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22 de março, de 2022 | 14:06

A pandemia revelou o futuro da educação

Mary Lage *

No princípio da pandemia, era o caos. Não foi só o sistema de saúde que entrou em colapso. A economia, o transporte público, os sistemas de ensino e a política pareciam vir todos abaixo – e ao mesmo tempo. Levou tempo para cada setor, com suas respectivas dificuldades, fosse se ajeitando, buscando saídas, encontrando soluções.

Mas a educação, em particular, foi vanguardista. Talvez pela ‘sorte’ de já ter consolidado o ensino à distância no Brasil, foi preciso apenas dar cabo a um avanço que já se mostrava iminente. Para as instituições com mais experiência na oferta de EaD ou mesmo de ensino híbrido, então, a pandemia não passou de uma marola no quesito superação de desafios.

E esse sistema de educação ganhou um fôlego tão grande na adversidade que até mesmo em 2021, quando houve um cenário de retomada da vida cotidiana, os números da EaD continuaram fortes. No 1º semestre do ano passado, o Instituto Semesp, responsável pelo levantamento do Mapa do Ensino Superior no Brasil, apurou um crescimento de 9,8% no número de matrículas para os cursos EaD, enquanto as matrículas para cursos presenciais caíram 8,9%.

Além disso, um estudo realizado pela Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) indica que a oferta e a procura por cursos na modalidade EaD cresceram de forma consolidada entre 2020 e 2021. Essas informações permitem concluir que o ensino a distância é muito mais do que uma solução paliativa para um momento de crise. Tornou-se uma ferramenta de popularização da educação no país.

É fácil compreender o porquê do sucesso em pleno período pandêmico. O isolamento social, a crise financeira que resultou em milhões de desempregados, o tempo maior dedicado à família e até mesmo ao trabalho e as restrições de serviços públicos à população foram algumas das barreiras que culminaram na busca pela educação de dentro de casa, obedecendo a uma disponibilidade construída pelo próprio aluno.

A pandemia vai passar, e é certo que algumas das reestruturações econômicas e sociais aceleradas nos últimos dois anos permanecerão. Por isso, é verossímil considerar a ideia de que a EaD é uma resposta concreta às novas demandas estabelecidas durante o tempo de confinamento. E, ademais, ter autonomia de tempo, de forma a conciliar ainda mais facilmente com o trabalho e a própria casa, foi uma ideia que tomou gosto e forma adequada aos alunos de hoje. Ao menos para a educação, a pandemia fez emergir grandes avanços.

* Presidente do Grupo Ipemig - [email protected]

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Comentários

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Gildázio Garcia Vítor

23 de março, 2022 | 12:16

“Se o futuro da Educação brasileira é o EaD, principalmente o de formação de professores, o Brasil, país do futuro, já era. A sociedade brasileira e os políticos precisam entender, que só produz qualidade quem tem qualidades. Exemplo: colaboradores/trabalhadores da Usiminas.”

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