08 de junho, de 2022 | 13:59

Os riscos de comparação do real com as mídias sociais

Sandra Raphael *

A intensa comparação que a sociedade tem feito entre os acontecimentos da vida real com o que é propagado/postado nas mídias sociais tem sido alvo de preocupação. A busca constante e desequilibrada pelos ideais alheios compromete nossa autoestima e nos afasta do que realmente precisamos buscar. É perigoso porque fragiliza nossa saúde emocional. É essa que, quando fragilizada, não nos permitirá nos beneficiarmos da linda imagem ou do corpo perfeito. É a combinação entre eles que trará a satisfação e a alegria que, por consequência, traz uma autoestima saudável.

Em mídia social, outro cuidado necessário é não confundir inspiração com comparação. Quando nos inspiramos, buscamos alcançar ou fazer algo dentro das nossas possibilidades, respeitando nossas condições físicas, financeiras, nossas características e singularidade. Já quando nos comparamos, que é a parte danosa, olhamos o que o outro tem. Essa é a grande diferença. Isso nos deixa frustrados, diminuídos, por não sermos semelhantes ao outro em suas condições.

“O objetivo é explicitar
como os conteúdos de beleza
divulgados nas mídias sociais
atingem a autoestima das pessoas”

É necessário termos um entendimento dos processos. É preciso entender que tudo tem um caminho. Tudo tem sua jornada. Infelizmente, segundo ela, a rede social traz uma imagem de que não é preciso esforço para resultados.

Hoje existe uma tendência - em alguns países mais acentuada que em outros - em esperar resultados imediatos com pouco esforço. Parece que de repente quem não tiver milhares de seguidores, não for aclamado, não ostentar riqueza e beleza pertence uma categoria de pessoa ‘menos interessante’. Infelizmente, a essência vem perdendo para a embalagem.

Para além de tudo isso, o objetivo é explicitar como os conteúdos de beleza divulgados nas mídias sociais atingem a autoestima das pessoas. Por isso, é preciso também intensificarmos os debates a respeito do consumo consciente, sobretudo das mídias sociais, e como isso é um fator chave essencial para a saúde física, mental e emocional.

* Administradora de Empresas e pós-graduada em Gestão, pela Nova School of Business & Economics, Lisbon, Portugal

Obs: Artigos assinados não reproduzem, necessariamente, a opinião do jornal Diário do Aço