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07 de junho, de 2022 | 21:47

Comissão do Senado cobra providências sobre desaparecimento de jornalista e indigenista

Indigena afirmou a jornal local que jornalista britânico e indigenista da Funai foram alvo de emboscada

Com informações da Agência Senado
Reprodução
O indigenista Bruno Araújo e o jornalista britânico, Dom Phillips estão desaparecidos na Amazônia e fonte de um jornal local afirma que eles foram alvo de emboscadaO indigenista Bruno Araújo e o jornalista britânico, Dom Phillips estão desaparecidos na Amazônia e fonte de um jornal local afirma que eles foram alvo de emboscada

O indigenista Bruno Araújo e o jornalista britânico, Dom Phillips, sofreram uma emboscada na Amazônia. A informação foi divulgada nesta terça-feira (7) pelo site Amazônia Real.

A denúncia foi feita por um vigilante que acompanhava a dupla no Vale do Javari. As informações indicam que o indigenista e o jornalista teriam sido perseguidos por indivíduos armados em um barco incomum na região.

O indígena, que integrava um grupo de 13 pessoas e acompanhava a dupla, contou que antes do desaparecimento, o grupo foi ameaçado por pessoas armadas em um barco em uma incursão pelo Vale do Javari, em Atalaia do Norte, no Amazonas, perto da fronteira brasileira com o Peru. O desaparecimento foi notificado no último domingo (5).

Também nesta terça-feira, abordado acerca do assunto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que o desaparecimento do indigenista e do jornalista pode ser fruto de execução ou acidente. O chefe do Executivo classificou ainda como "aventura" não recomendada a viagem do indigenista e do jornalista.

"Realmente, duas pessoas apenas num barco, numa região daquela completamente selvagem é uma aventura que não é recomendada que se faça. Tudo pode acontecer. Pode ser acidente, pode ser que tenham sido executados", disse o presidente em entrevista ao SBT.

Discussão no Senado

Nesta terça-feira, o presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH), senador Humberto Costa (PT-PE), encaminhou três ofícios pedindo informações sobre as buscas ao indigenista Bruno Araújo Pereira e ao jornalista Dom Phillips, que foram dados como desaparecidos na Floresta Amazônica nesta segunda-feira (6).

O senador também quer apurações sobre as denúncias de que Araújo vinha recebendo ameaças em função do seu trabalho com líderes comunitários na região do município de Atalaia do Norte (AM), na fronteira com o Peru. Os ofícios foram enviados para a superintendência da Polícia Federal no Amazonas, para a Polícia Civil do estado e para a Fundação Nacional do Índio (Funai).

“As informações recebidas dão conta de que na mesma semana do desaparecimento a equipe havia recebido nova ameaça, conforme relatos oficializados para a Polícia Federal, para o Ministério Público Federal, para o Conselho Nacional de Direitos Humanos e para o Indigenous Peoples Rights International. Bruno Araújo era alvo de constantes ameaças em função do trabalho que vinha fazendo junto aos indígenas contra invasores na região”, explica Humberto.

O desaparecimento foi comunicado na tarde desta segunda-feira pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Segundo a entidade, Araújo e Phillips foram vistos pela última vez na véspera, deixando uma comunidade ribeirinha chamada São Rafael em direção a Atalaia do Norte.

Bruno Araújo Pereira é servidor da Funai, especializado em trabalho com povos isolados. Entre 2018 e 2019, foi o coordenador-geral de Índios Isolados e de Recém Contatados da fundação. O jornalista Dom Phillips é inglês, reside no Brasil há 15 anos e faz coberturas sobre meio ambiente para diversos veículos — atualmente, é colaborador do jornal britânico The Guardian.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, se manifestou sobre o caso pelas redes sociais. Ele afirmou que recebeu “com grande preocupação” a notícia do desaparecimento da dupla.

“Seguirei acompanhando as operações de busca com apreensão, na expectativa de que serão envidados todos os esforços para a pronta elucidação do caso”, disse Pacheco.

Outros senadores também exigiram apuração. Jean Paul Prates (PT-RN) lembrou que o fato acontece na véspera do Dia Nacional da Liberdade de Imprensa. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) comunicou que também enviará ofícios para os ministérios da Justiça e da Defesa e afirmou que “a indiferença não é uma opção”, lembrando da denúncia de ameaças contra Bruno Araújo Pereira. Já Paulo Rocha (PT-PA) classificou o caso como “muito grave” e pediu a ação das forças de segurança pública.

Ameaças de morte após denúncias sobre campanha de fake news

Humberto Costa também encaminhou ofícios à Procuradoria-Geral da República e à Polícia Federal sobre o caso das ameaças de morte dirigidas ao jornalista Lucas Neiva, do site Congresso em Foco. Neiva foi alvo de ameaças e teve dados pessoais vazados após publicar uma reportagem sobre um fórum anônimo que produz fake news em favor do presidente Jair Bolsonaro. A CDH discutiu o assunto nesta segunda-feira.

Humberto afirma que a comissão vai acompanhar as investigações e quer saber quais medidas policiais e judiciais serão adotadas.

Já publicado:
MPF será acionado por causa de ataques a jornalista que denunciou esquema de fake news eleitoral
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