30 de setembro, de 2021 | 13:54

Inflação volta com força - veja orientações para se adequar

Reinaldo Domingos *

Situação de alerta: a inflação voltou e a situação pode se agravar muito ainda nos próximos meses. Dados de previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), já considera que o país vai fechar em 8,45% neste ano. Esse dado está no último Boletim Focus e a estimativa é que continue a elevação.

Contudo, para quem frequenta qualquer supermercado, feira ou varejão sebe que a situação é muito mais preocupante, e quem vai a um posto de combustíveis então, é fácil constatar em que esse aumento não representa a realidade no bolso dos brasileiros, que tem sofrido muito mais com a inflação real, que é outra em relação à inflação oficial.

Se o índice do governo assusta, o índice do bolso da população desespera, pois o principal vilão das finanças da população é a inflação real. Ela causa a perda do poder aquisitivo do dinheiro. Mesmo os poupadores perdem dinheiro com o vilão da inflação verdadeira. Praticamente nenhuma aplicação consegue repor a perda desse valor.

Precisamos ficar atentos com o dinheiro que se ganha e, principalmente, como se gasta. O impacto da alta dos preços para população é muito maior do que os números oficiais apontam.

Quanto era possível comprar antes com uma simples nota de R$ 100 e quanto é possível comprar agora? A resposta o próprio Governo Federal deu, com o lançamento de uma nova nota de R$ 200.

Por isso, antes de tomar qualquer decisão com base no índice oficial de inflação é preciso uma análise aprofundada dos gastos. É preciso saber o que mais aumenta os gastos. Por fim, haverá o benefício de eliminar gastos desnecessários que minimizam a capacidade de poupar e realizar sonhos.

Ao perceber o real impacto da inflação em sua vida, o consumidor poderá também observar que o aumento de seu salário não arcará com o aumento do custo de vida, não responderem mesmo as perdas inflacionárias oficiais, sendo necessário repensar o consumo.

Já em relação ao aumento dos alimentos, a única orientação possível é realizar uma melhor pesquisa de preço e que repense seu cardápio diário constantemente, pensando em produtos que possam se adequar a uma refeição saudável e mais barata. Acredite, é possível, mas demanda um pouco de tempo, pesquisa e criatividade.

"Ao perceber o real impacto
da inflação em sua vida, o
consumidor poderá também
observar que o aumento de
seu salário não arcará com
o aumento do custo de vida"


Veja mais algumas orientações sobre o tema:

- Sempre poupe: é fundamental guardar uma quantidade de dinheiro todos os meses, mesmo que seja pequena. O importante é criar o hábito de guardar dinheiro. O segredo para isso é que não se deve guardar o que sobra do mês, pois dessa forma dificilmente irá sobrar. Recomendo que separe o valor desejado assim que você receber o salário, evitando com que a quantia faça parte das contas do mês.

- Reveja os gastos: reveja as contas dos meses passados e identifique quais foram os maiores gastos e veja o que pode reduzir. Mas, o mais importante é identificar todos as contas, os pequenos gastos são os mais importantes para manter um orçamento saudável, pois é onde as pessoas costumam se descontrolar na economia. Os gastos em excesso de uma família podem chegar a 30%.

- Reserva estratégica: mantenha sempre valores guardados para gastos extras e ‘emergenciais’, procure ter guardados mais que seis meses da renda atual. Se for possível, estenda o valor para até 12 meses de salário.

- Pense na aposentadoria: aumente suas contribuições para uma futura aposentadoria, para garantir que você tenha uma boa quantia quando precisar. Recomendo analisar o quanto se ganha e por quanto tempo se pretende manter o padrão de vida atual para escolher o melhor caminho para poupar.

- Descontos sempre: Um dos maiores investimentos que a pessoa pode fazer é conseguir descontos, assim deixa a vergonha de lado e sempre que puder tente reduzir os preços que pagará de um produto ou serviço.

- Tenha sonhos: O grande caminho para melhorias nas finanças é traçar objetivos e ter sonhos. Com base nisso é muito mais fácil controlar o dinheiro, podendo dar foco nos objetivos de devem ser mais de um, pensando em curto, médio e longo prazo.

* PhD em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin - https://www.abefin.org.br) e da DSOP Educação Financeira (https://www.dsop.com.br). Autor de diversos livros sobre o tema, como o best-seller Terapia Financeira. Está à frente do canal Dinheiro à Vista

Obs: Artigos assinados não reproduzem, necessariamente, a opinião do jornal Diário do Aço
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário