31 de maio, de 2022 | 14:26

Polícia x criminalidade

Bady Curi Neto *

Novamente assistimos pelos jornais de todo o país e nas mídias sociais, a nova operação da Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro que resultou na morte de 12 pessoas e um policial ferido no olho por estilhaços. Ao saber das notícias, organismos estrangeiros e brasileiros se revoltaram com a atuação da Polícia Militar, acusando-a de excesso de forças. Alguns chegaram ao descalabro de dizer que uma operação na qual só morrem possíveis bandidos e nenhum policial está desequilibrada.

É de se perguntar: Gostariam que morressem policiais militares em vez de bandidos?

Fato é que a operação resultou na apreensão de vários fuzis, drogas e diversas munições.

Morreram, também, cinco suspeitos e o chefe do tráfico no morro da Providência.

Havia no local barras de ferros, postas e instaladas propositalmente nas ruas, no intuito de impedir a circulação dos veículos blindados da polícia.

É de questionar: O que pretendem estes organismos alienígenas ou os defensores, com visão distorcida, dos direitos dos “manos”? Que a PM enfrentasse bandidos fortemente armados com revólveres 38? Que colocassem suas vidas em risco para salvar a dos contraventores? Ou, ainda, que o Estado abandonasse estas comunidades a própria sorte, sendo seus moradores reféns de criminosos?

Não é novidade que nessas comunidades residem bandidos fortemente armados, com arsenal de guerra, prontos para reprimir quaisquer intervenções estatais em sua região e nos seus ilícitos negócios, principalmente o tráfico de drogas.

“Não é novidade que nessas
comunidades residem bandidos,
com arsenal de guerra, prontos
para reprimir quaisquer
intervenções estatais”


A verdade é que essas comunidades estão em guerra contra a sociedade organizada, deixando seus moradores, na grande maioria pessoas obreiras, reféns das normas, ordens e políticas impostas pela criminalidade. Não se pode permitir um país com guetos de criminalidade.

Se demonstrado excesso, que sejam punidos, mas o açodamento em condenar as ações policiais, mormente nessas comunidades de alta periculosidade, quase sempre leva a injustiças.

Não creio que os policiais adentraram naquela comunidade atirando a esmo na direção de inocentes. Revidaram, fortemente, as trocas de tiros. Destaca-se que, como dito, o armamento utilizado pela criminalidade, inclusive alguns apreendidos, são armamentos de longo alcance, obrigando os policiais a revidarem na mesma distância como se estivessem em guerra.

Segundo especialistas, um tiro de fuzil simples, tem energia para ferir e matar a uma distância de 800 metros. Outros alcançam entre 1,2 e 1,5 quilômetro. Apenas para exemplificar, o raio de letalidade de um fuzil de calibre 7.62 é de 2,5 quilômetro. O efeito colateral de uma guerra com este tipo de equipamento é o risco da morte de inocentes.

Exigir que policiais revidem tiros de fuzis com este raio de letalidade com uma pistola 9mm ou um 38, cujo alcance do projétil chega, no máximo a 500 metros, é condená-los à morte.

Lado outro, para a inserção de operações policiais nessas comunidades há uma série de protocolos e exigências, o que a meu ver, não contribui para o controle e diminuição da criminalidade.

Lugares nos quais a Força Estatal não atua, outras forças passam a atuar. Dois corpos não ocupam o mesmo espaço. Não fico feliz com a morte de seres humanos, mas prefiro bandidos mortos que policiais almejados. Tenho dito!

* Advogado fundador do Escritório Bady Curi Advocacia Empresarial, ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) e professor universitário

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Comentários

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Tião Aranha

31 de maio, 2022 | 20:08

“Infelizmente o despreparo policial é muito grande, sem falar que vivemos num país que é mais vantajoso vender drogas do que estudar. A violência só aumenta quando aumenta a crise política e econômica. Risos.”

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