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27 de fevereiro, de 2023 | 07:31

Ipatinga tem a elite mais rica da região

Tiago Araújo
Camada rica injeta mais de R$ 3 bilhões por ano na economia do Vale do AçoCamada rica injeta mais de R$ 3 bilhões por ano na economia do Vale do Aço

Levantamento do Observatório das Metropolizações Vale do Aço, instalado no IFMG Ipatinga, coordenado pelo geógrafo com especialização doutoral em estatística pelo IBGE, William Passos, aponta que Ipatinga tem a elite mais rica da região. Em conjunto com as elites de Timóteo, Coronel Fabriciano e Santana do Paraíso, a camada rica do Vale do Aço injeta mais de R$ 3 bilhões por ano na economia local.

A riqueza das quatro elites, medida em patrimônio líquido (bens, terras, propriedades e imóveis) e concentrada nas mãos de apenas 15,39% da população (82.418 pessoas), totalizava cerca de R$ 68 bilhões em 2020. Os números foram calculados com base nas declarações do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) entregues à Receita Federal.

Em Ipatinga, a camada mais rica da população, em 2020, era formada por 43.686 pessoas (16,46% da população residente), que auferiam renda média de R$ 7.056,12 e acumulavam patrimônio líquido médio declarado de R$ 190.938,42. A camada rica ipatinguense, no entanto, é menos rica que a de Governador Valadares, cuja renda média registrada foi de R$ 7.287,22 e cujo patrimônio líquido acumulado alcançou a média de R$ 552.893,12, quase o triplo do patrimônio líquido médio da elite ipatinguense.

No Vale do Aço, a segunda elite mais rica é a de Timóteo. Em 2020, os 15.007 mais ricos na população daquele município (16,57%) apresentavam renda média de R$ 6.606,22 e patrimônio líquido médio de R$ 149.390,17. A elite timoteense foi seguida pela elite de Coronel Fabriciano, formada por 16.047 pessoas (14,55% do total da população). Esta elite registrou renda média de R$ 6.606,22 e patrimônio líquido médio de R$ R$ 149.390,17.



Por sua vez, a elite de Santana do Paraíso, formada por 6.409 pessoas (18,12% da população residente), das quatro elites, foi a menos rica do Vale do Aço, auferindo renda média de R$ 4.747,49 e patrimônio líquido médio de R$ 63.023,87.

Enriquecimento da elite de Paraíso
Por outro lado, de acordo com o coordenador estatístico e de pesquisa do Observatório das Metropolizações Vale do Aço, William Passos, os dados oficiais mostram que, das quatro elites da região, a de Santana do Paraíso é a que mais vem registrando crescimento da renda média e do patrimônio líquido médio comparativamente.

Diferentemente das pesquisas domiciliares tradicionalmente utilizadas nos estudos sobre renda, riqueza e desigualdade, como, por exemplo, os Censos Demográficos e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, as declarações do IRPF enviadas à Receita Federal permitem captar com maior precisão a renda dos mais ricos. Uma das vantagens do uso destas informações foi exatamente a constatação de que a desigualdade de renda e de riqueza no Brasil, no Estado de Minas Gerais e no Vale do Aço é ainda maior do que se imaginava.

Parte desta elite de Santana do Paraíso é formada por uma parcela mais abastada da população de Ipatinga que vem se mudando para bairros localizados no território paraisense. Com território vasto é também o município com maior oferta de novos empreendimentos imobiliários, alguns deles, de padrão elevado. O geógrafo explica que, do ponto de vista urbano, é como se fosse uma continuação da cidade de Ipatinga, mas do ponto de vista político e da contagem da população, esses novos residentes contam como população de Paraíso e isso é levado em consideração quando são calculados os repasses transferidos pelo Estado e pelo governo federal à prefeitura. “Consequentemente, isso é considerado também pela Receita Federal na hora de calcular a renda média e o patrimônio líquido da população”, conclui o geógrafo.

Já publicado sobre estudos socioeconômicos no Vale do Aço:
Vale do Aço tem a maior população em situação de pobreza e de baixa renda do interior de Minas
Camada rica do Vale do Aço acumula patrimônio líquido de mais de R$ 13 bilhões
Média salarial paga ao trabalhador da RMVA é de R$ 2.733,78
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Comentários

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Guilherme s

01 de março, 2023 | 16:46

“Em um país que o salário aumenta 18 reais, quem ganha 7 mil pode ser chamado de elite sim! ainda mais em uma região como essa que a maior empresa não tem vergonha de pagar um salário de 1500 reais pra grande parte dos trabalhadores que enchem os cofres dela todo ano e na hora de reajustar o salário do peão fazem a maior guerra com sindicato. E com 7 mil de salário da pra viver muito bem, pagar as contas e ser muito mais feliz que o pobre de verdade que ta ralando na gracha, na lama e no pó pra ganhar 1500 reais e olhe lá”

$

27 de fevereiro, 2023 | 22:03

“Tô ficando rico tanto de trabalhar na área da usina kkkk”

Falo Pouco

27 de fevereiro, 2023 | 11:25

“Sou rico e não sabia!!!!!!!!!”

Vitor

27 de fevereiro, 2023 | 09:01

“Em compensação....
O aumento no número de cidadãos empobrecidos foi registrado pelo IBGE aqui em Ipatinga e região!
Cidadezinha de hipócritas!”

Rodrigo

27 de fevereiro, 2023 | 07:20

“Realmente o empresário declara renda de 7k, pra ter isenção de IR. Mas tem patrimônio milionário. É a desigualdade no Brasil, constroem patrimônio com a distribuição do lucro que isenta de IR, e nós assalariados temos que pagar 27,5% de imposto sobre a renda. E o pior, não tem governo que tem coragem de mudar isto. E com o congresso que foi eleito aí que não muda mesmo.”

Elite ???

27 de fevereiro, 2023 | 07:13

“Elite da escória. Tudo trabalhador de pá na boca do alto.forno kkkkkkkkkkkkkkkkkk”

Sou Rico e Nem Sabia

27 de fevereiro, 2023 | 00:38

“Só quebrado se sentindo patrão depois de ler a materia, 7k ta longe de ser rico”

Tinho Mortadela

26 de fevereiro, 2023 | 23:01

“Aos ricos, o favor da lei, aos pobres, o rigor da lei.”

Eduardo

26 de fevereiro, 2023 | 16:56

“O termo correto é pseudo elite.”

Roberto

26 de fevereiro, 2023 | 16:44

“Não dá pra dizer que é rico, com estes salários e patrimônio, é no máximo classe média baixa! Se não, vou me considerar rico tb, pq isso é básico para quem tem uma vida financeira estável!”

Paulo

26 de fevereiro, 2023 | 16:35

“Sou rico e não sabia... kkk
Essa pesquisa é balela. Considerar rico quem tem renda de 7 mil reais é brincadeira.”

Verdade Nua e Crua

26 de fevereiro, 2023 | 16:05

“O que mais tem em Ipatinga é o tal DUBLÊ DE RICO ... Cheio de pobre metido a besta”

Jorge

26 de fevereiro, 2023 | 15:10

“E mais fácil contar a população rica do que a pobre.”

Mauro Lúcio Reis de Oliveira

26 de fevereiro, 2023 | 12:43

“Não resido mais na região, mas fiquei com uma dúvida nessa reportagem. Como extraíram os dados das declarações IRPF, se esses dados são sigilosos?????”

Pastor Ateu

26 de fevereiro, 2023 | 12:10

“Se fazem de ricos pra ostentar mas são miseravelmente indigentes no fundo da alma.”

Gildázio Garcia Vitor

26 de fevereiro, 2023 | 10:46

“Muito interessante estes dados!
Só não concordo que eu, um Professor da Educação básica das redes pública e privada, morador do final do Bethânia, em uma pequena casa, faça parte da "elite mais rica da região", por causa da minha renda mensal e do meu parco patrimônio.
Ser rico, para mim, é outra coisa: salário e/ou renda mensal de mais de R$ 26 mil, patrimônio de mais de 1 milhão e, no mínimo, residir em uma excelente casa/apartamento, própria ou alugada, no Cariru, Bela Vista, Bom Retiro, Imbaúbas, Horto ou Cidade Nobre.
Obs. : tem muitos não ricos iludidos, que sacrificam a vida para residir nesses bairros; mas tem, também, alguns ricos reais, que moram no Bethânia, BJ, Vila Celeste, Canaã etc.”

Anderson Vitor da Silva

26 de fevereiro, 2023 | 10:03

“7 mil ou mais ao mês não da pra ser tratado como rico. Rico nada em dinheiro e sempre investe, diferente do trabalhador. Na verdade o estudo mostra que a região tem riqueza mas o grosso da população não é beneficiada, já que até 80% estão na faixa de de até 2 salários mínimos.
Faltam políticas e vontade para mudar esse universo. Muitos residentes daqui vão buscar oportunidades fora. E o ciclo desigual permanece.”

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