06 de abril, de 2022 | 20:00

Operação do MPMG mira integrantes de grupo criminoso especializado em golpes pelo Whatsapp

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O trabalho foi desenvolvido pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) com apoio do Gaeco e das polícias Civil e Militar do estado do Mato Grosso O trabalho foi desenvolvido pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) com apoio do Gaeco e das polícias Civil e Militar do estado do Mato Grosso

A operação Camaleão, deflagrada esta semana, colocou na mira os criminosos que atuam com os golpes via WhatsApp. O trabalho foi desenvolvido pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), pela Coordenadoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos (Coeciber), com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que tem participação das polícias Civil e Militar, do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet) e das polícias Civil e Militar do estado do Mato Grosso.

A operação cumpriu ordens judiciais de prisão preventiva e de busca e apreensão nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande, no Estado do Mato Grosso, contra integrantes de grupo criminoso especializado em golpes por meio do aplicativo WhatsApp. As investigações apontaram que criminosos tinham base nessa cidade e atuavam com golpes em todo o estado mineiro.

Ao todo, foram presas preventivamente sete pessoas e cumpridos 14 mandados de busca. Além disso, foi decretada a indisponibilidade de R$ 1,8 milhão em bens e ativos dos investigados, para fins de futuro ressarcimento às vítimas.
São mais de sete meses de trabalho realizado pelo Serviço de Inteligência do MPMG e da PMMG para identificação dos autores e do modus operandi.

De acordo com as investigações, iniciadas em junho de 2021, uma organização criminosa foi constituída no Mato Grosso para aplicar golpes em vítimas de diversos estados do país. A organização dividia as funções de seus membros basicamente em dois núcleos. O núcleo operacional era responsável por obter dados das vítimas, habilitar chips de telefonia para uso exclusivo na aplicação de golpes, enviar mensagens de Whatsapp para as vítimas, se fazendo passar por familiares delas, e solicitar a transferência de valores para contas que indicavam, alegando tratar-se de situações urgentes.

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Investigações apontam que organização criminosa movimenta cerca de R$ 10 mil por dia, o que representa cerca de R$ 1,8 milhão de prejuízos ocasionados às diversas vítimasInvestigações apontam que organização criminosa movimenta cerca de R$ 10 mil por dia, o que representa cerca de R$ 1,8 milhão de prejuízos ocasionados às diversas vítimas
O núcleo financeiro, por sua vez, era responsável pelo fornecimento de contas bancárias e chaves PIX para serem indicadas às vítimas, pelo recebimento dos valores oriundos dos golpes e pelo seu rápido saque ou transferência, de modo a evitar a recuperação do prejuízo pelos ofendidos e a garantir a distribuição do proveito ilícito entre os membros da organização. Segundo apurado, muitos dos estelionatos consumados foram cometidos contra vítimas de Minas Gerais.

Os indícios até o momento colhidos indicam que a organização criminosa movimenta a quantia aproximada de R$ 10 mil por dia útil, o que representa cerca de R$ 1,8 milhão de prejuízos ocasionados às diversas vítimas. O nome da operação (Camaleão) faz referência ao fato de os estelionatários se “camuflarem” para enganar as vítimas e mudarem constantemente de identidade utilizada no Whatsapp.

Crime de grande incidência

Conforme apurado pelo Coeciber, o crime de estelionato mediante fraude eletrônica por meio do aplicativo têm sido um dos delitos de maior incidência no país. “Surgiram organizações criminosas especializadas na obtenção de dados pessoais e vínculos familiares, com consequente utilização para obter proveitos enganando parentes dos titulares dos dados por meio de mensagens pelo aplicativo Whatsapp”, explica o promotor Mauro Ellovich, acrescentando que, desde 2021, o MPMG e a PMMG têm intensificado a atuação contra esse tipo de crime.

Em novembro do ano passado, o MPMG divulgou um levantamento com os registros de ocorrência desse crime em MG. Na ocasião, a Coeciber promoveu uma campanha contra o golpe por meio de conteúdos publicados em redes sociais e veículos de imprensa, especialmente com dicas sobre como evitar o golpe e que providências adotar caso seja vítima dele.

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