12 de março, de 2022 | 08:28

As incontáveis dificuldades no projeto de duplicação da BR-381

Celinho Sintrocel *

Há décadas a população mineira aguarda a duplicação da BR-381, importante para a redução de acidentes graves que acontecem diariamente na rodovia, importante para a logística e o desenvolvimento estadual, principalmente para a região Leste do Estado. Mas este é um sonho que vejo cada vez mais longe.

Do alento que foi a assinatura da ordem de serviço pela presidenta Dilma em maio de 2014 até hoje, os avanços foram poucos. Em 8 anos, dos 11 lotes previstos, três foram concluídos e um está praticamente paralisado, no município de Antônio Dias. Os demais, nem sequer foram licitados. E nestes lotes em execução foram consumidos mais de R$ 4 bilhões.

No meio desse processo todo, foi apresentada a proposta de concessão da BR-381 e também da BR-262, que liga Minas Gerais ao estado do Espírito Santo. Mas, é outro projeto que também não anda. O lançamento do edital já foi adiado por quatro vezes e ainda não há uma data definida para que isto aconteça.

Duas audiências públicas realizadas na Assembleia Legislativa neste ano de 2022 revelaram que o lançamento do edital esbarrou em muitos problemas técnicos e econômicos, como disse o secretário nacional de Transportes Terrestres do Ministério da Infraestrutura, Marcello da Costa Vieira, em uma dessas audiências.

Realinhamento dos critérios da proposta do edital, ambiente desfavorável em função da pandemia e do descontrole da inflação, guerra entre Rússia e Ucrânia, segundo ele, aprofundaram as dificuldades, ao interferirem na alta desenfreada dos preços de insumos importantes para o setor de construção pesada, principalmente o petróleo. São os argumentos apresentados para tentar salvar o modelo de concessão proposto.

Enfim, a “prioridade número um” do Governo Federal se desmantelou diante dos riscos geológicos que tornaram o lote gigante com tantos problemas que ocorreram nos últimos meses de chuvas torrenciais em Minas.

O DNIT aguardando a concretização do projeto de Concessão, praticamente paralisou manutenções periódicas e as obras em lotes já em andamento, o que agravou a situação ao longo da BR. Para o ano de 2021 foram assegurados apenas R$ 63 milhões do orçamento da União para a BR 381. Um desatino.

E a população, os profissionais do volante seguem correndo riscos diários no tráfego insano dessa rodovia. Empreendedores, empresas e o povo continuam no prejuízo com esta falta de atitude por parte dos órgãos responsáveis pelo tráfego seguro nas rodovias do país.

De nosso lado, vamos continuar lutando para que o projeto de duplicação não seja abandonado. Se o modelo de concessão apresentado deu ruim, temos de buscar outras soluções. O que não se pode é deixar a BR-381 na situação em que está, impondo mais riscos e insegurança para quem tem de usar a rodovia todos os dias. E o nosso mandato vai buscar intensamente dar voz aos mineiros que, como eu, estão indignados com a falta de ação e atitude para com a BR 381. Vamos ocupar a rodovia!

* Deputado Estadual

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Comentários

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Flávio

15 de março, 2022 | 07:58

“Há um equívoco no valor mencionado neste artigo opinativo. O valor de R$4 bilhões é referente ao orçado para o custo total da obra (inclusive valor aproximado já mencionado em outras reportagens do Diário do Aço). Mas nas obras realizadas até o presente momento nos Lotes então licitados apresenta valor bem abaixo disto, ou seja, valores empenhados e pagos. Em consulta ao site do portal da Transparência fui informado que os Lotes 3.1, 3.2 e 3.3 (trevo de Jaguaraçu até Prainha, incluindo túneis) foi pago R$569.297.752,33 e obviamente que o lote 7 (trevo de Barão de Cocais até Caeté) não consumiu o restante do valor citado no artigo.”

Elenice

12 de março, 2022 | 13:33

“Cadê o exército prá dar jeito nestas BR ????”

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