22 de abril, de 2020 | 10:00

Bastidores da política indicam nomes à disputa da Prefeitura de Timóteo

Número pode sofrer alteração, para mais ou para menos, como já é tradição nas eleições municipais

Em ano eleitoral, é comum ouvir nomes de pré-candidatos a prefeito e vereador em cada canto da cidade. A seis meses das eleições municipais – caso a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) não influencie no calendário e adie o pleito -, Timóteo tem, até o momento, seis pretendentes a candidatos ao posto de chefe do Executivo municipal, sendo que três deles são de uma mesma sigla e certamente somente um iria para a disputa.

Além do prefeito Douglas Willkys (PSB), figuram na lista de pré-candidatos Renato Martins (MDB); Geraldo Hilário, José Constantino Coronel e o delegado Jorge Caldeira, os três filiados ao PSD, que naturalmente teria que escolher um, caso não opte por uma aliança de última hora. Além disso, é comentado o nome da psicopedagoga Jenifer Graciele Rodrigues Gomes Vieira, que viria como candidata pelo PT.

Promessas

Procurado, o prefeito Douglas Willkys, que assumiu após vencer a eleição extemporânea de 2018, informou, por meio de sua assessoria, que não vai se posicionar sobre a eleição nesse momento. Já o médico e ex-vice-prefeito Renato Martins confirmou ser pré-candidato pelo MDB e acredita que poderá contribuir com o município, caso eleito. “Trazendo experiência, principalmente no pós-pandemia, em que temos que ter projetos para o desenvolvimento da nossa cidade, com o objetivo de retomar nossa economia e ofertar novas oportunidades de emprego para a população. Como médico, pretendo fazer melhorias no nosso sistema de saúde que está precário”, avaliou.

Integrante dos quadros do Partido dos Trabalhadores (PT), Jenifer Graciele Rodrigues Gomes Vieira colocou, pela primeira vez, seu nome à disposição para concorrer a uma eleição. “Tomei essa decisão porque acredito que está na hora de mais mulheres ocuparem os espaços na política. A primeira mulher eleita como presidenta do Brasil sofreu um golpe, perseguições e foi destituída de forma covarde (Dilma Rousseff, em 2016). Não cometeu nenhum crime como foi noticiado. E desde então, o meio político, que sempre foi hostil para as mulheres, ficou ainda mais temido. É um desejo grande poder representar as mulheres na esfera política, combatendo o preconceito e lutando pelo fim da desigualdade social e cultural”, vislumbrou.

Dentro do PSD, a informação inicial é de que a primeira opção do partido seria do ex-prefeito Geraldo Hilário Torres que, entretanto, tem questões pendentes na esfera da Justiça Eleitoral (foi cassado no meio do mandato, pela segunda vez, em 2018). Caso esteja inviabilizado de alguma forma, outras duas opções poderiam ser lançadas: o delegado Jorge Caldeira, que está em articulações com diversas lideranças e José Constantino, o Coronel, advogado e dirigente conhecido no futebol amador do Vale do Aço (preside, pela terceira vez, a Liga Acesitana de Desportos – LAD). Geraldo Hilário afirmou que o PSD terá sim candidatura própria e que ele estaria “juridicamente apto”.

“A inelegibilidade terminou em 5 de outubro de 2016, como a eleição foi dia 3, por dois dias fui injustamente retirado do cargo. Creio que serei o próximo prefeito. Quando saí da prefeitura deixei vários projetos em andamento, alguns estão sendo encaminhados, como pavimentação asfáltica em várias ruas, recursos que busquei junto ao Ministério das Cidades e por meio de emendas parlamentares, como para a UPA, a iluminação de LED, dentre outros. Alguns foram engavetados como o projeto Corujão, a Praça do Inox, bem como o projeto revolucionário ‘Timóteo Capital do Inox’. A pandemia Covid-19 está sendo enfrentada de forma tímida, em minha opinião. Penso que o município perdeu com a atitude do Supremo em retroagir e provocar várias eleições no Brasil. Em Timóteo provocou um break (quebra) num projeto administrativo que elevaria a cidade a um patamar de gestão nunca antes visto, e que melhoraria qualidade de vida dos timoteenses”, afirmou Hilário.

Imbróglio

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu pela cassação do então prefeito Geraldo Hilário, condenado por abuso do poder político em 2008, o que o deixou inelegível até o ano de 2016. No dia 17 de maio de 2018, o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) determinou a realização de um novo pleito. Naquele ano, Douglas Willkys venceu a eleição e assumiu a cadeira do Executivo de Timóteo. Entretanto, teria outra pendência judicial em esferas superiores, que geraria questionamentos difíceis de serem superados pelo médico pediatra Geraldo Hilário Torres.

José Constantino, o Coronel, acredita que é preciso ter uma visão além de quatro anos, pensando num futuro a médio e longo prazo. “Precisamos melhorar a saúde, na educação temos de buscar o tempo integral, para tirar as crianças e adolescentes da marginalidade, da droga, fazer com que se distanciem do traficante e do bandido. O grande gargalo são os compromissos que se faz na pré-campanha e campanha, com os candidatos, e isso inviabiliza uma administração futura. Por isso, o PSD definiu caminhar sozinho, com um grupo forte, para ganhar e administrar uma cidade do porte de Timóteo. Queremos buscar a realização do sonho de uma avenida sanitária, fazendo com que o trânsito flua melhor. A frota de veículos é grande e com isso os horários de pico inviabilizam o transporte rápido. Precisamos dar agilidade e qualidade de vida à nossa comunidade. É fundamental também buscar parceria com as grandes empresas de Timóteo, um polo tecnológico, porque não temos nem terreno para trazer novas empresas. Precisamos buscar a tecnologia para gerar emprego e renda para nosso município”, ansiou.

A reportagem tentou contato com Jorge Caldeira, por meio de ligações e mensagens, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

PSOL

O Diário do Aço apurou que o Psol também teria um nome para a disputa. Entretanto, em contato com pessoas ligadas à direção do partido, fomos informados de que no momento a legenda está em fase de reestruturação em Timóteo, reorganização esta junto ao Diretório Estadual. “Na próxima quinta-feira, dia 23, faremos uma reunião virtual. Dentre as pautas está a formação da nova Comissão Executiva. Sendo assim, somente após este dia teremos um presidente, bem como as demais funções estabelecidas. Quanto à viabilidade de possíveis pré-candidaturas pelo PSOL Timóteo, só debateremos após a reunião”, informaram essas fontes que respondem interinamente pelo partido no município.
 

PCdoB

O PCdoB de Timóteo, a exemplo do que vem ocorrendo em nível nacional, lançou o Movimento 65, uma plataforma cívica e eleitoral com vistas às eleições deste ano. Além de compor uma chapa para concorrer à Câmara Municipal, o Movimento 65 discute internamente a possibilidade de lançar uma candidatura própria à prefeitura. Dentre os nomes mais cogitados, destaca-se o do advogado e ex-vereador Eduardo Carvalho. Conforme o presidente do partido, Fagner Souza: “O nosso movimento surgiu com o objetivo de reascender a esperança do nosso povo, desbravar alternativas e buscar saídas para a cidade de Timóteo. Dessa maneira, caso o Movimento 65 opte por uma pré-candidatura própria à Prefeitura, faremos isso de maneira coerente, honesta e transparente, em diálogo com os nossos filiados, a fim de oferecer nomes que estejam à altura desse desafio”, salientou.

Parlamentares trocam de partidos

A exemplo dos colegas parlamentares de Ipatinga e Coronel Fabriciano, os vereadores de Timóteo também aproveitaram a janela partidária e se encaixaram em outras legendas. As exceções são o presidente da Câmara, professor Diogo (PCdoB), Geraldo Nanico (PSD), Binha e Ivair, ambos do PSB.

A pastora Sônia Andrade deixou o PP e migrou para o PSC, assim como Gualberto (antes no PSDB) e Zizinho (ex-Cidadania). O partido Rede ganhou Careca, que deixou o PRB e Dr. José Fernando (saiu do PP), além de Tibata (desfiliou-se do PT).

Adriano Alvarenga saiu do PMB e foi para o Cidadania; Moacir de Castro, ex-PSDB, agora faz parte do PSL. Para o PSB foram três parlamentares: Raimundinho (ex-PCdoB), Perdigão (deixou o PP) e Alexandre Maria (saiu do PSDB).

Propensos candidatos

Para o posto de vereador, centenas de nomes têm sido colocados na cidade. Alguns nomes de figuras mais conhecidas são citados após as filiações do início do mês, como os do Professor Ronaldo (MDB), Dayane Cruz (Avante), Renata Liberato, Viviane Pontes, Vinicius Bim (PT), Fabiano Ferreirah (Cidadania), também a professora aposentada e pedagoga Rosely Miranda (Solidariedade), do ex-prefeito petista Keisson Drumond, do sindicalista Carlos Vasconcelos e o goleiro de futebol amador timoteense Patrick Camata, ambos do Avante; professor Flávio Barony (Rede), Edna Passos (Rede), Felipe Siqueira (PSC) e o ex-vereador, Natinho (Rede).