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15 de março, de 2023 | 07:00

Bares e restaurantes ainda sofrem com os tombos causados pela pandemia

Pesquisa da Abrasel revelou que 66% das empresas do segmento têm atualmente empréstimos bancários contratados

Luís Carlos
''A necessidade de arcar com os 'custos' da pandemia está batendo à porta'', disse o presidente da Abrasel regional Vale do Aço ''A necessidade de arcar com os 'custos' da pandemia está batendo à porta'', disse o presidente da Abrasel regional Vale do Aço
(Stéphanie Lisboa - Repórter do Diário do Aço)

O fantasma da pandemia de covid-19 ainda assombra parte dos estabelecimentos do setor de alimentação do país, que continuam enfrentando dificuldades para se recuperar daquele período. É o que mostrou uma pesquisa realizada entre os dias 16 e 27 de fevereiro pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). O levantamento ouviu 1.477 empresas e revelou que quase um quarto delas (23%) registraram prejuízo em janeiro deste ano.

Ainda segundo a pesquisa, 66% dos estabelecimentos têm atualmente empréstimos bancários contratados, nos quais a inadimplência é de 21% entre os que tomaram dinheiro de linhas regulares e de 13% entre os que aderiram ao Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).

Custos da pandemia
O chefe de cozinha e presidente da Abrasel Regional Vale do Aço, Rodrigo Di Stani, explica na prática um dos motivos das empresas ainda sofrerem os efeitos do período de restrições. “A necessidade de arcar com os ‘custos’ da pandemia está batendo à porta. Os restaurantes precisaram recorrer a empréstimos durante o período em que estiveram fechados e muitos deles não conseguiram se adaptar às novas competições do mercado”, esclareceu.

Outras situações, como o aumento do valor da matéria-prima, complicaram ainda mais o que já estava difícil. “O valor dos insumos subiu assustadoramente, dólar e combustível também voltaram a subir e agora a conta chegou: prestações de empréstimos que já representam a soma de 10% do faturamento do estabelecimento (para alguns restaurantes isso representa a totalidade do lucro), rescisões com colaboradores, os aplicativos de delivery que abocanham uma fatia do resultado e tudo isso está comprometendo a sobrevivência do setor de alimentos, bebidas e entretenimento”, pontuou.

Ajuda
Rodrigo lembra ainda que o segmento, apesar de ter fechado as portas, não recebeu o devido apoio das autoridades. “O que nós esperávamos? Um auxílio dos governos, tanto estaduais quanto federal, porque nós fechamos as portas, mas as contas continuaram chegando. Esperamos uma reparação do Estado, reparação essa que não veio”, lamentou.

Reajuste de preços
Outro “drama” apontado na pesquisa foi a dificuldade dos estabelecimentos em alterar os preços dos produtos comercializados: 55% das empresas não estão conseguindo reajustar os preços conforme a média de inflação. De acordo com Rodrigo, há uma insegurança para reajustar os preços, com receio de que os clientes migrem para lugares mais baratos. “Por mais que a qualidade seja de extrema relevância, a sensibilidade ao ‘preço’ tem feito diferença na escolha dos clientes em relação a um estabelecimento”.

Saída
Questionado sobre como seria possível reverter as dificuldades, o chefe de cozinha, que também é gestor de Qualidade em Gastronomia, deixou algumas orientações: “uma das saídas é reinventar o cardápio, mesclando itens de menor valor com preparos de maior destaque para que o estabelecimento possa aumentar sua margem de lucro sem aumentar tanto o valor de venda. Outra estratégia é aprender a utilizar de forma magistral as mídias sociais e aproveitar conteúdos gratuitos disponibilizados pela Abrasel”.
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Comentários

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Paulo Cesar

15 de março, 2023 | 11:03

“Desculpa descordar,mas o efeito da pandemia no movimento de bares e restaurantes e quase zero, a realidade é que o poder de compra da grande maioria diminui a ponto de um simples lazer de Tomar uma cerveja ficou em segundo plano.”

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