18 de março, de 2023 | 00:01

Professora do Cefet-MG recebe o maior prêmio da literatura brasileira

Entre os 4.290 trabalhos inscritos para a 64ª edição do Prêmio Jabuti, maior reconhecimento da literatura nacional, em 2022, a obra “Romieta & Julieu - Tecnotragédia Amorosa”, da professora Ana Elisa Ribeiro, do Departamento de Linguagem e Tecnologia (Deltec) do Cefet-MG, conquistou a estatueta de melhor livro de Literatura Juvenil.

Eduardo Ribeiro/Divulgação
Ana Elisa Ribeiro exibe a estatueta de melhor livro de Literatura Juvenil por ''Romieta & Julieu - Tecnotragédia Amorosa''Ana Elisa Ribeiro exibe a estatueta de melhor livro de Literatura Juvenil por ''Romieta & Julieu - Tecnotragédia Amorosa''
Publicado pela editora mineira RHJ, com design assinado pelos irmãos Marconi e Marcelo Drummond, “Romieta & Julieu” faz alusão à famosa história de Shakespeare, especialmente sobre um detalhe: a falha de comunicação, uma mensagem que não chegou e que separou o casal apaixonado para sempre. Com linguagem contemporânea e própria dos meios digitais, o livro se conecta à nova geração de leitores e foi aprovado, inclusive, para o Plano Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), do Ministério da Educação.

Em entrevista de divulgação, a professora Ana Elisa contou um pouco da paixão pelas palavras e pela leitura. “Não me conheço de outro jeito. O interesse por ler me aconteceu desde bem criança. Eu simplesmente gostava de ouvir pessoas lendo histórias, gostava das narrativas, gostava do som que tinham os poemas, as rimas, as palavras, gostava de olhar livros, achava isso prazeroso. Gostava de palavra, de me surpreender com elas, de saber sentidos novos. Foi assim por toda a vida e eu, a certa altura, levei isso a sério, descobri que existia um caminho, tortuoso, mas estava lá”, relatou.

Sobre os desafios de escrever e ser publicado no Brasil, ela refletiu que “ser escritor ou escritora profissional, isto é, viver disso é quase impossível”. “No Brasil, temos ainda muito chão para transformar as pessoas em leitoras contumazes, consumidoras de livros, não apenas porque temos questões a resolver na educação, mas principalmente porque essas questões também são sociais e econômicas. (...) Escrever exige tempo. E tempo é um artigo escasso. Conseguir tempo contínuo para escrever cem, duzentas páginas, com coerência e inventividade, é uma batalha enorme. Depois, outra batalha é para que isso seja valorizado, lido, levado a sério, publicado, distribuído”, avaliou.

A professora e escritora disse que a premiação representa “uma alegria imensa, uma honra grande”. “Só que não para aqui. Preciso continuar fazendo, sem adoecer, sem desistir, sem ceder a tudo o que vem na contramão. E não apenas com os olhos em premiações - embora elas sejam bem-vindas, claro -, mas com o sentido da paixão que isso geralmente significa para quem faz”, afirmou.

Por fim, Ana Elisa fez questão de destacar a contribuição do Cefet-MG. “Quando cheguei a casa, eu já era escritora fazia tempo, já tinha vários livros publicados etc. Aqui conheci algumas pessoas, em especial depois da existência do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens (Posling), com as quais fiz parcerias ótimas que geraram livros, tanto técnicos quanto literários. (...) À medida que fazemos coisas legais que são reconhecidas socialmente, trocamos valor com a instituição. O Cefet-MG tem valorizado esse reconhecimento”, finalizou.
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