01 de março, de 2022 | 10:33
Número de startups em Minas Gerais cresce 242% nos últimos sete anos
Informações da Agência Brasil
Minas Gerais tem se consolidado como um ambiente de estímulo e desenvolvimento de startups. De acordo com dados do mapeamento da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), o estado é o terceiro do país com a maior concentração deste tipo de empresa. Ao todo, Minas concentra 9,5% das startups do país, ficando atrás de São Paulo (32,5%) e Santa Catarina (12,6%).
Segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Sede), o número de startups também está em ritmo de crescimento no estado, saltando de 365 empresas registradas em 2015 para cerca de 1.250 em 2022, aumento de 242%. Há também a ampliação de polos de startups em Minas, como Belo Horizonte, Uberlândia, Uberaba e Juiz de Fora.
De acordo com o superintendente de Inovação da Sede, Pedro Emboava, Minas atua para incentivar o crescimento dessas empresas, buscando qualificação, geração de emprego e renda.
O que observamos nessa pandemia é que micro e pequenos empreendedores buscaram conexão com as novas tecnologias, muitas desenvolvidas por startups. No futuro não muito distante, com o avançar das inovações, muitos dos empregos manuais operacionais serão substituídos por tecnologias. Portanto, ter essas empresas em Minas é fundamental para que o estado se mantenha competitivo a médio e longo prazo. Estamos criando empregos agora que vão continuar existindo daqui a 10 ou 40 anos”, explica.
Ainda segundo Emboava, fomentar o crescimento de startups também auxilia no surgimento e na captação de talentos no estado. É uma área que gera empregos que exigem qualificação. Hoje, grande parte da mão de obra acaba saindo de Minas. Portanto, ter esse nicho aqui facilita para que possamos reter a mão de obra e os talentos mineiros. Além disso, como vimos na pandemia, houve um declínio grande em vários setores e a tecnologia foi menos afetada, se mostrando resiliente a esses momentos de volatilidade econômica”, diz.
Ações de incentivo
Minas Gerais conta com programas de incentivo a startups. Um deles é o Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development (Seed), que apoia empresas de tecnologia com rodadas anuais de investimento.
Na atual edição, tivemos oportunidade de abrir um novo mercado para startups, que é o setor público. Levamos 37 desafios de secretarias e órgãos diversos para que startups pudessem se inscrever a ajudar na solução de políticas públicas do Estado. Ao todo, 59 startups participaram e 47 atuaram em 31 desafios e tiveram soluções aprovadas. Durante os seis meses de aceleração, essas empresas faturaram R$ 14,8 milhões, empregaram mais de 400 pessoas e captaram mais de R$ 11 milhões fora do programa. Isso mostra o resultado e o benefício do programa”, explica o superintendente.
Desde o início do projeto, até a última rodada realizada em 2021, mais de 180 startups já haviam participado do programa. Somente em 2019, antes da pandemia, R$ 80 milhões foram movimentados, mais de 2.000 empregos gerados e R$ 58 milhões em investimentos foram captados.
Outras iniciativas também existem em Minas para incentivar o setor, como o Tecpop Minas, que busca qualificação de mão de obra para suprir o déficit de desenvolvedores e programadores no estado. Cerca de 100 municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) foram selecionados pelo programa e receberam 20 notebooks e aparelhos de wi-fi, além de treinamento para que os servidores dos municípios tenham a capacidade de facilitar o acesso ao Tecpop e ajudar na inclusão digital.
Existe também o projeto Vivência Universitária em Empreendedorismo e Inovação (Vuei), que busca apoiar o desenvolvimento dos ecossistemas de inovação e empreendedorismo nas Instituições de Ensino Superior (IES) do estado de Minas Gerais. O objetivo do programa é promover a aproximação entre o mercado e a academia, estimulando a criação de projetos e negócios inovadores que envolvam ciência e tecnologia dentro das instituições de ensino.
A Sede também mantém o Hub MG, uma iniciativa que apoia as médias e grandes empresas no processo de inovação. É um local onde empresas tradicionais apresentam desafios e abrem espaço para que soluções tecnológicas sejam apresentadas por startups. Ou seja, abre o mercado para as startups, facilitando o contato entre essas empresas e melhorando o ambiente de negócios.
Já o Hub MG Gov busca fazer o mesmo trabalho para dentro do setor público, apoiando órgãos públicos na utilização dessa legislação. Abrindo portas e criando segurança jurídica para fazer esse processo com startups dentro do Estado.
Por fim, o Sistema Mineiro de Inovação (Simi) também conta com uma série de dados sobre startups de MG. Vale ressaltar que, em 2013, o Simi contava com três apoiadores, hoje são mais de 70 empresas que apoiam essas startups. Vimos um desenvolvimento muito grande dessas iniciativas em Minas. O Simi é um espaço vitrine sobre o que está acontecendo em tecnologia e inovação no estado”, finaliza Pedro.
Legislação
Em janeiro de 2021, o governador Romeu Zema sancionou a Lei Nº 23.793, que dispõe sobre a adoção de medidas de estímulo ao desenvolvimento de startups no estado de Minas Gerais. A medida tem como finalidade promover a inovação dos métodos de negócio e produção, aumentar a produtividade e a competitividade, além de fomentar a modernidade tecnológica, econômica e social no estado.
Desde então, startups, cooperativas ou associações que atendam às condições previstas na Lei podem estabelecer relações contratuais com a administração pública por meio de editais públicos e instrumentos do mesmo gênero, por exemplo.
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