28 de maio, de 2022 | 11:07

Preços do diesel e gasolina caem nos postos, afirma ANP

Levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) aponta que o preço médio do diesel e da gasolina teve queda na semana que passou nos postos de combustíveis do país, após a demissão do presidente da Petrobras. Segundo a agência, o litro do diesel, que havia registrado recorde na semana anterior, ficou R$ 0,025 mais barato, passando de R$ 6,943 para R$ 6,918, uma redução de 0,036%.

Já o valor médio da gasolina foi de R$ 7,275 para R$ 7,252, queda de 0,031%, na segunda semana seguida, segundo aponta o estudo da ANP. O preço máximo do combustível também se manteve em R$ 8,590.

Em Ipatinga, a gasolina comum pode ser encontrada a R$ 7,59, o diesel comum a R$ 6,78 e diesel S10 a R$ 6,94

Inflação

A escalada da inflação, puxada principalmente pelos combustíveis, tem levado o governo federal a buscar uma solução para a política de preços.

Na prévia da inflação de maio, o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), os combustíveis (+2,05%) seguem em alta, embora a variação tenha sido inferior à registrada em abril (+7,5%).

Segunda-feira (23), o presidente Jair Bolsonaro demitiu José Mauro Ferreira Coelho do comando da Petrobras. Ele foi o terceiro CEO da empresa demitido por causa dos preços dos combustíveis. Para o cargo, foi indicado Caio Mario Paes de Andrade, ligado ao ministro da Economia, Paulo Guedes.

O presidente já havia feito mudanças no Ministério de Minas e Energia, depois que a Petrobras autorizou o último aumento do diesel, em 10 de maio. No dia seguinte, Bento Albuquerque foi exonerado do cargo de ministro e substituído pelo economista Adolfo Sachsida.

Para barrar a inflação em ano eleitoral, o governo aposta na proposta que torna combustíveis e energia elétrica, itens essenciais para limitar a alíquota em 17% do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), aprovada pela Câmara na quarta-feira.

Ameaça de falta de diesel no Brasil

A tentativa de segurar os preços gera outra preocupação no mercado de combustíveis. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) alertou esta semana que o Brasil corre o risco de desabastecimento de óleo diesel no início do segundo semestre deste ano, em função da prevista escassez de oferta no mercado internacional e do baixo nível dos estoques mundiais.

O Brasil importa atualmente cerca de 25% de suas necessidades de diesel no mercado interno, de acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), devido à baixa utilização das refinarias brasileiras e a não conclusão de obras importantes no setor.

A demanda brasileira pelo produto tende a aumentar a partir de junho/julho próximo com o aumento da safra agrícola. A solução para o Brasil pode ser a importação de diesel da Índia, por exemplo. Há, entretanto, um desafio logístico. Enquanto um navio carregado vindo do Golfo Pérsico demora em média 15 dias para chegar ao Brasil, vindo da Índia pode demorar mais de 45 dias.