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19 de dezembro, de 2021 | 09:30

Ipatinga é o 95º PIB do Brasil e o 4º PIB do Interior de Minas Gerais

Divulgados no fim de semana pelo IBGE, os dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios Brasileiros 2019 mostram como está a soma da produção de riquezas nas unidades da federação. No Vale do Aço, Ipatinga possui o maior PIB, seguido de Timóteo.

Conforme o estudo, a cidade de São Paulo concentrou, sozinha, 10,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2019, totalizando uma produção econômica de R$ 763,8 bilhões. Apesar de ter havido uma redução na concentração, 8 municípios respondiam por quase 25% do PIB do país em 2019. Além de São Paulo, com 10,3%, e Rio de Janeiro, com 4,8%, as maiores participações foram de Brasília, com 3,7%; Belo Horizonte, com 1,3%; Curitiba, com 1,3% e, com 1,1% cada, Manaus, Porto Alegre e Osasco. Das 25 maiores economias municipais do país, 11 são capitais.

Os dados do PIB dos Municípios Brasileiros 2019, divulgados na sexta-feira (17) pelo IBGE foram tabulados e analisados sob a coordenação do geógrafo William Passos pelo Observatório das Metropolizações Vale do Aço, sediado nas instalações do IFMG Ipatinga, exclusivamente para o Diário do Aço.

Além do geógrafo William Passos, integram o Observatório das Metropolizações Vale do Aço o Diretor do IFMG Ipatinga, Alex Fernandes, o Técnico em Assuntos Educacionais, Lucas Pimenta, e o Bolsista e graduando em Engenharia Elétrica, Felipe de Souza.

No estado de Minas Gerais, Ipatinga também destaca-se pela 8ª colocação, com uma produção de bens e serviços finais de R$ 11,9 bilhões em 2019. O município posicionou-se como o 95º maior PIB do Brasil e o 4º maior PIB do Interior de Minas Gerais, atrás apenas de Uberlândia, Juiz de Fora e Uberaba.

No âmbito estadual, Ipatinga está em quarto lugar, atrás da capital, Belo Horizonte, e dos municípios de Contagem, Betim e Nova Lima, na Região Metropolitana da capital. Em conjunto, os municípios de Ipatinga, Timóteo, Caratinga, Coronel Fabriciano, Belo Oriente e Santana do Paraíso, que formam a Região Metropolitana Expandida do Vale do Aço, registraram uma produção econômica de R$ 21,122 bilhões em 2019.

Mapeada pelo géografo William Passos, a Região Metropolitana Expandida do Vale do Aço foi utilizada como referência pela Lei nº 4.278, de 26/11/2021, que instituiu “o Plano Plurianual do Município de Ipatinga para o período de 2022 a 2025", posteriormente utilizado como base para o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) do mesmo município para 2022.

Os resultados do PIB dos Municípios Brasileiros 2019, do IBGE, indicam que, se formassem um único município, Ipatinga, Timóteo, Caratinga, Coronel Fabriciano, Belo Oriente e Santana do Paraíso seriam o 48º maior PIB municipal do Brasil, atrás de Londrina (PR).

Timóteo apresentou o segundo maior PIB municipal do Vale do Aço, totalizando uma produção econômica de R$ 3,2 bilhões, impulsionada pela Indústria de Transformação, e garantindo a 30ª colocação no ranking estadual. Também favorecido pela produção industrial, Belo Oriente assumiu a 68ª colocação no estado, somando um PIB de R$ 1,8 bilhão.



Setor de Serviços

As atividades de Transporte, Armazenagem e Correio; Alojamento e Alimentação; Informação e Comunicação; Atividades Financeiras, de Seguros e Serviços Relacionados; Atividades Imobiliárias; Atividades Profissionais, Científicas e Técnicas, Administrativas e Serviços complementares; Educação e Saúde Privadas; Artes, Cultura, Esporte e Recreação e Outras Atividades de Serviços e Serviços Domésticos garantiram a 62ª colocação de Caratinga, a 66ª colocação de Coronel Fabriciano e 128ª posição de Santana do Paraíso no ranking estadual. Juntos, os três municípios somaram R$ 4,4 bilhões à economia do Vale do Aço em 2019.

PIB per capita

No caso da produção econômica relativa, também conhecida como PIB per capita, que estabelece a relação entre o total da produção econômica e o número de habitantes de cada município, Belo Oriente, Ipatinga e Timóteo posicionaram-se entre os 100 maiores PIBs de Minas Gerais. Alavancado pela Indústria de Transformação e atingindo a cifra de R$ 65.595,25 por habitante, Belo Oriente destacou-se como um dos maiores PIBs per capita do Estado, garantindo a 19ª posição.

Já Ipatinga, com uma produção econômica de R$ 44.915,22 por habitante, alcançou a 56ª colocação, enquanto Timóteo, ao registrar a marca de R$ 35.238,51, apresentou o 89º maior PIB per capita de Minas, ficando à frente da média do PIB per capita da Região Metropolitana Expandida, de R$ 33.919,19 em 2019.

Terciarização da economia de Ipatinga

O geógrafo William Passos acrescenta que, no caso do Vale do Aço, a grande novidade dos resultados apresentados pelo PIB dos Municípios Brasileiros 2019, do IBGE, foi a constatação da terciarização da economia de Ipatinga, com a liderança da produção econômica do Setor de Serviços do município sobre o total da produção industrial.

“A Indústria de Transformação apresentou a segunda colocação em Ipatinga, apesar de ser a principal geradora de empregos. Tanto o mercado de trabalho de Ipatinga quanto o de todo o Vale do Aço são puxados pelos empregos gerados pelas indústrias de Ipatinga.

A Agência Metropolitana estima que só a Usiminas gere em torno de 10 mil empregos diretos e indiretos ao longo da cadeia de transformação do minério de ferro, do aço e do metal que ela montou na região.

“A superioridade da produção econômica do Setor de Serviços não deixa de surpreender. No entanto, estes números podem apontar para a tendência de terciarização da economia de Ipatinga, quando o Setor de Serviços torna-se mais importante que a produção industrial. Isso é muito comum em economias metropolizadas mais amadurecidas e pode indicar uma tendência de consolidação ainda maior da metropolização do Vale do Aço”, detalha o geógrafo.

Para William Passos é preciso aguardar os resultados dos próximos anos para verificar se esta tendência vai se confirmar. Caso se confirme, pode indicar que Ipatinga se tornará uma economia de serviços fortemente industrializada. Caso isso realmente esteja acontecendo, significa que o Vale do Aço está passando por um novo processo de transformação, com a produção de novos problemas, mas também de novas oportunidades”.
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