19 de março, de 2023 | 07:30

Dog walker: profissional que passeia com 60 cães por dia em Ipatinga dá detalhes sobre a profissão

Para dar conta de cumprir uma agenda tão cheia, Waltair Gomes Cândido começa a trabalhar às 6h e só para às 21h

Stéphanie Lisboa
Taila e Mia obedecem aos comandos de Waltair Taila e Mia obedecem aos comandos de Waltair
(Stéphanie Lisboa - Repórter do Diário do Aço)
Ter um bichinho de estimação exige alguns cuidados, especialmente os cães. Além do banho, da alimentação, da vacinação e do carinho, o passeio também é essencial para que o animal tenha qualidade de vida, bem-estar e não acumule estresse. Mas infelizmente nem sempre o tutor consegue conciliar a rotina corrida e repleta de compromissos com um momento para caminhar com o cachorro. E foi exatamente por causa dessa necessidade que surgiu o serviço de dog walker. Você já ouviu falar sobre este profissional?

Como o próprio termo em inglês indica, o dog walker é um passeador de cães. “Dog”, que significa cachorro e “walker” que seria algo como andador ou caminhador. Em Ipatinga, um dog walker tem feito muito sucesso e acumulado uma lista de clientes de dar inveja a qualquer um. Há 14 anos na profissão, Waltair Gomes Cândido passeia com 60 cães por dia. Você não leu errado, são 60 cachorros de várias raças, portes e idades. Para cumprir com o compromisso, o passeador de cães acorda bem cedo e inicia sua jornada de trabalho às 6h e só encerra o expediente às 21h, e em dias que ocorrem atrasos, esse horário ainda pode se estender um pouco mais.

Como tudo começou
Apesar da habilidade, destreza e de esbanjar sintonia com os animais, antes de se tornar um passeador de cães, Waltair tinha um trabalho bem diferente do atual. Ele exercia a profissão de segurança e foi neste período que conseguiu o primeiro cliente como dog walker. A chance apareceu e ele não pensou duas vezes, “agarrou” logo de uma vez.

“Eu trabalhava em um outro emprego, de segurança privada, quando a minha primeira cliente passou com um cachorro e comecei a conversar com ela, que perguntou se eu sabia de alguém que passeava com cães. Como eu trabalhava em uma escala de 12 horas por 36 horas, tinha um dia de folga, e falei com ela: você está falando com um ‘cara’ que passeia com cães”, lembrou.
Cíntia Menezes
''Tem que dar a liberdade da espécie, deixar o cachorro farejar, interagir com outros cães'', alertou Waltair Gomes Cândido ''Tem que dar a liberdade da espécie, deixar o cachorro farejar, interagir com outros cães'', alertou Waltair Gomes Cândido


Foi aí que tudo começou, o que era um “bico” para caminhar com um cãozinho com o passar do tempo se tornou a ocupação principal. “Eu comecei a investir, a pesquisar como funcionava a profissão. Fiz um curso de dog walker, fiz um curso de adestramento e resolvi também investir em guias, uniforme”, contou. Com tamanha dedicação e cuidado com os pequenos detalhes, Waltair foi cativando a clientela e ganhando a confiança dos tutores. As indicações de quem aprovava o serviço foram valiosas para somar mais clientes à cartela.

Passeios
A reportagem do jornal Diário do Aço acompanhou um dos passeios realizados por Waltair. A caminhada com os animais da raça pastor alemão e pastor branco suíço mostrou toda habilidade, respeito e amor que o profissional tem pelos animais. Por onde passa, Waltair e os cachorros chamam a atenção e despertam olhares.

Os passeios duram cerca de 40 minutos. O dog walker tem alguns pacotes, que variam de acordo com a quantidade de caminhadas por semana. No caso da Taila e da Mia, são três encontros: às segundas, quartas e sextas-feiras. A cadelas já passeiam com Waltair há três anos. Além da caminhada, o passeador de cães se preocupada com o bem-estar dos animais, e sempre leva água para hidratar os bichos. O respeito também se estende ao próximo e Waltair carrega sacolas plásticas que são usadas para recolher as fezes dos cães.

O passeador explica que a caminhada vai muito além de apenas dar uma “voltinha” com o cão pela praça. Para que o passeio seja bem-sucedido é preciso se ater a alguns detalhes. “O cachorro enxerga de duas formas: pela visão e pelo olfato. Não adianta eu andar 40 minutos com um cachorro e não deixar ele farejar. Porque o farejar também faz ele desestressar. Por quê? O passeio para eles é um parque de diversão, aqui eles vão fazer descobertas, interagir. O cão precisa da liberdade da espécie, o cachorro tem que ser cachorro. Não é simplesmente caminhar, ele vai latir, ele vai cheirar, ele vai correr”, explicou.

Recompensa
A mudança na carreira trouxe recompensas valiosas para Waltair, não só do ponto de vista financeiro, mas também do reconhecimento e afeto dado pelos animais. “Essa mudança de emprego foi melhor para mim em vários sentidos.

Primeiro, a questão de você fazer um trabalho que nem precisa ser reconhecido pelo tutor, mas os próprios cachorros já reconhecem o seu trabalho, eles chegam felizes nos seus lares e já demonstram a felicidade. Em termos financeiros, hoje ganho quatro vezes mais do que ganhava na segurança privada”, contou realizado.



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Comentários

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Victoria

20 de março, 2023 | 22:54

“Que bom ver que esse trabalho está sendo valorizado, é muito importante para os animais gastarem energia e se divertirem um pouco. Legal ver que cada vez mais estão aparecendo tutores consciente e que não medem esforço pelo bem do seu animal. Ter um bichinho não é só dar comida e deixar jogado”

Léo

20 de março, 2023 | 14:59

“Foi atrás e fez dar certo. Parabéns Waltair, um dia vão dizer que seu esforço e dedicação foi sorte mas ainda bem que você sabe fazer o seu aminho.”

Virgínia

20 de março, 2023 | 05:46

“Sou uma das primeiras clientes. Pessoa maravilhosa o Waltair. Dedicado, de total confiança é muito carinhoso com os animais.
Sempre falo que é pessoa mais bem recebida nos lares de Ipatinga. ?”

Nubia Emille de Souza

19 de março, 2023 | 13:01

“Excelente profissional!”

Silvania Barbosa Ferreira

19 de março, 2023 | 12:44

“Excelente profissional! Passeia com
Meus três filhotes, mto atencioso e carinhoso com eles, além de ser responsável e cuidadoso! Sempre recomendo!”

Ex Passeador

19 de março, 2023 | 10:38

“Tentei trabalhar com isso...tava até indo bem...mas ao passear com um Pincher 0 solto veio um gaviao carcará e carregou o cãozinho. Foi traumatizante e desisti da carreira.”

Juquinha

19 de março, 2023 | 09:39

“Somente alto padrão de vida precisa desta terceirização de serviço, cães de classe D e E,passeiam sozinhos.”

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