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26 de março, de 2023 | 10:00

Bronquiolite pode apresentar forma mais grave em crianças de até dois anos de idade

(Silvia Miranda - Repórter do Diário do Aço)
Arquivo Pessoal
Pediatra Naiara Ferreira alerta que casos da doença chegaram mais cedo este anoPediatra Naiara Ferreira alerta que casos da doença chegaram mais cedo este ano

Nas semanas anteriores, pais e comunidade escolar têm percebido um aumento no número de casos de crianças com sintomas de tosse, febre, coriza e mal-estar, que muitas vezes indicam um resfriado comum e sem motivos para preocupação. Com os mesmos sintomas, a bronquiolite, doença de transmissão respiratória, é mais preocupante e pode acarretar casos graves. A pediatra que atua em Ipatinga, Naiara Rodrigues Mendes Ferreira, explica que a doença é mais comum no outono e requer atenção especial em bebês de até seis meses.

A bronquiolite é uma doença viral que tem como principal causador o vírus sincicial respiratório (VSR), que circula mais no outono/inverno, porém neste ano a temporada começou mais cedo e foram registrados casos mais frequentes a partir da segunda semana de fevereiro. “É importante ressaltarmos que é uma doença que atinge as pequenas vias aéreas das crianças, predominantemente os lactentes que são as crianças menores de dois anos”, apontou a pediatra.
Os casos da doença podem ser ainda mais graves nos bebês menores de seis meses de vida, causando dificuldade respiratória. “A criança tem dificuldade na troca do oxigênio e com isso fica rapidamente cansada, com esforço respiratório e aumento da frequência respiratória. Os pais podem perceber pelo aumento do número de vezes que elas respiram por minuto e o esforço na hora de respirar”, detalhou.

Cuidados
A bronquiolite é uma doença de transmissão respiratória, ou seja, os bebês pegam no contato com pessoas com sintomas como tosse, espirro e coriza. “O problema é que muitas vezes essas pessoas não apresentam os sintomas, mas elas já estão infectadas. Então o ideal é que quanto mais novo for, esse bebê fique mais restrito ao seu domicílio com o menor número de visitas possível. Essa é a prevenção mais eficaz da transmissão da bronquiolite”, alerta Naiara Ferreira.

Internações
A pediatra explica ainda que quanto mais nova é a criança infectada, principalmente nos casos de bebês menores de seis meses, maior é o risco da necessidade de internação e uso de oxigênio. “Porque eles têm menos recurso, tem uma musculatura mais frágil e uma imunidade ainda pouco desenvolvida, o que aumenta o risco de desenvolverem doenças mais graves”, esclareceu.

Números
Questionada sobre o número de casos de bronquiolite na Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA), a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por meio da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Coronel Fabriciano, alega que a bronquiolite não é doença de notificação compulsória, ou seja, a sua comunicação não é obrigatória à autoridade de saúde. Portanto, não é possível o levantamento dos dados específicos sobre casos.

Conforme o sistema TabWin, disponível no site DataSUS, do governo federal, dados atualizados em janeiro de 2023 apontam que foram registradas quatro internações por causa da doença durante no ano de 2022 e nenhuma em 2023, em Coronel Fabriciano. Em Ipatinga, foram 98 internações por causa da doença durante o ano de 2022 e seis internações em 2023. Em Timóteo, foram registradas 11 internações por causa da doença ano passado e uma internação neste ano. Já em Santana do Paraíso não foram registradas internações por causa da doença nestes dois anos.


Doença pode levar à morte


Conforme dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os sintomas de coriza, tosse, febre e mal-estar podem ser um quadro provocado pelo vírus sincicial respiratório (VSR), agente causador de doenças como a bronquiolite, inflamação que dificulta a chegada do oxigênio aos pulmões. Provocada por vírus, a doença ocorre sazonalmente, sendo sua incidência mais frequente nos meses de outono e inverno no Brasil, principalmente em crianças até dois anos de idade. A Fiocruz alerta para a prevenção e o diagnóstico para evitar casos graves.

Ainda segundo a Fiocruz, o VSR é responsável por até 75% dos casos de bronquiolites e 40% das pneumonias, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). A bronquiolite pode levar à morte, principalmente em bebês nos primeiros meses de vida e em pacientes com comorbidades (prematuros), já que a doença pode acometer de forma grave os pulmões, causando insuficiência respiratória.
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