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12 de dezembro, de 2021 | 09:00

Fazenda centenária em Jaguaraçu mantém produção artesanal de rapadura

Arquivo pessoal
Fazenda produz cerca de duas mil rapaduras por safraFazenda produz cerca de duas mil rapaduras por safra
(Silvia Miranda - Repórter do Diário do Aço)
O município de Jaguaraçu completa neste domingo, dia 12 de dezembro, 68 anos de emancipação. Entre suas muitas belezas naturais, a Fazenda Paiol, erguida há 110 anos, conserva a produção artesanal de rapadura pela família Assis Lana. Roda d’água, moinho, tacho de cobre, tudo é artesanal. E a cana-de-açúcar, matéria-prima para a produção do doce, é do mesmo modo cultivada na fazenda.

A Fazenda Paiol está a nove quilômetros da sede de Jaguraçu e existe há 110 anos. E foi lá que José Raimundo de Assis, de 76 anos, nasceu. A família numerosa tem origem no município de Antônio Dias, mas o pai de José foi morar em Jaguaraçu e na mesma fazenda se estabeleceu, formou e criou toda a família.

Hoje ele e os irmãos ajudam a manter a fabricação artesanal de rapadura iniciada há 90 anos. Depois de cortada, a cana é moída para extração da garapa, que vai para o tacho de cobre e é transformada em melado. E depois de chegar ao ponto é transferida para as fôrmas. A produção é comercializada na região.

Os irmãos fabricam cerca de duas mil rapaduras por safra de cana, que vai de maio a dezembro, após a colheita da planta. Além da rapadura, a família também produz açúcar mascavo e queijo, mas é a rapadura o principal sustento da propriedade.

O engenho

Arquivo pessoal
Fazenda Paiol existe há 110 anos em JaguaraçuFazenda Paiol existe há 110 anos em Jaguaraçu

Todo o processo da produção do doce é feito no engenho de açúcar, assim como nos tempos coloniais do Brasil. Num rego d’água com 400 metros de distância, a água flui pela força da gravidade até um gerador, onde é transformada em energia elétrica, que abastece a fazenda e uma bomba para distribuição da água para outras partes do terreno. A água também movimenta uma roda d’água, que toca as engrenagens da moagem da cana.

A família mostra satisfação em receber visitantes interessados no trabalho centenário. “Tenho muito orgulho de manter uma tradição que quase não existe mais e a gente tem prazer em receber alguém, algum curioso que queira conhecer um engenho de roda d’água, eu sempre falo que a riqueza que nós temos na fazenda é a água e ela vem do ribeirão”, conta José Raimundo.

Sucessão

Perguntado para quem passará o ofício da família, José Raimundo acredita que será difícil, devido à rotina da modernidade. “Trabalhar lá é pesado, tem que adaptar. Mas eu sou um roceiro nato, enquanto eu aguentar eu vou continuar. É a paixão da gente, fui criado aqui e não me arrependo de ter seguido a tradição, sou feliz com isso”, destacou.
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Comentários

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José Jorge Krugel

09 de maio, 2022 | 09:14

“Qual o telefone estou querendo rapadura”

Dayane Reis

12 de dezembro, 2021 | 22:29

“Fazenda linda,.. com pessoas receptivas e muito agradáveis.... tive o privilegio de conhecer através do grande amigo Sergio Lana.”

Tião Aranha

12 de dezembro, 2021 | 21:21

“Com o aquecimento global e consequente diminuição do volume de água dos rios, além da falta de adaptação dos mais jovens fica difícil manter a tradição. A vida no campo é muito difícil.”

Maria das Dores Lana de Assiz

12 de dezembro, 2021 | 09:29

“Que saudade de vc meus queridos primos,peço à Deus que vcs continuem com essa maravilha por muitos e muitos anos.parabéns e felicidade.”

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