21 de dezembro, de 2021 | 09:00

Apesar dos altos preços, empresários têm boas expectativas para as vendas do Natal

Arquivo pessoal
O empresário Max Lana afirma: ''Não tenho dúvida nenhuma que esse Natal será muito melhor que o Natal de 2020''O empresário Max Lana afirma: ''Não tenho dúvida nenhuma que esse Natal será muito melhor que o Natal de 2020''
(Silvia Miranda - Repórter do Diário do Aço)
Alta do dólar, da gasolina, da carne, da inflação. Tudo parece estar mais caro neste fim de ano. A poucos dias do Natal, no entanto, a expectativa entre empresários do Vale do Aço é um aumento nas vendas de produtos alimentícios da festa natalina, em comparação a 2020. Isso porque com o avanço da vacinação e a redução de casos de covid-19, neste ano há mais segurança em sair e fazer as tradicionais reuniões familiares. Os empresários também se planejaram com as compras antecipadas e tiveram que reduzir a margem de lucro, para garantir o sucesso nas vendas.

O empresário Max Moreira Lana, proprietário da loja Peixe e Cia em Ipatinga, conta que o aumento nos preços dos produtos natalinos tradicionais foi relativamente baixo, em torno de R$ 5%. No entanto, os cortes de carnes foram os mais afetados com os reajustes. Como exemplo ele cita o filé mignon, que atualmente passa da casa dos R$ 100 o quilo, no atacado. Além da alta dos preços, alguns produtos como o vinho espumante sofrem com a falta do vidro para engarrafamento ou do papelão para as embalagens. Tudo ainda reflexo da pandemia e da alta do dólar.

Mas a saída para não impactar nas vendas é a flexibilização dos preços. “Toda as vezes que temos uma situação de câmbio elevado, as duas pontas precisam se ajustar, o importador diminui a margem e as lojas do varejo também, de forma que o impacto na gôndola não seja muito alto, porque realmente com o dólar beirando a R$ 6, se houver uma transferência de 100% do câmbio para o preço do produto, o consumidor ficaria extremamente assustado.

O empresário exemplifica que a cesta de Natal mais barata de sua loja custava em 2020 R$ 159. Neste ano, a mesma cesta com alguns produtos a mais está custando R$ 169, um aumento, segundo ele, abaixo da inflação. “O mercado se auto regula, não adianta encarecer demais e travar a venda na ponta. Na hora de fazer as negociações, temos várias opções de marca, inclusive, então se uma determinada marca está muito cara optamos por outra com o mesmo padrão de qualidade. No mundo global, a concorrência proporciona isso”, argumentou.

Negociação antecipada

O empresário conta que o vinho sofreu um aumento nos impostos no mês de fevereiro pelo governo estadual, com um impacto de quase 20% nos preços, porém, já sabendo da informação, ele antecipou as negociações para o abastecimento do estoque e evitou o reflexo. “Essa estratégia foi fantástica, pois quando você chega em uma vinícola e fala que você vai comprar determinada quantidade é um preço, mas para compra maior é outro preço. Então de posse dessa informação nós fizemos a compra antecipada, em grande volume, uma negociação pesadíssima que, no final das contas, reverteu no contrário, nosso preço ficou mais baixo, sem repassar aumento para o cliente”, contou.

Sentimento de positividade

Todos os anos o Natal é uma época que leva as pessoas a se inclinarem para um clima de positividade, o que as leva a comprar mais. “Esse ano está incrível, as pessoas estão presenteando muito e a mensagem que estamos personalizando nas caixas de presentes é de empatia, gratidão. É um sentimento desse Natal bem diferente que acompanhávamos em natais anteriores”, destacou Max Lana.

Além disso, com o avanço da vacinação e uma percepção de mais controle sobre a pandemia, as famílias em 2021 devem realizar mais comemorações, refletindo no aumento das vendas em relação a 2020, quando as pessoas estavam com mais receio para realizar festas e reuniões familiares. “O nosso sentimento e a realidade que estamos sentindo pelo volume de vendas é que as pessoas estão pensando: ‘a pandemia está passando, eu sobrevivi, então vou celebrar, vou me divertir porque eu não sei o que será amanhã’. Não tenho dúvida nenhuma que esse Natal será muito melhor que o Natal de 2020”, aposta.


Compra do jantar de Natal pode ser vantajoso diante dos altos preços


Silvia Miranda
Há dez anos, Ângela Maria Ferreira entrega cardápios tradicionais para o NatalHá dez anos, Ângela Maria Ferreira entrega cardápios tradicionais para o Natal
O período de pós vacinação, gerando mais confiança para o retorno das grandes reuniões de família, também é a aposta para um aumento de até 10% nas vendas de ceias de um restaurante em Coronel Fabriciano. Há dez anos, Ângela Maria Ferreira, proprietária do restaurante Angra, entrega cardápios tradicionais desta época do ano. Já preparados e organizados em refratários próprios, para que os clientes não tenham nenhum trabalho na cozinha no dia 24 de dezembro.

Fora o aumento já citado nos preços da matéria-prima, principalmente da carne, ela aponta a escassez de alguns produtos como o filé mignon, que não bastasse o aumento de mais de 50% nos últimos meses, é um produto que necessita de ser encomendado com antecedência junto aos fornecedores, assim como o salmão e o bacalhau. A alternativa é oferecer mais opções de combinações de pratos, para não comprometer a entrega e também possibilitar preços mais acessíveis aos clientes.

“Estamos ofertando mais opções de cardápios, principalmente que fujam um pouco dos produtos natalinos tradicionais e assim ficar mais acessível ao cliente. E às vezes é bom variar, sair um pouco deste estereótipo, do convencional desta época”, defendeu. Ângela Ferreira também acredita que diante de tantos aumentos, o empresário não pode repassar todo o reajuste para o cliente, tendo então que achatar a margem de lucro.

Diante de tantos reajustes e ainda da correria do dia a dia, onde as pessoas estão com menos tempo para fazer jantares elaborados, a administradora assegura que vale a pena encomendar o jantar natalício. "Os altos preços da matéria-prima, da gasolina e a falta de tempo... Com certeza o custo benefício é muito compensador para o cliente. Encomendar uma ceia de Natal hoje é bastante acessível e a pessoa não precisa passar o dia anterior cozinhando, além de tornar as festas de fim de ano mais leve e podendo aproveitar com mais tranquilidade”, pontua.

O restaurante procura trabalhar com atendimento personalizado, para cardápios de duas a 30 pessoas, no qual o cliente escolhe a combinação dos pratos, levando em um refratário próprio para servir à mesa, tendo apenas que devolver posteriormente ao estabelecimento. O cardápio mais tradicional contendo pernil assado, farofa, salada, uma massa e uma sobremesa custa em média R$ 50 por pessoa, mas precisa ser encomendado.
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