22 de março, de 2023 | 20:28

IEF afirma que funcionários do Perd faziam manejo de espécies exóticas quando foram presos pela Polícia de Meio Ambiente

Instituto Estadual de Floresta afirma que servidores não precisam de autorização para executar plano de manejo e atribui prisão a mal entendido surgido após denúncias

Reprodução
A piranha é uma das espécies invasoras alvo do trabalho de manejo nas lagoas naturais da região A piranha é uma das espécies invasoras alvo do trabalho de manejo nas lagoas naturais da região

O Instituto Estadual de Florestas (IEF) considera um equívoco, a prisão de um grupo de funcionários do órgão, ocorrida no dia 18 de março, em uma das lagoas localizadas no Parque Estadual do Rio Doce (Perd), denominada Águas Claras.

Sábado passado, acionados com uma denúncia que pessoas pescavam em uma das lagoas da unidade de conservação, policiais de meio ambiente foram para o local indicado e lá apreenderam equipamentos de pesca e autuaram sete pessoas, sob o entendimento que não havia nenhum documento que liberava os funcionários do IEF à pesca na lagoa, de qualquer espécie.

Em nota oficial, divulgada no fim da tarde desta quarta-feira, entretanto, o IEF afirma que a equipe fazia um trabalho de campo, para manejo de espécies invasoras e isso não depende de autorização prévia. Abaixo, está a íntegra da nota.

Procurado pela reportagem do Diário do Aço, o tenente Marcelo Godoi, da Polícia Militar de Meio Ambiente, informou que a corporação não irá se pronunciar nesse momento.

Nota do Instituto Estadual de Florestas

Sobre a situação ocorrida no Parque Estadual do Rio Doce no último dia 18/3, o Instituto Estadual de Florestas (IEF) esclarece que uma equipe de servidores da unidade de conservação foi abordada durante a realização de seu trabalho, de ações relativas ao manejo de espécies invasoras de um dos cursos d’água existentes no local. Informamos, ainda, que, de acordo com o Decreto Estadual nº 47.749/2020, esse tipo de atividades de manejo de fauna realizadas nas unidades de conservação pelos seus servidores, podem ser executadas sem autorizações adicionais, sendo elas ações inerentes da própria gestão.

Salientamos que, no interior das lagoas localizadas no Parque Estadual do Rio Doce, têm sido identificadas várias espécies exóticas prejudiciais ao ecossistema aquático nativo, entre elas a conhecida popularmente como piranha que, por se tratar de uma espécie carnívora e de alta agressividade e periculosidade, requer a adoção de ações de manejo com vistas ao seu adequado controle.
Divulgação PMMG
Denunciados à Polícia de Meio Ambiente, funcionários do IEF foram abordados no interior do Perd e autuados, para o IEF, foi um mal entendidoDenunciados à Polícia de Meio Ambiente, funcionários do IEF foram abordados no interior do Perd e autuados, para o IEF, foi um mal entendido

Nesse sentido, tais servidores encontravam-se no exercício das atividades de prospecção, avaliação e manejo de referida espécie e identificação da logística de deslocamento das piranhas pelos canais de interconexão entre as lagoas existentes no Parque. Essas ações requerem expedições de campo e prospecções em horários diversos, com a necessidade de acampamento da equipe técnica no local das atividades de manejo. Tal atividade exige, necessariamente, a captura e coleta das espécies invasoras, com o objetivo de controle populacional, o que, nos casos da fauna aquática, consistem em ações que somente podem ser realizadas por meio do conjunto de atos de pesca.

Importante ressaltar que as espécies exóticas invasoras de cursos d’água são responsáveis por extensos danos a ecossistemas naturais, figurando entre as cinco maiores causas de extinção de espécies do mundo, sendo essa a principal razão da necessidade de manejo para controle populacional e preservação das demais espécies nativas do ambiente.

Enfatizamos que todos os esclarecimentos e informações técnicas foram prestados pelos servidores abordados, pelo gerente do Parque, pela Diretora de Proteção à Fauna e pela Supervisora da Unidade Regional Rio Doce. O IEF segue à disposição das autoridades de segurança para a apuração dos fatos e reitera o compromisso da instituição e de todos os seus integrantes com a preservação das Unidades de Conservação e da biodiversidade do Estado.

Reprodução
Material de pesca apreendido com os funcionários do IEF Material de pesca apreendido com os funcionários do IEF

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Comentários

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Carlos

24 de março, 2023 | 16:26

“Por que comentários postados, são removidos depois?
Queremos é a verdade......a quem interessa a saída do vinicius do park?”

Trabalhador Humilhado

24 de março, 2023 | 01:09

“? incrível como as pessoas julgam sem sequer saberem de nada. Tomam por verdade qualquer informação estúpida que lhes chega. Mas como diz o ditado: "informação não é conhecimento". Portanto vamos ao conhecimento dos fatos.

Eu e mais seis trabalhadores na última sexta feira fomos fazer um trabalho de manutenção da trilha da travessia que o parque está elaborando para abrir aos turistas. O objetivo era avaliar possíveis melhorias no percurso, fazer o levantamento da densidade da população de piranhas na lagoa na margem da área para acampar no per noite e elaborar melhorias para estruturação do local do acampamento. Isso tudo com o objetivo de acomodar os futuros turistas e visitantes com o máximo de conforto e segurança possível.

Caminhamos por volta de 9 km fazendo a manutenção da trilha e chegamos ao nosso ponto de acampamento conforme o planejado. No período do final da tarde realizamos o manejo "pesca" na lagoa denominada lagoa terceira. Ficamos assustados como não havia sinal de nenhuma outra espécie de peixe além de piranhas, as mesmas atacavam vorazmente qualquer coisa que caia sobre a água, inclusive um anzol sem isca, cortavam linhas, atacavam as bóias, estavam vorazes.. Capturamos 45 indivíduos em cerca de 40 minutos e encerramos a atividade de manejo. Constatamos então o que procurávamos saber, o que era nosso objetivo ali naquele manejo, as piranhas haviam dominado o ecossistema aquático causando o desaparecimento das espécies nativas, que é um péssimo sinal para a qualidade do ecossistema daquele ambiente. Não havia sequer condições de um ser humano se adentrar naquelas águas para se banhar no final do dia após um dia inteiro de caminhada. Aquela lagoa oferecia muito risco aos futuros visitantes.

Embora a previsão do tempo não previsse chuva fomos pegos de surpresa por ela durante a noite e muitos de nossos pertences molharam. Ao amanhecer o dia acordamos e sem pressa, sem um horário definido para partir começamos a ajeitar nossas coisas. Quando guardamos tudo ao ponto de colocar as mochilas na costa e partir, fizemos uma reunião e discutimos todas as atividades desenvolvidas, todos deram sugestões, debatemos ideias de possíveis melhorias para a logística da travessia e etc, nos dirigimos a margem da lagoa e analisamos a possibilidade de cercar com uma tela um pequeno espaço margem da lagoa somente para banhar no final do dia e coletar água para preparar comida no futuro acampamento, ou seja estruturas e logística para os futuros visitantes. Neste momento percebemos que o junco, a vegetação que prencje asargens da lagoa estava se mexendo bem próximo a beirada, então queríamos descobrir se era piranha e fomos picando os pedaços de duas piranhas que haviam sobrado do dia anterior e os jogamos bem a beirada para testar a reação das que estavam na lagoa, a resposta foi imediata, atacaram ferozmente. Realmente precisariamos fazer uma proteção Bem segura com tela naquele local para podermos coletar água para o futuro acampamento.Em seguida precisávamos filtrar água para bebermos na volta da trilha, considerando o grupo de 7 pessoas e a média de 4 litros de água ao dia por pessoa do grupo, precisávamos de uma quantidade considerável de água, embora a caminhada de volta não durasse um dia por completo. Decidimos então filtrar 15 litros e caso precisasse de mais iríamos filtrar em alguma outra lagoa durante o caminho. Utilizando o filtro portátil Sawyer que tem a velocidade de filtragem muito lenta embora seja muito eficaz ao eliminar as impurezas, ficamos mais de 20 minutos na beira da água revezando a filtragem entre os companheiros pois o processo é feito a mão "apertando" o recipiente o que torna o procedimento um pouco cansativo.

Após terminarmos de coletar a água para beber nos juntamos ao resto da equipe que nos aguardava e quando fomos colocar as mochilas nas costas de repente fomos ouvimos gritos nos dizendo para colocar as mãos na cabeça, nos viramos e nos deparamos com um policial nos apontando uma arma. Fomos tomados de assalto. Esse foi o primeiro momento que vimos a polícia. Em seguida surgiram os outros 5 policiais, 3 deles eram nossos "colegas'" de trabalho pois estavam no parque frequentemente a serviço e nos conheciam muito bem, inclusive já participamos de operação juntos dentro do parque aprendendo materiais de caça e pesca utilizados por infratores. Nós os cumprimentamos e explicamos as atividades que estávamos fazendo porém os mesmos ignoraram. Oferecemos mostrar nosso DCE(diário de campo eletrônico) um aplicativo que todo funcionário do parque usa registrando diariamente suas atividades. E mesmo assim os policiais se recusaram a acreditar em nossas palavras. Nos deram voz de prisão e nos levaram presos. Foi aprendido com nós 3 varas do tipo "telescópio" e 1 vara molinete. E nenhum peixe( está tudo registrado no BO)pois como definido anteriormente em uma reunião junto ao ministério público, os peixes espécies exóticas retiradas nas lagoas no distante interior da mata poderiam servir de suprimento alimentar para quem realizasse a atividade e travessia, considerando que não haveria outra opção a não ser jogalos fora sendo que servem como alimento, portanto os comemos na noite anterior.

Caminhamos e ao chegar numa próxima lagoa onde haviam deixado um barco, atravessamos a lagoa utilizando o barco, sendo que não havia nenhum colete salva vidas, colocando nossas vidas em risco.

Desde o primeiro momento pedimos permissão para comunicar nossa chefia, pedido que nos foi negado e permitido somente quando chegamos ao 85 batalhão. Recebemos voz de prisão por volta das 9 horas da manhã e ficamos presos até por volta das 13h do dia seguinte, ou seja, mais de 24 horas presos injustamente, dormimos em um lugar conhecido como "corró", o local estava sujo, com urina no chão, fedendo e sujo de sangue pois segundo um preso que estava lá antes de chegarmos, a polícia havia espancado um detento.

Somos trabalhadores, pais de família e não criminosos. Fazemos todos os tipos de atividades necessárias para proteger o nosso parque. Já não temos apoio da PM para fiscalização no parque pois sempre que ligamos para eles nos atenderem em caso de invasão de algum caçador ou pescador, os mesmos alegam não haver efetivo suficiente para enviar. Agora de forma inusitada e misteriosa surgiu essa operação envolvendo 3 viaturas, 1 barco e 8 homens para prender trabalhadores no seu local de trabalho. Alegando a ausência de uma autorização em formato de papel, sendo que o IEF não necessita emitir uma autorização para si mesmo atuar dentro de sua própria área de atuação e gestão.

Os policiais mentiram no BO alegando que foram vistos chegando e que nós estávamos pegando camarão com a peneira e nos apressamos para sair e dispensamos objetos na água.
Dois dias depois surge um jornalblog chamado "voz do Leste" que repete essa mentira e inventa mais um monte de mentiras como 30 kg de camarão, dourado,pintado , rede de pesca, tarrafa e etc... O redator do jornal é tão burro que não sabe nem mentir. Onde já se viu 30 quilos de camarão? E se camarão é isca então cadê a vara para iscar? Dourado é peixe de rio e não de lagoa. Pintado não existe nas lagoas do parque do rio doce. Rede? Quero ver quem entra naquela lagoa infestada de piranhas para poder armar uma rede.E se foi realmente aprendido isso tudo com nós então porque não consta no BO?

Fica o mistério no ar! Cabe a cada um espectadores aqui analisar as narrativas e tirar suas próprias conclusões.”

Emily

23 de março, 2023 | 16:00

“Mas afinal de contas, haverá apuração se de fato eram atividades de manejo, ou pescaria em local proibido? Porque o mínimo que se espera é que existam relatórios e cronograma das atividade desenvolvidas na unidade de conservação.”

Nivaldo

23 de março, 2023 | 14:03

“? óbvio que vão proteger os servidores. Afinal, tomar medidas administrativas dá trabalho, e ninguém tá querendo trabalhar.”

Votador

23 de março, 2023 | 13:41

“Fica cada vez mais clara a má intenção dos agentes da "Lei".
Que a corporação não se deixe ir pra lama devido à má conduta de um único indivíduo...
Já identificado vazamento de fotos, a apreensão de espécie não existentes e o mais grave: TRATAR DE FORMA DESUMA OS PESQUISADORES. Ninguém tem o direito de destratar qualquer cidadão. Principalmente os agentes públicos que deveriam "SERVIR E PROTEGER".
Que a investigação seja clara"!”

Pescador de Ilusões

23 de março, 2023 | 12:28

“Qualquer um que conhece a região sabe que os tipos de pescado que saíram na mídia nem existem na região do Parque. Muito menos as quantidades de camarão absurdas 30kg? Só se vieram de Vitória ES. Engraçado que a foto da operação secreta da polícia vazou né? Será que foi um descuido dos policiais? Façam suas análises friamente e com o mínimo de pesquisa meu povo...”

Régis

23 de março, 2023 | 11:30

“Acho curioso como alguns comentários são construídos. Dizer que algo está errado ou suspeito porque contradiz a outra parte não tem lógica nenhuma. Se a versão de alguns agentes públicos vai contra o que outros alegaram, é a investigação que vai demonstrar de que lado está a verdade.
O que é certo é que o Parque do Rio Doce continuará sendo defendido e preservado para as presentes e futuras gerações, porque esta é a imposição da CF88 ao Poder Público e à coletividade.”

Eliomar Rodrigues da Silva

23 de março, 2023 | 11:16

“Conheço essa lagoa . Tem muito peixe exótico mesmo . Todas as expedições de pesquisa feitas dentro das áreas de preservação , tem que ter planejamento e autorização antes do início da execução . Pelo que percebi , os policiais estão certos . Briga de vaidades .”

Maria

23 de março, 2023 | 10:07

“Estranho mesmo é a reportagem que saiu com o relato dos policiais ambientais, não ter foto dos materiais de pesca e dos peixes "nativos" que segundo eles foram apreendidos, só uma foto tirada de longe dos funcionários é o suficiente para todo mundo acreditar nas informações expostas? Falar até papagaio consegue.
Quem trabalha dentro de uma unidade de conservação aprende a gostar da natureza, e com a lagoa do Bispo liberada para pescar, não têm porque fazer uma pescaria arriscada dessa só por bel prazer em fazer algo ilegal, segundo a polícia.”

Marlon

23 de março, 2023 | 06:40

“Deus abençoe ? a vida dos polícias, tenho fé e acredito na lei divina,pessoas trabalhando e são presas, pessoas trabalhando, trabalhando,tava matando e nem roubando.Pensando que ia fazer um bem pra todos, quem conhece o parque e os funcionários sabem, que não é nada disso que estão falando.So uma coisa não vamos desistir dessa travessia não, isso é só mais um produto para oferecer ao turista,para que ele possa fazer a travessia com segurança,sem acontecer nem episódio de chacina com o turista.fiquem esperto e procura se informar antes de acusar os outros.amanha pode ser você o injustiçado procurando por justiça.”

Lucio

23 de março, 2023 | 04:57

“Fazem de tudo p dificultar a visita no parque inclusive
Com horário de entrada e sainda p praticar pesca esportiva,”

Vitor

23 de março, 2023 | 01:23

“Me solidarizo com todos os funcionários do Parque Estadual do Rio Doce. Principalmente com aqueles que foram covardemente abordados por um agente da Polícia Ambiental. Aos bravos guerreiros, que lutam diariamente para a manutenção e preservação do maior fragmento contínuo da Mata Atlântica, digo que ergam a cabeça. Pois a péssima e repugnante atitude de comando de um agente da segurança pública, não irá abalar a reputação que os precede! E quem disser o contrário, que engula as próprias palavras. Pois compactuam com mentira e a desonestidade.”

Cabral

22 de março, 2023 | 23:33

“Estranho dessa versão dos fatos é que ninguém apresentou na reportagem nem uma foto das evidências "peixes, camarões, redes e tarrafas".
Ex: Se fosse uma grande apreensão de drogas tudo estaria bem organizado sobre uma mesa e daria uma bela foto.
Pra mim, tudo parece briga interna entre as partes envolvidas!”

Coroinha

22 de março, 2023 | 23:03

“Tem caroço nesse angu. Fica aqui algumas indagações: Por que o manejo ( peixe ) foi comido pelos funcionários ? Por que quando viram a PM correram todo mundo? Por que apressaram em desmontar o acampamento ? Por que ao avistar os PM começaram jogar peixes e restos de peixes na lagoa ? Por que a rápida desmobilização dos equipamentos? Os pescados encontrados em poder dos funcionários sendo: 30 kg de camarão sete barbas, 5 kg de peixe pintado, 4 kg de peixe-dourado e 3 kg de peixe curimbatá são espécie exótica ou são espécies nativas? É comum usar 7 redes de pesca, 4 tarrafas e 2 peneiras neste manejo? São indagações que precisam ser esclarecidas, por que se estavam de forma lícita no local, por que se amendrontaram?
Uma coisa também é certa, quando um não quer dois não brigam. Isso aí é muito mais além. Como diz o sábio Rei Salomão: Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade. Pode aprofundar e verás que é briga de ego e poder entre instituições.”

Ricardo

22 de março, 2023 | 21:22

“Achei muito estranho, se estava no ato legal porque assustaram e jogaram alguns objetos na agua, se fosse legal ficava tranquilo, tem muito b.o ai para o IEF explicar e a policia investigar.”

Lu Magalhães.

22 de março, 2023 | 21:11

“Que isso ô derrota heim,tem que haver comunicação entre o órgãos ..quer dizer quê os caras vão fazer um serviço numa área de preservação ambiental e sem nenhuma documentação kkkkk eu não entendi nada...isso so vem provar uma coisa, a burocracia neste pais só funciona em riba do cidadão de bem.kkkkk”

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