22 de março, de 2023 | 21:25

Ministério Público pede a condenação de motociclista que causou acidente fatal no Cidade Nobre

O Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) denunciou ao Juízo da Vara de Execuções Penais, Cartas Precatórias Criminais e do Tribunal do Júri da Comarca de Ipatinga o motociclista Alan Carlos Vieira Silva, de 18 anos, que em 8 de julho de 2022 provocou um acidente que deixou uma pessoa sem vida e duas gravemente feridas.

O acidente aconteceu na avenida Simon Bolívar, bairro Cidade Nobre. O entendimento do MP é que, agindo com excesso de imprudência e negligência, o motociclista praticou, na faixa de pedestres, homicídio culposo na direção de veículo automotor. A passageira da moto, Júlia Rodrigues Dutra, de 17 anos, morreu em decorrência dos ferimentos depois de ficar 12 dias hospitalizada, conforme noticiado à época pelo jornal Diário do Aço.

“Ainda, nas mesmas circunstâncias de tempo e local, o denunciado, agindo com excesso de imprudência e negligência, praticou, na faixa de pedestres, lesões corporais culposas na direção de veículo automotor, contra as vítimas J.S.D., de 33 anos e J.L.S., de 60 anos, bem como dirigiu veículo automotor em via pública, sem a devida permissão ou habilitação para dirigir, gerando perigo de dano aos demais usuários da via”, relata o promotor Jonas Junio Linhares Costa Monteiro.

O acidente

Conforme consta na denúncia, o jovem inabilitado trafegava do bairro Esperança para o bairro Cidade Nobre, na condução de uma motocicleta Honda CG 125 Titan Ks, transportando como passageira a adolescente Júlia Rodrigues Dutra. Em determinado momento, um carro à frente da moto parou na faixa de pedestres para que J.S.D. atravessasse.

Em função da velocidade da motocicleta, o inabilitado decidiu fazer uma ultrapassagem pela esquerda, acertando em cheio a pedestre que passava na faixa. Ao bater na mulher, o condutor perdeu o controle da direção da moto, invadiu a contramão e colidiu frontalmente com a motocicleta conduzida por J.L.S., que por sua vez caiu e teve ferimentos graves.

Vítimas

A passageira da moto do inabilitado foi projetada no asfalto e teve que ser socorrida por uma equipe do SAMU com traumatismo cranioencefálico. Ela não resistiu aos ferimentos e morreu 12 dias depois de hospitalizada.

A pedestre J.S. permaneceu em coma por cinco dias e até esse mês de março de 2023 ainda sofre as sequelas do acidente. Já o condutor da outra motocicleta, J.L., teve um dos dedos de um dos pés amputado, ocasionando danos irreparáveis.

“Apurou-se, por fim, que o delito foi praticado com excesso de negligência e imprudência, na medida em que o acusado, deixando de observar os deveres de cuidado objetivo, assumiu a direção de veículo automotor mesmo sendo inabilitado, conduzindo-o de forma perigosa, empregando alta velocidade e realizando manobras indevidas, comprometendo, assim, a segurança dos demais usuários da via pública”, enfatiza o promotor Jonas Monteiro.

Já publicado:
Jovem sem CNH provoca grave acidente no Cidade Nobre com três feridos

Rachas

A denúncia destaca que o denunciado é adepto à prática de “rachas” (demonstração pública de manobras com veículos) e, mesmo após se envolver em um acidente fatal, publicou em seu perfil no Instagram imagens em que praticava tais atos, “demonstrando desprezo pela vida humana e se vangloriando perante seus seguidores”, observa o relatório.

Com isso, o representante do MPMG pede a condenação do motociclista por homicídio culposo da adolescente que transportava, agravado pelo fato de ser inabilitado e ter atropelado uma pessoa na faixa de pedestres e, entre outros feitos, pede que seja condenado a reparar os danos materiais e morais causados pela prática delitiva às vítimas.