31 de janeiro, de 2023 | 06:00

“Avacalhadão/2023”

Fernando Rocha

O jornalista Chico Maia, em seu blog, lembrou bem que nas décadas de 70/80, com toda razão, a imprensa esportiva aqui dos nossos grotões chamava o Campeonato Mineiro de “Avacalhadão”.

O problema não era exclusividade nossa, mas do país inteiro, tanto que nessa mesma época foi criada a expressão “tapetão”, para designar os tribunais onde são decididos os casos mais estranhos de erros de nossos clubes e entidades ligadas ao velho esporte bretão.

Pior ainda, era quando algum clube perdedor de uma batalha no “tapetão” recorria à justiça comum e conseguia paralisar campeonatos, transformando o futebol em uma zorra total.

Todos eram culpados, sobretudo, os clubes, mas a CBF e as federações, useiras e vezeiras em fazer média com os “grandes” do eixo Rio/SP, rasgavam regulamentos e mudavam fórmulas e produziam as chamadas “viradas de mesa”, tumultuando ainda mais a situação.

Volta ao passado
Foi ainda na gestão de João Havelange que a Fifa proibiu os clubes de contestar na justiça comum as decisões de tribunais esportivos, sob pena de desfiliação e suspensão de todas as competições oficiais.

Melhorou, mas ainda hoje acontecem coisas absurdas, como este episódio que envolve Ipatinga e Betim, que será julgado e, possivelmente, solucionado hoje no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Rio de Janeiro.

Sem entrar no mérito do caso, não há dúvida de que a culpa maior de tudo é da Federação Mineira e do Tribunal estadual, que tiveram tempo de sobra para julgar e definir toda a situação, mas, por razões diversas e diversas razões - que não podemos afirmar mas apenas supor quais são , empurraram tudo com a barriga acreditando que, fazendo isso, até iniciar o campeonato, as coisas iriam se acomodar e não daria em nada.

Deu no que deu. Ao ressuscitar o “Avacalhadão/2023”, a FMF e o TJD nos fizeram voltar ao pior dos tempos passados, de tristes lembranças s que pensávamos não mais voltar a existir.

FIM DE PAPO

A 2ª rodada do estadual teve vitórias do Galo e Coelho e empate da Raposa. Na manhã calorenta de sábado, horário absurdo de 10h30, o Cruzeiro empatou em 1 x 1 com o bom time do Athletic de São João del-Rey. No Independência lotado, a torcida empurrou e aplaudiu o time, mas nas redes sociais mostrou-se dividida entre a esperança em um futuro melhor, até com críticas pesadas à qualidade do elenco que está sendo montado para esta temporada.

Em Muriaé, também sob forte calor na manhã de domingo, o Galo conseguiu, sobre o Tombense, a segunda vitória consecutiva pelo mesmo placar de 2 x 1. O jogo, como era previsto, foi difícil para o alvinegro em razão da boa qualidade do adversário. De positivo, a dupla de ataque Paulinho-Hulk, que vai se entrosando meais a cada jogo. No primeiro gol houve assistência perfeita de Hulk para o gol de cabeça de Paulinho. No segundo, marcado no finzinho da partida por Hulk, em um chutaço de fora da área, a assistência foi de Vargas, que terminou a temporada passada voando e voltou, novamente, com bom ritmo.

O que deve estar preocupando o técnico Eduardo Coudet é o setor defensivo do Galo. No gol do Tombense, mais uma vez, a defesa estava desarrumada, olhando a bola sem marcar os jogadores adversários. Um time que deseja brigar por todos os títulos e conquistar vários deles na temporada não pode tomar gols assim.

Os horários de início dos jogos de Cruzeiro e Atlético, 10h30 e 11h, respectivamente, receberam muitas críticas por parte da imprensa especializada. Não acho que expor atletas profissionais de alto rendimento a situações como esta seja algo tão desumano. Por outro lado, ficam imunes de qualquer cobrança mais pesada sobre as atuações. Perde o futebol como espetáculo, o que parece não ser uma preocupação da TV que paga pelos direitos de transmissão, e se julga no direito de definir horários que melhor lhe atendam. Alguém já disse, mas poucos entendem, que “a diferença entre o veneno e o remédio é a medida”. (Fecha o pano!)
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