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25 de fevereiro, de 2023 | 07:46

Ipatinguense preso por engano é liberado do Ceresp e reencontra a família

Ademar Valentim estava recluso desde o dia 16 de fevereiro, por força de mandado de prisão resultante de erro em processo

Stéphanie Lisboa
A esposa, Ariela Valentim, ao lado de Ademar; ela lutou desde o dia 16 para tirar o marido inocente da cadeia A esposa, Ariela Valentim, ao lado de Ademar; ela lutou desde o dia 16 para tirar o marido inocente da cadeia

Chegou ao fim, na noite desta sexta-feira (24), o sofrimento vivido por Ademar Valentim Silva, de 50 anos, e pela família dele. Depois de passar nove dias preso, veio a tão desejada e aguardada liberdade. O reencontro foi emocionante. Os filhos, a esposa, os netos e outros parentes aguardaram por horas reunidos na porta do Ceresp de Ipatinga, até que por volta das 20h45 foram concluídos os trâmites legais para o cumprimento do alvará de soltura e o portão foi aberto.

Nas primeiras palavras ditas após receber de volta a liberdade, Ademar era só gratidão, a família e todos aqueles que o ajudaram no momento de dificuldade. “Agradecimento a Deus, muito, a Deus e a todos que estão aqui, eu agradeço muito de coração”, afirmou ainda emocionado. Assista, no vídeo abaixo, a íntegra da entrevista.

A esposa, Ariela Valentim, que ainda parecia não acreditar que o marido estava de volta, demonstrava alívio, ao conseguir tirar o companheiro da prisão. “Agora eu posso dizer que eu posso descansar, sentimento de alegria, e da certeza que eu fiz tudo o que eu podia por ele para conseguir chegar aqui hoje, tirar ele daqui e levar ele para casa”, declarou com os olhos lacrimejados.

O caso

Conforme noticiado pelo Jornal Diário do Aço, Ademar ficou recolhido ao Ceresp desde o dia 16 de fevereiro, por força de um mandado de prisão expedido pela Justiça do Estado do Espírito Santo. Ele foi preso ao chegar do trabalho, em sua casa, no bairro Esperança, em Ipatinga.

O nome de Ademar foi parar no tribunal capixaba porque em junho de 2001 um homem foi preso em flagrante em um roubo à mão armada e apresentou à Polícia Militar do ES a carteira de identidade que Ademar tinha perdido em uma viagem ao estado vizinho.

O preso morreu na cadeia menos de um mês depois, a família dele o retirou no Instituto Médico-Legal, identificado com o verdadeiro nome (Adriano Justino Barbosa), mas por uma falha processual, o nome do ipatinguense permaneceu nos autos. Passados 22 anos, por causa dessa sequência de falhas, o homem foi preso em Ipatinga.

A partir daí a esposa de Ademar lutou incansavelmente por justiça e pela soltura do marido. Contratou o advogado Wellington Verneque, que adotou as medidas cabíveis para reparar o erro. Segundo o defensor, ainda não acabou. “Houve agora um esforço para poder libertá-lo, mas nós vamos ter que defender na Justiça ainda, porque o processo está ativo lá na comarca da Serra. Ele vai ter que provar junto ao judiciário que não era ele e aí, a partir disso, tentar uma indenização contra o Estado”, declarou.
Stéphanie Lisboa
O advogado Wellington Verneque teve que consultar processo físico em Serra (ES) para passar a formular a defesa do inocente presoO advogado Wellington Verneque teve que consultar processo físico em Serra (ES) para passar a formular a defesa do inocente preso

Recesso de carnaval e solução demorada

O fato de o ipatinguense ter sido preso à véspera do carnaval dificultou ainda mais a tramitação do recurso contra a prisão ilegal, pois tanto o Ministério Público quanto o Tribunal de Justiça do Espírito Santo entraram em recesso e somente na quinta-feira (23) voltaram a atender. O alvará de soltura da vítima chegou no meio da tarde de sexta-feira e a defesa fez uma corrida contra o tempo para que o “cumpra-se” do juiz local e os trâmites junto à Polícia Civil e Sistema Prisional fossem atendidos. Como aproximava-se o fim do expediente dos servidores, havia risco iminente de a vítima do erro permanecer encarcerada até sábado ou, talvez, até segunda-feira na prisão.

Insegurança

Em entrevista à reportagem do Jornal Diário do Aço, Ademar descreveu um pouco dos dias em que esteve recluso. “Insegurança, os primeiros quatro dias fiquei numa cela de criminosos que não falam a mesma língua que eu e a gente fica inseguro. Não dá para você fechar o olho e dormir”, lembrou.

Planos

De volta ao seio familiar, Ademar e a esposa já tem planos. Ele já sabe inclusive o prato especial que deseja que a esposa prepare. “Eu tenho certeza que a moça aqui vai fazer para mim um entrecosto grelhado”, afirmou. Ariela garantiu ao esposo que a “comidinha” especial será preparada. “Vou fazer qualquer coisa que ele quiser comer agora e deixar ele tranquilo, tentar superar esse momento porque eu sei que para ele não foi fácil”.

Alerta

A experiência negativa e traumática vivida por Ademar reforça e alerta a população para importância e necessidade de registrar a perda de documentos. “Perdeu o documento o ideal é fazer o registro desse extravio desse documento junto aos órgãos competentes e dar publicidade, inclusive hoje com a internet, que houve esse extravio desse documento para depois, num eventual problema, ele ter como provar que não era ele que estava lá, porque isso pode ser mal utilizado”, orientou Wellington Verneque.

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Comentários

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Justiça

06 de março, 2023 | 16:37

“processe os estados de ES e de MG, o ideial seria o asfastamento e susbstituição de toda a equipe promotoria tanto do ES quanto de MG , imagina o quanto esse homem era vigiado e perseguido e nem percebeu ! haa e não adiantou o boletim de ocorrencia que ele fez quando perdeu os documetos ! então a chefia da PCMG de Belo horizonte deveria avaliar também o remanejamento dessas equipes do vale do aço ! um erro manchou a vida de uma homem para sempre !”

Marley

25 de fevereiro, 2023 | 14:35

“Só tem uma coisa a fazer , é um processo e minas gerais e outro no espírito santo ..
Não fica com medo não .
Se amedrontar vai perder .
PROCESSAR mesmo e pedir alto . Não vem com mixaria não .”

Bom

25 de fevereiro, 2023 | 13:47

“SOMOS UM POVO CARENTE E ESCRAVIZADOS MORALMENTE, NÃO TEMOS QUEM NOS PROTEJA CONTRA EMPRESÁRIOS MERCENÁRIOS E GANANCIOSOS E UMA EQUIPE POLÍTICA IGUALZINHA . PREÇOS NAS ALTURAS E NINGUÉM FISCALIZA E QUANDO VAI A "PROPINA FALA MAIS ALTO.
O LADRÃO MATA UM PAI DE FAMÍLIA, PORQUE QUER SEU CELULAR.
MÊS QUE VEM TÁ NAS RUAS COM O AVAL DE QUEM É OBRIGADO A NOS PROTEGER.
ESSE AMIGO TEM QUE RECEBER PELA CAGADA DOS ESTADOS.
CHEGA DE TANTO SOFRIMENTO POR CULPA DESSES ABUTRES DO MAL.”

Eu?.

24 de fevereiro, 2023 | 22:53

“Amigão?.entra com um processo contra o estado de Minas Gerais que te prendeu e o estado do Espírito Santo que emitiu sua prisão?”

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