Isso não pode continuar existindo. Tudo é coitadismo. Coitado do negro, coitada da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino, coitado do piauiense. Vamos acabar com isso".

- Sapo comunista! E nordestino! Toma, toma e toma! Que eu vou pegar “meu avião e embarcar pro país do Trump, meu ídolo, e gastar o dinheiro que amealhei com rachadinhas e otras cositas mas! Bocoiós! Fui”!

Perdão, leitores, não resisti! Na verdade, limpamos a máquina, passei água fervente, álcool, lavei os panos de novo, todos foram passados com ferro quente...

Até agora numtindi como o sapo chegou até minha área de limpeza! Só se chega lá passando pela cozinha. Tremi de medo só de pensar que ele poderia ter pulado em mim. Meus cinco leitores sabem o horror que tenho de pererecas e outros parentes delas perto de mim, principalmente no banheiro onde já tive dois encontros infelizes. Oh céus, oh vida, causa de quê esses trens horrorosos que pulam, gostam de me atormentar? Ó mistério, será que é vingança por causa do título do meu livro de crônicas, “AS PERERECAS E AS VELHINHAS? Sei lá. Outro mistério, cuméqui o bichim entrou na máquina, sobreviveu à lavagem e à centrifugação? Por que eles não foram pra casa da Nancy Nogueira e mãe Ruth, as verdadeiras personagens da minha crônica sobre as pererecas? ARA!
E nada mais digo a não ser que respiro aliviada, viva a Liberdade, viva a Democracia!

(Em tempo: o sapo foi recolhido com todo o cuidado e desovado – opa! – encaminhado ao barranco onde poderá viver feliz, viu franciscano Lélio Costa e Silva!) Feliz BRASIL de TODOS! Au revoir.

* Escritora e encantadora de histórias

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Comentários

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Gildázio Garcia Vítor

03 de janeiro, 2023 | 14:40

“Dona Nena, falando em sapos, que tal relembrar o velho rabugento Brizola: "A politica é a arte de engolir sapos. Não seria fascinante fazer agora a elite brasileira engolir o Lula, este sapo barbudo".
(2° turno das eleições de 1989)”

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