30 de abril, de 2022 | 07:00

Muito exagero

Fernando Rocha

O ano de 2021 do Atlético foi quase perfeito. Ganhou o Estadual, a Copa do Brasil e pôs fim à jocosa fila de meio século ao voltar a vencer o Brasileirão.

Faltou apenas levantar o caneco da Libertadores, torneio mais importante do continente, sonho de consumo de todo grande clube brasileiro e que escapou por pouco ao ser eliminado pelo Palmeiras, devido a um pênalti perdido por Hulk na primeira partida, em São Paulo, além do gol sofrido no jogo decisivo, no Mineirão.

Estamos terminando o mês de abril e o Atlético, além de brigar desde o começo pela liderança do Brasileirão, está praticamente classificado para a fase de oitavas na Copa do Brasil.

E, também, já levantou duas taças neste 2022: a da Supercopa criada pela CBF, após vencer nos pênaltis o Flamengo, e a do Campeonato Mineiro, conquistada pela terceira vez consecutiva, em cima do arquirrival Cruzeiro.

Mesmo assim, há quem critique o trabalho do técnico Turco Mohamed, execrando jogadores como o zagueiro uruguaio Diego Godín, que não tem jogado bem, mas nem por isso merece tratamento hostil.

Para quem viveu e conheceu fases recentes do Atlético, quando possuía jogadores de quinta categoria e times de dar calo nas vistas, a reação dessa parte descontente da torcida pode ser explicada por uma das muitas geniais frases do grande Nelson Rodrigues: “O homem não nasceu para ser grande. Um mínimo de grandeza já o desumaniza. Por exemplo: um ministro. Não é nada, dirão. Mas o fato de ser ministro já o empalha. É como se ele tivesse algodão por dentro, e não entranhas vivas”.

Na real
Sofrendo do mesmo mal, por caminhos diferentes, a torcida do Cruzeiro recebeu um choque de humildade pelas declarações do seu técnico, Paulo Pezzolano, após a vitória suada, apertada, de 1 x 0 sobre o Londrina, na última terça-feira, importante para sua campanha na Série B do Campeonato Brasileiro.

Disse o treinador uruguaio: “A torcida exige muito pela camisa do Cruzeiro, pela história dele. Vou pedir que tenha paciência, esqueça da história. Esqueça o ruim que foi o ano passado. Mas também esqueça aquela equipe que atropelava os adversários. Hoje não tem. Hoje tem uma equipe muito unida, que está em reconstrução. O Cruzeiro não vai ganhar de 4 a 0, 5 a 0... Deus queira que sim, mas é preciso ter paciência para os jogadores humildes que temos hoje em dia", disse o treinador.

O jornalista e nosso xará, Fernando Rocha, ex-Globo, cruzeirense desde criancinha, também tuitou: “Essas vitórias que a gente sofre e comemora de verdade contra rivais que nunca imaginamos ter, forma caráter! Uma prova de amor à camiseta. A geração nova, que começa a ir aos estádios agora já aprende o que é ser CRUZEIRENSE! Sāo aos anos 80 parte II!! O CRUZEIRO É GIGANTE!!”

Traduzindo, ou desenhando, para o cruzeirense que ainda não entendeu a atual fase do time do coração: cair na real faz bem e ajuda a viver melhor.

FIM DE PAPO

O calendário do futebol nacional sempre foi frenético, mas este ano ficou ainda pior por abrigar a Copa do Mundo, em novembro/dezembro no Qatar. No caso do Atlético, que disputa todas as competições nacionais e do continente, o ritmo é frenético. Jogou no Equador, pela Libertadores, na terça-feira; neste sábado pega o Goiás, fora de casa, pelo Brasileirão; vira a chave, novamente, na quarta-feira próxima, para enfrentar o América, pela competição continental. E daqui a alguns dias, terá o jogo de volta contra o Brasiliense, pela Copa do Brasil. Claro, não resta outra alternativa ao técnico Turco Mohamed a não ser rodar o elenco, poupar um aqui, escalar um reserva ali, e assim por diante. O desgaste dos jogadores, de um modo geral, é assustador.

Nas redes sociais, a torcida do Cruzeiro segue pedindo reforços ao dono da SAF, Ronaldo Fenômeno. A lista de sugestões, a maioria jogadores veteranos e caros, é extensa. Nela, aparecem Paolo Guerrero, Hernanes, Alan Kardec e até Diego Tardelli, que estaria sendo cogitado para defender o Ipatinga, na segunda divisão do Campeonato Mineiro. São todos ex-jogadores em atividade e não entram no perfil traçado pela equipe que comanda, atualmente, o futebol do clube. Acho que a cobrança maior em cima da SAF deveria ser referente a novos patrocinadores e parcerias mais fortes, o que até agora não conseguiu.

Na última quinta-feira, a Rádio Vanguarda/AM, emissora pioneira em Ipatinga, comemorou 40 anos de fundação. Tenho o privilégio e o orgulho de fazer parte desta história, por estar vinculado à emissora e nela atuar desde novembro/1981, quando operava em caráter experimental, antes da sua inauguração oficial no dia 28 de abril de 1982.

Hoje, quarentona e sob nova direção, a Rádio Vanguarda/AM se prepara para trilhar novos caminhos e encarar novos desafios. Parabéns à comunidade regional que, ao longo desses 40 anos, referenda a sua notória imparcialidade e o seu compromisso com o desenvolvimento do Vale do Aço, premissas introduzidas pelos saudosos fundadores, Ulisses do Nascimento e Dr. Ronaldo de Souza. Vida longa à Rádio Vanguarda! 40 anos de sucesso! (Fecha o pano!)