05 de junho, de 2022 | 10:00

Pesquisador da Fiocruz alerta que pandemia ainda não acabou

Em entrevista ao Diário do Aço, Leo Gomes, pesquisador do InfoGripe, falou sobre o cenário da doença no país

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Os casos de covid voltaram a predominar entre as ocorrências com resultado laboratorial positivo para vírus respiratóriosOs casos de covid voltaram a predominar entre as ocorrências com resultado laboratorial positivo para vírus respiratórios

Um boletim divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), nesta semana, apontou que a covid-19 representa 59,6% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com identificação viral registradas nas últimas quatro semanas no país. O que preocupa ainda mais é que os números de casos pela doença continuam com tendência de aumento. Um sinal de alerta para população, conforme Leo Gomes, pesquisador do InfoGripe.

“Essa tendência de aumento de casos de SRAG representa sim um sinal de alerta possivelmente associado a um aumento de casos de covid-19”, destacou o pesquisador, que explicou o motivo da associação ao coronavírus. “Suspeitamos dessa associação com a covid-19 não apenas pela taxa de confirmação do vírus SARS-CoV-2 apresentada, mas também pelo perfil etário dos casos de SRAG onde observamos essa subida também nos adultos e, principalmente, em pessoas acima de 60 anos”, pontuou.

Crescimento

Ainda de acordo com o boletim InfoGripe, produzido pela Fundação Oswaldo Cruz, essa é a terceira semana epidemiológica consecutiva em que os casos de Sars-CoV-2 (covid-19) voltaram a predominar entre as ocorrências com resultado laboratorial positivo para vírus respiratórios.

Para se ter uma ideia, no boletim da semana anterior, de 15 a 21 de maio, a covid-19 representava 48% dos casos positivos. No período de 8 a 14 de maio, correspondia a 41,8% dos registros. E nessa semana, no período de 22 a 28 de maio, 59,6%.

Tendência

De acordo com o pesquisador, a curto prazo, o aumento deve continuar. “O momento atual não aparenta uma estabilização nas curvas, portanto é esperado um aumento no curto prazo”, explicou Leo Gomes, alertando que ainda é possível tomar medidas para reverter essa situação. “Já no longo prazo, o padrão da curva depende de ações diretas para reduzir a transmissão”, esclareceu.

Importância

Boletins como esse, divulgados periodicamente pela Fiocruz, são fundamentais para que a população e as autoridades acompanhem a situação de algumas doenças, principalmente da covid-19, como destaca Leo Gomes.

“Esses estudos têm como objetivo primário entender o cenário atual e alertar o mais cedo possível em caso de retomada de casos para que ações sejam tomadas para evitar um aumento futuro de hospitalizações e óbitos”.

Pandemia não acabou

Por fim, o pesquisador advertiu sobre os riscos dessa falsa sensação criada na população de que a pandemia já foi vencida. “Certamente a pandemia não acabou. A alta cobertura vacinal fez com que as hospitalizações reduzam consideravelmente, principalmente se compararmos com valores anteriores à vacinação. Mas essa percepção da população de que a pandemia foi ‘vencida’ implica num relaxamento maior e o fato dela não ter acabado faz com que os casos retornem”, explicou.

Leo Gomes conclui dizendo quando, de fato, a doença será vencida: “A pandemia só vai ser vencida quando ela for vencida não apenas no Brasil, mas em todo o planeta, o que dificulta bastante a nossa vitória”, declarou.
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