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01 de fevereiro, de 2022 | 22:00

De olho no mercado dos Estados Unidos

Gustavo Vaz *


Ao longo de décadas, a caderneta de poupança foi a aplicação preferida dos brasileiros. Mas nos últimos anos esse perfil mudou bastante. Os novos investidores hoje esperam rendimentos bem mais robustos, e para isso recorrem cada vez mais às ações, aos títulos públicos e aos fundos de investimentos nacionais.

Isso significa que a educação financeira no país está em processo de avanço. Mas o olhar mais amplo sobre as opções de investimentos com possibilidade de maior retorno exige que o investidor comece a observar uma nova oportunidade à frente: diversificar e adicionar ativos em dólar à carteira.

O Federal Reserve (FED), o banco central dos Estados Unidos, inaugura uma política econômica de combate à inflação, que vem perdurando no país por mais tempo do que se imaginava. Há um cenário atraente para recorrer aos ativos estadunidenses. Por enquanto, a autarquia manteve as taxas no intervalo de 0% a 0,25%. Com expectativa de juros mais elevados, o rendimento também aumenta.

Agregado a uma moeda forte como o dólar, esse efeito leva a uma migração de capital para os Estados Unidos que acaba por esvaziar outros mercados de maior risco, sobretudo os emergentes. Por isso, o resultado, diante da comunicação do FED, foi de queda expressiva das principais bolsas de valores do mundo. No Brasil, a desvalorização do Real foi de 2% frente ao dólar.

Os investimentos nos EUA ficam ainda mais interessantes porque é um excelente caminho em comparação com a instabilidade vista nos últimos anos na B3. E, claro, estamos falando de um mercado assustadoramente superior: a Bolsa de Nova York movimenta mensalmente cerca de US$ 1,5 trilhão, e tem um valor de mercado que supera os US$ 20 trilhões. Tudo isso graças às suas 2.400 companhias listadas. A Bovespa, a título de comparação, movimenta por mês R$ 60 bilhões, e tem um valor de mercado pouco acima de US$ 1,13 trilhão, com cerca de 400 empresas listadas.

Ou seja, sobram opções de investimentos quando se trata do maior mercado de capital aberto do planeta. As
principais possibilidades são para a compra de ações, Bonds (Renda Fixa Americana), fundos de investimentos e Exchange Traded Fund (ETF), um tipo de fundo que utiliza como referência um índice de mercado, e que permite comprar ativos de maneira diversificada.

É claro que é importante considerar que o dólar já está relativamente valorizado, mas também é necessário, diante da dolarização da carteira, ater-se ao menor risco do exterior. Vale a pena fazer uma análise ampla de todo esse cenário.

Ademais, fazia tempo que não se via uma boa oportunidade em investimentos no mercado dos Estados Unidos. Com os juros tão baixos na terra do tio Sam, nossa realidade tupiniquim mostrava-se relativamente competitiva. Mas tudo indica que a moeda estadunidense tenderá a ficar cada vez mais forte.

* Sócio e head de Ações da Atrio Investimentos - [email protected]

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