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26 de março, de 2023 | 06:00

Era Pepa

Fernando Rocha

O português Pedro Miguel Marques da Costa Filipe, o Pepa, de 42 anos, assumiu o comando técnico do Cruzeiro na última quinta-feira, em substituição ao uruguaio Paulo Pezzolano, que deixou o clube com os maus resultados no Campeonato Mineiro, após realizar a campanha vitoriosa em 2022 que o trouxe de volta à elite do futebol nacional, depois de sofrer durante três anos na segunda divisão.

Nas redes sociais, a torcida recebeu o novo treinador celeste com ceticismo, entendendo que se trata de mais uma aposta da direção da SAF/Cruzeiro, pois com o plantel atual e sem contratar reforços de melhor qualidade técnica, as chances de dar errado são maiores.

Pepa, que terá sua primeira experiência na carreira à frente de um time grande, conta com pouco mais de 20 dias para se adaptar ao futebol brasileiro e implantar uma nova filosofia de trabalho, para fazer a estreia no Campeonato Brasileiro fora de casa contra o Corinthians.

Vai precisar de muita competência e habilidade para convencer jogadores rodados, contratados como “oportunidades” de mercado, a comprar sua ideia e formar um time competitivo, capaz de brigar do meio para cima e não flertar com o rebaixamento na parte de baixo da tabela.

Chance à base
O Atlético está se desfazendo de dois atacantes reservas, Eduardo Sasha e Ademir, que não conseguiram emplacar em 2023 sob o comando do técnico Eduardo Coudet, para reforçar o caixa e diminuir as despesas com a folha salarial dos atletas.

Ademir, de 28 anos, chegou de graça ao Atlético e estaria indo para o Bahia por cerca de R$ 15 milhões; Sasha, de 30 anos, que custou perto de R$ 10 milhões dois anos atrás, pode se transferir ao Bragantino por menos da metade desse valor.

A dúvida do torcedor alvinegro é: vão fazer falta ao Atlético? Não, é a minha resposta. Além dos dois, Eduardo Coudet tem à disposição no elenco alvinegro outras cinco opções para o ataque: os titulares Hulk e Paulinho, os reservas Eduardo Vargas, Cristian Pavón e Alan Kardec, que está no departamento médico há bastante tempo e deve voltar em breve.

Mesmo tendo um calendário apertado nesta temporada, acho que a diretoria não deve repor as saídas com novas contratações, mas, sim, dar oportunidades aos garotos da base, como o valadarense Isaac, de 18 anos, destaque na última Copinha e que continua arrebentando no Sub-20.

Até por necessidade, enquanto a SAF não vem, torna-se primordial valorizar a base, que precisa ser mais bem entendida pela torcida, que não tem com a prata da casa a mesma paciência que demonstra com alguns medalhões do time.

FIM DE PAPO

O elenco atual do Galo tem apenas cinco jogadores que saíram das divisões inferiores: os goleiros Matheus Mendes e Gabriel Delfim, os zagueiros Natan Silva e Jemerson, além de Rubens, que é meio-campista de origem e lateral improvisado. Muito pouco para um dos maiores clubes do país e do continente, que possui estrutura invejável e investe, anualmente, milhões de reais nas categorias de base.

Nos 115 anos de sua existência, comemorados ontem, somente nas décadas de 70 e 80 do século passado foi quando se viu o Atlético com maioria de pratas da casa entre os titulares. A geração de Reinaldo, Cerezo, Marcelo, Paulo Isidoro, João Leite, Heleno, Luisinho, entre outros craques, formada graças ao trabalho quase voluntário de gente como Zé das Camisas, não teve sequência.

A fase de lua de mel entre Ronaldo Fenômeno e a torcida do Cruzeiro acabou com a má campanha do time no Campeonato Mineiro e o receio de um iminente fiasco no Brasileiro. A reação da torcida azul nas redes sociais, rejeitando de forma veemente e esmagadora a mudança no visual dos mascotes Raposão e Raposinha é uma prova disso. Nem a apresentação do novo técnico Pepa no mesmo dia, conseguiu diminuir a revolta da China Azul com os novos modelos apresentados.

No futebol ainda predomina um ambiente machista, homofóbico, que vem mudando lentamente com as campanhas de conscientização. Muito dessa reação da torcida azul tem a ver com esse ambiente, mas, sobretudo, com a fase ruim do time e a falta de sensibilidade e competência do Departamento de Marketing do clube que, sem fazer pesquisa de mercado ou com um número representativo de torcedores, resolveu por conta própria fazer as alterações no visual do Raposão e do Raposinha que não agradaram à maioria absoluta da torcida.

Ronaldo Fenômeno e seus funcionários de confiança do Cruzeiro/SAF ainda não se deram conta do tamanho do clube que compraram. Pega muito mal para o dono dizer a todo instante, nas redes sociais, que se não o comprasse o Cruzeiro “ia acabar”. Outra atitude impopular do Fenômeno é quando diz em suas lives, de forma prepotente e arrogante, que tem de ser assim, assado e pronto, não admitindo contestações às suas decisões, como no imbróglio que acabou retirando os jogos do time da sua “casa” que é o Mineirão. (Fecha o pano!)
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