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18 de fevereiro, de 2023 | 06:00

Novas regras

Fernando Rocha

Em reunião realizada na sede da CBF, os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro aprovaram, por unanimidade, três medidas que vão impactar, diretamente, nas competições a partir desta temporada.

Ficou decidido que haverá um aumento de cinco para sete jogadores estrangeiros, permitidos por cada partida das competições promovidas pela CBF.

A medida vai ajudar, principalmente, os grandes clubes, aqueles com potencial maior de investimento, mas, também, irá contribuir para aumentar a qualidade técnica dos jogos.

Outra decisão importante foi a manutenção de quatro rebaixados nas diferentes séries nacionais, contrariando pedido feito pelo Cruzeiro de redução para três equipes.

Além da direção da CBF, os 20 clubes da Série B assinaram um documento contra a mudança, alegando que seriam prejudicados diretamente, o que fez a proposta celeste ir parar no ralo da CBF.

Nada muda
Na mesma reunião, a CBF instituiu punições por racismo em competições brasileiras, que serão regulamentadas através de ato administrativo no Regulamento Geral de Competições (RGC) de 2023.

A punição pode ser de três tipos distintos, não necessariamente nessa ordem: o clube pode ser multado em até R$ 500 mil; pode ser condenado a perda de mando de campo ou jogo com portões fechados; pode perder pontos na competição.

A proposta da perda de pontos partiu do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que ainda vai nomear uma comissão, e esta será responsável por avaliar os casos e enviá-los para julgamento nos tribunais esportivos.

O crime de racismo é crime inafiançável e, como tal, deveria ser tratado também no futebol, onde os autores, devidamente identificados e presos, seriam encaminhados à Justiça, sem que o clube pague por isso.

Impossível, por mais que se tomem providencias e se façam campanhas educativas, algum clube controlar uma minoria de energúmenos no meio de multidões nos estádios praticando atos abomináveis, como o racismo, a homofobia etc.

Fica parecendo que esta iniciativa da CBF é mais uma fumaça, pois o correto seria, simplesmente, aplicar a lei em vigor, sem querer tratar o futebol como um mundo à parte.

FIM DE PAPO

A proposta de diminuir o número de rebaixados, encabeçada pelo Cruzeiro, não pode ser feita numa canetada de um dia para o outro, pois afetaria os regulamentos dos times das Séries A, B, C e D. E os regulamentos das terceira e quarta divisões não têm dois anos, como prevê o Estatuto do Torcedor para que sofram alterações. Além disso, a direção da CBF é totalmente contra modificações nesse critério.

A fórmula atual de disputa dos campeonatos nacionais das Séries A e B, com 20 clubes, implantada a partir de 2006, não é ruim, mas poderia melhorar ainda mais. Já que a CBF, por questões políticas, não tem interesse em acabar ou diminuir drasticamente a duração dos estaduais, a solução poderia ser reduzir para 16 clubes participantes nas duas séries principais, caindo e subindo duas equipes a cada temporada. Haveria menos jogos e mais competitividade e emoção.

A briga com o Mineirão não está sendo nada vantajosa financeiramente para a SAF/Cruzeiro. Em jogos onde a demanda de público é maior, caso do último clássico com o Galo, atuar no “Gigante da Pampulha”, mesmo com uma despesa maior, é muito mais rentável. A gestão de Ronaldo Fenômeno radicalizou e errou ao anunciar que não jogará mais este ano no Mineirão. Contava, certamente, com uma reação a seu favor do governo estadual, visando pressionar a gestora Minas Arena, para lhe conceder condições mais favoráveis. Nada disso aconteceu, a Minas Arena está tranquila, mas quem ficou pendurado na brocha foi o Cruzeiro.

O clássico contra o Galo, disputado no Independência, rendeu líquido R$ 526.270,75 aos cofres da Raposa. Em 2022, o Galo foi o clube mandante no Mineirão e faturou liquido R$ 1.591.266,66, algo em torno de R$ 1 milhão a mais do que rendeu o clássico da última segunda-feira. Para piorar, houve ainda vários registros de incidentes durante a partida, com objetos atirados no gramado pelos torcedores, que ainda poderão resultar em punições, como a perda de manda de campo. O velho aforismo segundo o qual “mais vale um mau acordo que uma boa demanda” não perdeu a atualidade. (Fecha o pano!)
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