18 de dezembro, de 2021 | 09:30

Arte visual brasileira marca presença no Dia Internacional das Migrações

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Os artistas deram cor a desenhos feitos a lápis por crianças refugiadasOs artistas deram cor a desenhos feitos a lápis por crianças refugiadas

Neste sábado, 18 de dezembro, celebra-se o Dia Internacional das Migrações e 12 artistas brasileiros que fazem parte do Clube dos Artistas, no Brasil, participam da ação “Da Cor ao Sonho”, no Coletivo 284, em Lisboa, dando cor a 63 desenhos feitos a lápis pintados por crianças refugiadas de vários locais do mundo. Todas as pinturas serão transformadas em prints e colocados à venda, cuja renda será revertida para Associação Humanitária EntreMundos, que apoia o acolhimento e integração de refugiados, migrantes e requerentes de Asilo, em Portugal.

Na ocasião do evento, um dos destaques é o lançamento do livro “O Pai que dá as estrelas ao Filho”, da autora Dulce Machado, pela editora Cordel de Prata. O livro conta história baseada num facto verídico: um pai que, todas as noites, saía da sua tenda, com o seu filho, para lhe mostrar as estrelas.

“Um pai, no meio do caos que era o campo de refugiados, que tentava dar ao filho um momento de paz, de calma, de esperança. Uma lição de vida, de amor e de cumplicidade”, revela a escritora Dulce. Construído a partir de experiências da autora e duas jovens ilustradoras, o livro reflete a vivência nos campos dos refugiados, mas também um verdadeiro apelo à humanidade, à empatia e à solidariedade, a quem ninguém pode ficar indiferente.

Alguns dados

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O projeto revela o acolhimento, a integração e a esperança no mundoO projeto revela o acolhimento, a integração e a esperança no mundo

Segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), no final de 2019 existiam perto de 80 milhões de deslocados no mundo, dos quais 40% eram crianças. Entre 2018 e 2021, Portugal recebeu ao abrigo a recolocação de 337 pessoas, vindas da Grécia, Malta e Itália.

A Associação EntreMundos foi fundada no dia 11 de novembro de 2008. “Somos cidadãos empenhados e comprometidos em intervir para a diminuição das desigualdades e na criação de oportunidades efetivas para todos aqueles que apoiamos. Focamos a nossa intervenção na inovação social nas comunidades mais vulneráveis, levando soluções empreendedoras e sustentáveis a quem mais delas necessita”, registra a entidade.

E continua: “Doze anos depois, assistimos a uma das maiores crises migratórias a nível global, com maior impacto nas mulheres e crianças. Defendemos verdadeiras oportunidades de vida em comunidade. Para tal, apostamos na educação de crianças e jovens e na integração profissional de jovens e adultos, valorizando as suas características pessoais e profissionais e respeitando as suas diferenças culturais”, finaliza.

Os artistas brasileiros que participam do projeto são: Adriana Gambarinni, Adriana Scartaris, Alessa Baggio, Bitten, Danilo Cunha, Julia Garcia, Juné Ferreira, Marina Garcia, Paulo Hardt, Tati Garcia, Thiago Prado e Vinicius de Paula. Mais informações: (21) 96428-9001.

Sobre o projeto “Dar Cor ao Sonho” *

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Expressões visuais renovadas de sensibilidade para criar novos mundosExpressões visuais renovadas de sensibilidade para criar novos mundos

Colorir emoções é um atributo dos artistas visuais. Ao receber 63 desenhos em preto e branco de três jovens refugiados, entre 15 e 19 anos de idade, 12 artistas do Brasil utilizaram sua sensibilidade para criar novos mundos. Esperanças e dores ganharam expressões visuais renovadas, caracterizadas pela solidariedade e pela empatia.
A experiência em campo de refugiados obrigou esses jovens a travarem difíceis diálogos consigo mesmos, envolvendo questões de identidade e enfrentamento de medos, bloqueios e os mais diversos tipos de solidão. Pelo desenho, há uma conquista da visualidade e uma expressão de liberdade.

Desejos são ampliados com a cor. Crises sociais, econômicas e humanitárias não serão solucionadas apenas pela arte, mas ela faz diferença ao formar laços afetivos e auxiliar a construir visões plurais da realidade, em que borboletas, símbolo tradicional da regeneração pessoal e coletiva, e olhos abertos, rumo ao futuro, se fazem presentes.
O maior objetivo é construir o futuro no presente. Não há fórmulas mágicas que milagrosamente "melhorem" o mundo. Existem atitudes, decisões, comportamentos, compromissos e percepções aprimorados por reflexões e construções progressivamente lapidadas pelo diálogo permanente. Este projeto, assim, dá cor a desenhos e ilumina corações.

(*) Por Oscar D’Ambrosio: pós-doutor e doutor em Educação, Arte e História da Cultura, mestre em Artes Visuais, jornalista e crítico de arte.
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