29 de janeiro, de 2023 | 09:00

Famílias encaram a compra do material escolar com a missão de agradar o bolso e os estudantes

Mochila, cola, régua, tesoura, apontador, lápis para escrever e colorir, canetinha, canetas, caderno, livros, lancheira... A lista de material escolar é extensa, mas varia de acordo com a idade do aluno. E todo começo de ano é assim para quem tem estudante em casa, seja ele pequeno, ainda na fase de alfabetização, ou para os maiores, que estão prestes a concluir o Ensino Médio. A compra do material escolar é uma despesa anual garantida para os pais, que ficam com a difícil tarefa de manter o equilíbrio, entre atender a expectativa dos estudantes e agradar o bolso, afinal, as contas não param de chegar, especialmente em início de ano.

Em Ipatinga, a sexta-feira (27) foi de muito movimento em uma papelaria localizada na avenida 28 de Abril, no Centro. Pais espalhados por toda a loja, alguns deles acompanhados de seus filhos e, a grande maioria, com a inseparável lista de material escolar nas mãos. Olha dali, confere a relação, compara preço, tamanho, qualidade, até chegar à escolha ideal. São tantas opções que a tarefa se torna ainda mais desafiadora.

Ana Carolina Santos de Andrade, moradora do Bethânia, mãe de Heitor Gabriel, de 5 anos, e de Ana Julia, de 8, tinha a responsabilidade de levar para casa os itens de duas listas. Na hora da compra, a consumidora é daquelas que faz questão de pesquisar. “Antes a gente tem que dar uma olhadinha para ver onde sai mais em conta”, afirmou. Outra tática dela é negociar com o filho no momento das escolhas. “Não dá para gente sempre levar o que eles querem”, disse.

A advogada Gicele Miranda Ribeiro, que mora no Iguaçu, também sabe bem como é ter que comprar material escolar para mais de um filho. Na casa dela são duas meninas, de 16 e 13 anos, e um garotinho, de 4 anos. Para que a compra seja exitosa, ela sempre pensa no critério de custo-benefício. “Porque tem muitas qualidades, vários preços, então a gente tem que realmente avaliar, colocar aí custo-benefício”.


Gicele também tem como prática reaproveitar os materiais que ainda estão em bom estado de conservação. “Muita coisa eu reaproveito, caderno mesmo eu reaproveito, merendeira, mochila, bolsinha de lápis, tem vários outros itens, meu filho que quase não usou lápis de colorir, eu vou aproveitar os lápis de colorir dele”, contou.

Quem também está interessada em manter o equilíbrio entre a economia e alegrar o estudante que tem em casa é a Vera Lúcia, mãe de Victor Daniel, que tem 11 anos. Ela mora em Ipaba e costuma comprar os itens da lista em Ipatinga, por causa do preço. “Tinha olhado lá onde moro, mas vi que aqui está mais em conta”, avaliou. Ela também é um exemplo de que comprando itens de qualidade é possível utilizá-los por mais de um ano. “Mochila eu comprei uma boa, no ano passado e ele vai usá-la nesse ano de novo”.

Movimento intenso
Com os corredores movimentados na loja Graffite, a gerente da Loja de Ipatinga, Denise de Souza, confirma o que já era de se esperar: o início do ano é a melhor época de venda para as papelarias. “O movimento, desde os primeiros dias de janeiro, está intenso e temos daqui para a frente a loja cada dia mais movimentada até o início das aulas em fevereiro”, disse.

“Estamos otimistas com a volta às aulas 2023, nos preparamos antecipadamente para atendermos a demanda. Nossas expectativas são as melhores, conseguimos manter o preço de vários itens e repassamos somente as novidades para nosso cliente”.

E, nesta semana, o estabelecimento deve ficar ainda mais movimentado, já que o retorno à aula estará ainda mais próximo. “A semana de maior movimento é sempre a que antecede a volta às aulas”.

Reajuste pode chegar a 30%
Neste ano, os itens da lista de material escolar ficaram mais caros no comparativo com 2022. A alta, segundo o presidente executivo da Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), Sidnei Bergamaschi, pode chegar até 30%. “Espera-se que todos os itens da lista escolar sofram reajuste de preços. Segundo nossos associados, produtos de papel como cadernos e outros terão reajuste de até 30% e os demais produtos como lápis, borrachas, canetas, mochilas e estojos terão reajuste entre 15% e 20%”, informou.

O reajuste foi provocado por vários fatores, explicou a associação. Os fabricantes de caderno, por exemplo, foram impactados pelo aumento expressivo no preço do papel, sua principal matéria-prima. “O dólar elevado, redução de capacidade e oferta dos fabricantes de papel, aumento de demanda internacional e a guerra na Ucrânia (que reduziu a oferta de papel daquela região) foram os principais fatores”.

Para os itens importados, Bergamaschi também apresentou uma explicação: “O dólar elevado, a inflação na China e o preço dos fretes internacionais que continuaram elevados a maior parte do ano são os principais fatores que provocaram os aumentos de custos”.