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01 de novembro, de 2021 | 09:39

Corpos de mortos em confronto com a polícia no Sul de Minas são levados para Belo Horizonte

Reprodução
A polícia acredita que as pessoas mortas no confronto com a polícia são ligadas a  grupo criminoso PCCA polícia acredita que as pessoas mortas no confronto com a polícia são ligadas a grupo criminoso PCC

A Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais informou que a Polícia Civil vai trabalhar, nesta segunda-feira (1), na identificação das 26 pessoas mortas em confronto com o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da Polícia Militar e o GRR Grupo de Resposta Rápida da Polícia Rodoviária Federal em dois sítios na cidade de Varginha, no Sul de Minas, na madrugada de domingo 31 de outubro. Os corpos foram levados para o Instituto Médico-Legal (IML) da capital mineira.

A polícia informou à imprensa da capital que os envolvidos possivelmente são ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que têm representantes dentro dos presídios brasileiros e são indivíduos de lugares como São Paulo, Rondônia, Goiás, Distrito Federal, Triângulo Mineiro, entre outros locais. A quadrilha teria atuado nos golpes do Novo Cangaço em Criciúma, em Araçatuba e Uberaba, quando as cidades foram "sitiadas" pelos criminosos para praticar roubos a banco.

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O arsenal apreendido é formado, principalmente por fuzis, galões contendo gasolina para incêndios, coletes a prova de bala, entre outros  O arsenal apreendido é formado, principalmente por fuzis, galões contendo gasolina para incêndios, coletes a prova de bala, entre outros

Um dos mais recentes ataques da quadrilha foi na cidade paulista de Araçatuba, em 30 de agosto, quando três pessoas morreram e seis ficaram feridas durante a ação. No ataque, os criminosos usaram armas antiaéreas e até drones na operação, conforme noticiado pelo Diário do Aço, à época.

Na operação, foram apreendidos 20 fuzis, além de pistolas, uma metralhadora ponto 50, que derruba aeronaves, bombas, combustível, dezenas de coletes, centenas de munições de fuzis, além de nove veículos roubados e uma carreta com compartimento secreto, que seria usada na fuga.

A Delegada Renata Rezende, delegada Regional de Varginha, afirma que agora o trabalho da Polícia Civil está centrado na identificação dos mortos e quais são as suas ligações com o crime organizado.

Para o inspetor Aristides Junior, porta voz da Polícia Rodoviária Federal, o diferencial desta operação foi agir antes do crime e não durante o ataque dos criminosos aos bancos.

Os dois confrontos ocorreram em dois sítios, um onde estavam 18 suspeitos e em outro onde estavam oito. A informação é que a quadrilha pretendia roubar mais de R$ 60 milhões das agências bancárias ou empresas de transporte de valores da cidade.

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Entre o arsenal apreendido com os membros da quadrilha estão armas com alto poder de fogo, como essa peça de artilharia antiaérea Entre o arsenal apreendido com os membros da quadrilha estão armas com alto poder de fogo, como essa peça de artilharia antiaérea


Plano era fugir em caminhão


A polícia também divulgou neste domingo que o plano criminoso do ataque da quadrilha em Varginha, na madrugada de domingo (31) envolvia ações diferentes e em vários pontos, com a possível fuga em um caminhão.

Uma carreta seria atravessada na rodovia para bloquear a passagens das forças de segurança e facilitar a fuga. A ação criminosa foi frustrada pela operação conjunta da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Militar de Minas (PM), depois que as forças policiais receberam informações acerca de movimentação atípica nos sítios.

A polícia teria chegado aos integrantes da quadrilha depois de receberem uma denúncia anônima. Os sítios, que normalmente são alugados para festas, estavam com diversos carros na porta, mas pouca movimentação para serem festas. O caso foi informado à polícia, o setor de inteligência levantou informações e a operação especial foi montada pelas polícias Militar e Rodoviária Federal.

O plano do ataque incluía incendiar veículos nas entradas e saídas da cidade de Varginha e espalhar armadilhas (miguelitos) para furar carros da polícia que se aproximassem do local da ação. Os criminosos pretendiam, inclusive, cercar o batalhão da PM. A logística do ataque previa uso de dez veículos, entre caminhonetes e carros de passeio.

Já publicado:
- Ataque a banco termina com um PM e um vigilante mortos por criminosos em Santa Margarida, Zona da Mata mineira
- Justiça condena assaltantes de bancos em Santa Margarida


''Entra para a história como um marco no combate ao Novo Cangaço''


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Secretário de Segurança do Estado de Minas Gerais, Rogério Greco, enfatiza o marco histórico na luta contra a modalidade de crime conhecida como Novo Cangaço Secretário de Segurança do Estado de Minas Gerais, Rogério Greco, enfatiza o marco histórico na luta contra a modalidade de crime conhecida como Novo Cangaço
O Secretário de Segurança do Estado de Minas Gerais, Rogério Greco, afirmou em entrevista à Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, no domingo (31), que a operação é resultado de um trabalho do Serviço de Inteligência da Polícia Militar, que vem sendo feito há algum tempo. “É um trabalho conjunto, com a PM integrando a Ficco (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado), uma operação nacional. Mas essa operação de Varginha é um marco e entra para a história, como a maior no combate ao Novo Cangaço no País”, avaliou o secretário.

A ação dos grupos organizados para atacar bancos, é apelidada de “Novo
Cangaço”, numa referência aos grupos de sertanejos, como o de Lampião, o mais famoso deles, que no começo do século 20 confrontavam a polícia após sitiar e saquear cidades nordestinas.

As quadrilhas do “Novo Cangaço” realizam assaltos a banco com grande destruição, uso de armas e explosivos, incêndios de carros e quase sempre resultando em mortes de pessoas, tanto das envolvidas com o ataque quando de inocentes. A prática começou em estados nordestinos na década de 1990 e se espalhou por outras regiões do país.
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