25 de fevereiro, de 2023 | 06:00

Patamares elevados de juros e de endividamento das famílias fazem desacelerar a economia em 2022 

Arquivo DA
O endividamento das famílias leva à redução do consumo e encarece o créditoO endividamento das famílias leva à redução do consumo e encarece o crédito

Dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontam que os patamares elevados de juros e de endividamento das famílias desaceleraram a economia em 2022 e causaram uma retração de 0,2% no Produto Interno Bruto (PIB) do 4º trimestre. As informações foram obtidas por meio da pesquisa Monitor do PIB/FGV.

O coordenador estatístico e de pesquisa do Observatório das Metropolizações Vale do Aço, William Passos, explica que o endividamento das famílias reduz o consumo e encarece o crédito. Quanto mais dívida uma família tem, menos dinheiro sobra para gastar.

“Quando isso acontece no país como um todo, os bancos e as financeiras passam a cobrar mais caro para emprestar dinheiro. Cobrar mais caro e a dificultar mais os empréstimos criando mais burocracia. Com isso, os juros sobem e os preços de muitos produtos e serviços podem subir ainda mais. Por isso, para a economia, o bom é que o endividamento das famílias seja o menor possível”, avalia o geógrafo.

Ele acrescenta que o cenário atual da economia é de melhoria lenta e gradativa na vida do brasileiro, se nenhuma novidade surgir e se as coisas permanecerem como estão. “A inflação deve ir baixando aos pouquinhos e os juros também. Os empregos com carteira assinada devem ir aumentando e a abertura de novas empresas também. No entanto, o Brasil é muito dependente do que acontece lá fora. Com o mundo melhorando, o Brasil vai melhorando junto”, pontua.

Dados
A estimativa da FGV é que o resultado anual de 2022 apresentou crescimento de 2,9% na economia. A coordenadora da pesquisa, Juliana Trece, destaca que o setor de serviços contribuiu com mais de 80% para o desempenho da economia no ano passado.

A economista também avalia que, apesar do bom resultado, há uma tendência de desaceleração da economia que reduz as expectativas para o desempenho de 2023. O consumo das famílias brasileiras teve uma alta de 4% em 2022. Apesar disso, o consumo de bens duráveis, como veículos e eletrodomésticos de grande porte, registrou queda.

A produtividade na economia, que está em uma trajetória de queda desde 2014, chegou a 2022 a um dos menores valores da série histórica, abaixo do ano de 2008.
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