05 de junho, de 2022 | 07:00

Primeira decisão

Fernando Rocha

Todos os holofotes estão voltados, hoje, para o Allianz Parque onde, às 16h, o líder Palmeiras recebe o vice, Atlético, pela 9ª rodada do Campeonato Brasileiro. Ambos estão empatados com 16 pontos e separados pelo saldo de gols.

O confronto é considerado uma primeira “decisão” entre os dois rivais, que ainda poderão se enfrentar pelas quartas-de-final da Libertadores, caso passem à próxima fase, e, também, pelas oitavas na Copa do Brasil, dependendo do sorteio que será realizado na próxima terça-feira.

Desta vez, o confronto entre Porco x Galo tem um ingrediente especial: os desfalques dos dois lados. No Palmeiras, Weverton e Danilo estão com a Seleção Brasileira, enquanto Gustavo Gómez está servindo a paraguaia, Kuscevic, a chilena, e Atuesta, a colombiana. Três deles são titulares absolutos e dois, reservas que poderiam suprir a ausência de dois dos outros três convocados.

Já o Galo perdeu Guilherme Arana, na Seleção Brasileira, e Diego Godín, na uruguaia. Por contusões, o time continua sem poder contar com Vargas, Zaracho e Dodô, mas talvez possa ter hoje no banco o atacante Keno.

Apesar de tudo, espera-se um grande jogo, onde, ao contrário da temporada passada, o Palmeiras, atual bicampeão da Libertadores, é considerado o time do momento no futebol brasileiro e no continente; enquanto o Atlético busca retomar o protagonismo que o levou, em 2021, às conquistas do Brasileiro e da Copa do Brasil.

Vitória tranquila
O Cruzeiro venceu o Operário, por 2 a 1, na última sexta-feira, em Ponta Grossa (PR), pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B e se isolou mais ainda na liderança da competição.

O domínio celeste foi amplo desde o começo, com maior posse de bola, chances criadas, etc, mas os gols só saíram no 2º tempo, em noite inspirada do jovem Jajá, que fez o primeiro e participou do segundo gol, marcado pelo uruguaio Pais. Silvinho descontou para o time da casa.

Se a defesa perdeu a invencibilidade de sete jogos sem levar gol, o time comandado por Pezzolano completou o mesmo número de vitórias consecutivas, atingiu 25 pontos e disparou na liderança, com 7 pontos à frente do vice-líder, Sport Recife, e 12 pontos distante do 5º colocado, Novorizontino, que ainda jogaria em casa, contra o Sampaio Correia.

Sem dúvida, o time atual do Cruzeiro passa confiança a todos e dá sinais claros de que este ano conseguirá o acesso para voltar à Série A, desejo maior da torcida e objetivo principal da equipe na temporada.

FIM DE PAPO

Claro, ainda é cedo para tirar conclusões definitivas, mas o desempenho dos líderes até agora, com oito rodadas disputadas, é um dos piores desde 2003, quando iniciou a era dos pontos corridos. A disparada, porém, só interessa a quem descola na ponta e este nivelamento por baixo acaba sendo benéfico à disputa em geral, pois, como escreveu o grande Nelson Rodrigues, “a bola é um reles, um ínfimo, um ridículo detalhe, pois o que procuramos no futebol é o drama, a tragédia, o horror e a compaixão”.

Na verdade, um campeonato ruim no geral, onde se inclui a qualidade dos times, gramados, arbitragens etc, como é o nosso caso, pode ser, também, muito emocionante. Mas, em minha opinião, esse nivelamento na pontuação vai durar pouco, pois, nas últimas rodadas, já surgiram sinais evidentes de que os três clubes considerados favoritos - Palmeiras, Atlético e Flamengo - tendem a se distanciar dos demais e brigar pelo título até o final.

O que pode acontecer de diferente este ano, por causa do calendário, é a média de pontuação cair bastante. A tendência é que, pelo cansaço provocado pelo excessivo numero de jogos, as equipes aumentem a rotação dos titulares e a qualidade do futebol fique pior do que já é. Por isso, talvez, não seja possível ver o domínio do Flamengo de 2019 ou do Galo de 2021. E o Palmeiras? Vai manter este mesmo pique atual e atropelar seus adversários? Sei não.

Oito treinadores estrangeiros estão atuando na Série A do Brasileirão, que tem 20 clubes. Passadas as oito primeiras rodadas, desses oito, quatro ocupam as quatro primeiras colocações e um deles é último. Na Série B, o líder Cruzeiro é dirigido pelo uruguaio Paulo Pezzolano. Também, ainda é cedo para cravar como todos eles vão terminar a temporada, se é que todos eles vão continuar trabalhando no futebol brasileiro, mas é um claro sinal de como andam desvalorizados os nossos técnicos tupiniquins. (Fecha o pano!)
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