13 de novembro, de 2021 | 09:00

Como a atividade física pode ajudar no envelhecimento saudável

A pesquisadora Científica do Centro de Pesquisa do Envelhecimento, Instituto Regenstrief, Inc. e Escola de Medicina da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, Nicole Keith, participa do 1º Congresso Internacional do Programa Mexa-se, em Coronel Fabriciano, que teve início nesta sexta-feira (12) e segue até a segunda-feira (15). Ela reforça como a prática de exercícios pode ajudar na saúde física e mental, permitindo um envelhecer com menos doenças.

Em entrevista ao Diário do Aço, com o apoio do intérprete Mac Claude Nunes dos Santos, a professora explica como a atividade física ajuda a prevenir doenças, auxilia na circulação sanguínea, no fortalecimento dos ossos, na saúde do coração, trabalha não só o corpo, como também a mente.

E o que o ideal é continuar a atividade física não só durante a juventude, mas por toda a vida. “É muito importante manter a atividade física na transição para a velhice, porque ajuda a tornar um cidadão mais produtivo socialmente para desenvolver projetos próprios ou em qualquer coisa que a pessoa fizer, a atividade física vai torná-lo mais produtivo”.

Para a professora, os adultos devem praticar atividades físicas sete dias por semana, e isso não inclui apenas ir à academia ou praticar um tipo de treino físico, mas qualquer atividade como arrumar a casa, cuidar de plantas ou cuidar dos netos. “Não é só uma questão física e mental, mas também social. E não se pode desassociar a atividade física do social, pois ambas andam juntas, a física, mental e social”, defendeu.

Com isso, a ideia de se aposentar e não fazer nada é totalmente errada, pois, segundo Nicole Keith, é justamente nessa fase que é o melhor momento para a prática de exercícios, já que é possível escolher onde e como fazer exercícios físicos pelo fato de as pessoas não estarem mais presas a uma rotina.

Linha de Pesquisa

Nicole Keith é uma pesquisadora de atividade física especializada em pesquisa participativa, baseada na comunidade com foco em equidade em saúde. Ela ajudou a criar o programa de Comunidades e Escolas Residenciais Fisicamente Ativas (PARCS), uma parceria entre as Escolas Públicas de Indianápolis, os Centros de Saúde Eskenazi Health Federally Qualified e a universidade IUPUI. O programa já foi premiado e oferece oportunidades de exercício para mais de 3 mil adultos e crianças, que vivem em comunidades do centro da cidade de Indianápolis, capital do estado da Indiana (EUA).

Como geralmente as atividades físicas e procedimentos saudáveis são caros, sua pesquisa tem o objetivo de tornar as pessoas mais conscientes de que a atividade física pode ser feita em qualquer lugar e em qualquer momento, independentemente de se ter condições de pagar uma academia ou o acompanhamento de um personal trainer, mas que pode ser acessível a qualquer pessoa.

“Atividade física é o remédio mais barato que nós temos”

Presidente da comissão de ética do Conselho Regional de Educação Física da 6º Região de Minas Gerais (Cref6), Bernardo Luiz Brain Cortes conta que atualmente o órgão tem 45 mil profissionais registrados. Uma profissão em crescimento e com várias áreas de atuação, seja nas escolas, academias e na prática de reabilitação.

Para ele, a formação do hábito de atividades físicas começa no período escolar, nas aulas de educação física e, com o avançar da idade, essa prática vai migrando para outras formas, porém é uma necessidade constante, principalmente com ajuda de um profissional registrado. “Tem a necessidade da manutenção da atividade física para diminuição das doenças crônicas não transmissíveis como diabetes, obesidade, cardiopatia e também para uma modelagem do físico e uma melhor ação de todos os componentes cardio e metabólico. Então realmente é essencial para a vida, o remédio mais barato que nós temos”.