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31 de maio, de 2022 | 14:32

O jeito é rir. Maquiavel sabia...

Nena de Castro *

Quando o país vivia sob a égide da ditadura, havia um local que era o terror de escritores, artistas, compositores...O Departamento da Censura Federal era o órgão encarregado de zelar pela moral e bons costumes, seja lá o que entendiam sob esse título. Muitos censores não tinham conhecimento suficiente para entender o que liam e entre outras “batatadas”, prenderam um escritor que abordara em um artigo o Cubismo, que vem a ser um movimento artístico surgido na França em 1907 que tem como expoente máximo na pintura o inacreditável e genial Pablo Picasso e na Literatura, Apollinaire. Acusaram o articulista de estar tecendo loas a Cuba. Rsrs!.

Chico Buarque passou muito aperto com a famigerada Censura. Chegou a um ponto em que gravou um disco intitulado Sinal Fechado, só com músicas de outros autores, protestando contra tanta perseguição. Então começou a enviar canções sob o pseudônimo de Julinho da Adelaide e elas eram liberadas. Rsrs!. A Literatura, o Teatro e a Música e as artes em geral valem-se do riso para fustigar os detentores do poder.

Quando a Inquisição tudo censurava, com poder de assar nas fogueiras os diletantes, os autores disfarçavam suas críticas nos textos teatrais. “Papas, cardeais, reis e príncipes riram de “A Mandrágora”, deleitando-se como Maquiavel desejava. Mas, sem saber, riram de si mesmos, porque o tipo cômico de Maquiavel nasceu naquele meio social. Os contemporâneos não compreenderam que sob aquela gargalha estava a amargura de quem, com o rosto tenso, assistia ao fim de uma época. Maquiavel era o arauto de uma nova época: tudo o que escrevera em muitos e difíceis tratados sobre a política, condensara numa obra.

“Nunca se precisou tanto rir,
o trem tá tão feio, mas tão feio,
que se eu não tivesse o remédio
do riso, já teria infartado”


O filósofo francês Alain Badio afirma que “há um riso que é o desta cumplicidade íntima com a ordem existente, uma espécie de prova pelo riso com a qual podemos nos ‘contentar’ com o que existe [...] Depois, há um riso de uma ordem totalmente diferente, um riso que revela, profundamente, a inépcia daquilo que nos ensinam a respeitar, que desvela a verdade oculta, ao mesmo tempo ridícula e sórdida, que se encontra por trás dos ‘valores’ que nos são apresentados como os mais incontestáveis. A verdadeira comédia não nos diverte; ela nos coloca na inquietante alegria de ter de rir da obscenidade do real”.

Viram que a comédia e o riso servem para dar uma cutucada nos nossos ínclitos governantes. Lembram-se da frase ‘ridendo castigat mores”ou seja, rindo se castigam os costumes? Posé, nunca se precisou tanto rir, o trem tá tão feio, mas tão feio, que se eu não tivesse o remédio do riso, já teria infartado; os médicos afirmam que o riso e senso de humor melhoram a saúde do coração. “Ora, direis’, existe até uma ciência chamada GELOTOLOGIA que estuda a causa do riso, investiga quais partes do cérebro são responsáveis por ele - arrá! - vou voltar a escrever sobre o assunto além de enviar minha amiga Olga Mendes, que vive sorrindo, para ser estudada pelos cientistas.

E nada mais digo, a não ser que no dia 11 de novembro, às 19h, no Centro Cultural Usiminas vou lançar meu livro de crônicas “AS PERERECAS E AS VELHINHAS”, que vai provocar muitas risadas! Meus cinco amáveis leitores estão convidados. Bora lá!

* Escritora e encantadora de histórias

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Comentários

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Tião Aranha

31 de maio, 2022 | 18:38

“Gosto demais do Maquiavel filósofo quando fala dum governo e dum Estado com são, e não como deveriam ser. Bastou o Lula investir um pouco no social, para ser transformado num mito. Risos mesmo. Infelizmente os políticos não estão comprometidos com as causa sociais do povo: isso causa insegurança no presente e no futuro, pois precisam mentir para sobreviver.”

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