22 de outubro, de 2021 | 10:02

Liberação do Aeroporto Regional ainda depende do fim das obras e da Anac

Tiago Araújo
Ronan Fernandes informou que a previsão é que as obras no Aeroporto Regional sejam entregues neste mês de outubro, porém carece a Anac vistoriar para autorizar voosRonan Fernandes informou que a previsão é que as obras no Aeroporto Regional sejam entregues neste mês de outubro, porém carece a Anac vistoriar para autorizar voos

Fechado oficialmente há 17 meses, o Aeroporto Regional do Vale do Aço, em Santana do Paraíso, está com suas obras de remodelagem da pista e pátio de aeronaves quase concluídas, faltando somente a pintura da pista de pousos e decolagens. A informação é do funcionário da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e superintendente do equipamento, Ronan Fernandes, em entrevista ao Diário do Aço. O terminal está fechado desde maio de 2020 para a realização das obras, que foram iniciadas apenas em abril deste ano, com dinheiro do Fundo Nacional de Aviação e contrapartida do governo estadual.
 
Na entrevista, Ronan Fernandes ressaltou que as obras são de responsabilidade do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER-MG), e apontou o que ainda falta para concluir os trabalhos. “Nós estamos aguardando a finalização da reforma para liberar a pista do terminal para operação e para retomar os voos regulares. A grande parte das obras já foi concluída. Estamos agora na etapa de finalização, executando a pintura do pátio e da pista. Portanto, a parte mais pesada das obras já foi concluída e a nossa previsão é que sejam entregues ainda neste mês de outubro, para que possamos retomar as operações em dezembro deste ano”, destacou. A liberação para pouso e decolagem de aeronaves é de responsabilidade da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que dará esta autorização após receber, analisar e aprovar todos os documentos e relatórios alusivos às obras.

Expectativas

O superintendente do Aeroporto Regional também afirmou que as expectativas para a reabertura do terminal são as melhores possíveis. “O aeroporto é um equipamento muito importante para a região do Vale do Aço. Tem mais de um ano que está fechado e somos constantemente cobrados pelo retorno das suas operações. Vale destacar que vamos retomar exatamente no mesmo nível de operação que tínhamos antes do fechamento do terminal”, enfatizou.

Planos de expansão

Ronan Fernandes ainda acrescentou que, após a entrega desta etapa de remodelagem, existem planos de expansão da estrutura do Aeroporto Regional no futuro, de modo que seja possível trazer novas companhias aéreas e novas possibilidades de rotas de voos para o Vale do Aço, o que, mesmo com essa reforma, não será possível. Trata-se do Plano Diretor de Ampliação do Aeroporto, de forma a torná-lo autossuficiente e viável economicamente, além de possibilitar o transporte de cargas. “Essa previsão é ainda um planejamento futuro (pelo documento gerado junto à Agência da Região Metropolitana do Vale do Aço, dentro de cinco anos). Atualmente estamos gastando energia na retomada dos voos o mais rápido possível, mas em paralelo a isso, já estamos vislumbrando a possibilidade de expansão do Aeroporto Regional. Além disso, a Azul já solicitou as vagas para operação no terminal, que estão confirmadas. Estamos dependendo agora das finalizações das obras de reforma e da autorização da Anac para voltar a operar voos no aeroporto”, pontuou.

Início das obras

A restauração do pavimento da pista de pouso e decolagem do Aeroporto Regional do Vale do Aço teve início no dia 8 de abril deste ano. Os serviços começaram após a assinatura da ordem de serviço pelo governador Romeu Zema (Novo). Atualmente, o terminal é administrado pela Infraero. A previsão era que os trabalhos da reforma fossem concluídos em até 120 dias, ou seja, até agosto deste ano, mas até o momento não foram finalizados. A empresa responsável pelos serviços é a LCM Construção e Comércio S/A.

Serviços

Conforme a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra), os recursos para a execução das obras são de R$ 13,2 milhões, dos quais R$ 12 milhões são oriundos de repasse da União, por meio da Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC) e R$ 1,2 milhão de contrapartida do Estado. Dentre os serviços previstos no projeto de reforma estão obras de restauração do pavimento da pista de pouso e decolagem, das taxiways, do pátio de aeronaves, além da execução da nova sinalização horizontal das taxiways e do pátio de aeronaves do aeroporto. 
 
 

Mesmas aeronaves e ainda sem uma previsão oficial de voos


Em palestra para as diretorias da Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Prestação de Serviços de Ipatinga (Aciapi) e da Câmara de Dirigentes Lojistas de Ipatinga, Ronan Fernandes deixou claro que as obras realizadas não possibilitam a operação de aeronaves diferentes daquelas habitualmente utilizadas pela Azul Linhas Aéreas nos voos de Ipatinga para Belo Horizonte, ou seja, o ATR 72-600, com capacidade para até 72 passageiros. E o número de voos deverá se manter em cinco horários diários, como anteriormente.

Ronan acrescenta que um dos motivos é a sala de embarque, que possui apenas 70 lugares, só há uma esteira para recebimento das bagagens, dentre outras limitações. Com isto, está confirmado que o Aeroporto Regional retomará as atividades com as mesmas aeronaves que eram operadas anteriormente. Na mesma exposição aos empresários, Ronan revelou, ainda, que outras companhias aéreas não se interessam em operar a partir de Ipatinga, por possuírem aeronaves de maior porte. Embora a pista de pouso e decolagem comporte jatos como o Embraer 195, com 2.004 metros de extensão, maior até que a pista do aeroporto de Congonhas (SP), que tem 1.940 metros, as instalações do aeroporto (salas de espera, salas de embarque e esteira de bagagem) não são adequadas para um número maior de passageiros. Com isso, fica adiada a expectativa da chegada de novas companhias, o que geraria concorrência e possibilidades de reduzir o preço das passagens.

Outra informação é que a Azul está disponibilizando bilhetes para embarque a partir de 1º de dezembro, porém, a confirmação se haverá mesmo voos só virá depois que a Anac expedir documento neste sentido. A Agência responsável pela aviação no Brasil deverá receber o documento conclusivo do DEER e da Infraero até o fim deste mês, segundo o superintendente.

Ronan acrescentou que o Aeroporto Regional do Vale do Aço não tem autonomia, e pertence ao Internacional de Belo Horizonte, em Confins. A torre de controle de voos, por exemplo, é operada em Confins. É necessária uma ampliação do equipamento, bem como injução de forças políticas para que altere o seu status. Atualmente, o aeroporto é d propriedade do Estado de Minas Gerais, ainda sem previsão de sua concessão à iniciativa privada, em razão de ser deficitário.

 

Terminal de Governador Valadares fechará em dezembro


O representante da Infraero informou que, quando o Aeroporto Regional reabrir em Santana do Paraíso, os passageiros com destino, ou com viagem a partir de Governador Valadares, terão que se deslocar para Ipatinga. É que terão início as obras de ampliação da pista do aeroporto da cidade do Vale do Rio Doce, o que impossibilitará pousos e decolagens por um certo período. Atualmente, estão em fase de conclusão as obras das dependências daquele equipamento. Com todo processo concluído, o aeroporto de Valadares, que pertence ao município, poderá receber mais de um milhão de passageiros por ano. O Aeroporto Regional do Vale do Aço comporta atualmente somente 300 mil passageiros/ano.

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Comentários

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Claudio Lemes Louzada

22 de outubro, 2021 | 15:48

“1 - Nos países sérios e desenvolvidos, pista de aeroporto é construída em cimento Portland que dura 21 anos sem manutenção, já as de asfalto requerem manutenção a cada 05 anos e são indicadas para aeródromos.
2 - Embora a pista de Ipatinga seja maior que a do aeroporto de Congonhas, a resistência do piso é baixa PCN 33, do inglês Pavement Classification Number, enquanto em Congonhas é PCN 50, o que permite aeronaves bem maiores operando com peso máximo.
3 ? Aeroporto de carga requer infraestrutura melhor ainda. São as aeronaves mais pesadas e maiores. Nesse caso, é aconselhável uma pista de 2.500 x 45m e PCN 60 ou superior.
4 ? Falta ao aeroporto uma atualização do voo por instrumento com o moderno ILS.”

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