23 de julho, de 2022 | 11:10

Psicólogo e pai de autista, vereador Daniel Guedes pede empatia com a causa 

Divulgação
Daniel pondera que as leis existentes precisam ser de fato regulamentadasDaniel pondera que as leis existentes precisam ser de fato regulamentadas

O vereador ipatinguense, Daniel Guedes (PSD), que é psicólogo e pai de autista, tem trabalhado em prol desta causa no Legislativo desde o início de seu mandato. Entretanto, o tema está presente em sua vida há sete anos, quando descobriu o diagnóstico de seu filho Augusto. De lá para cá, Daniel tem batalhado por mais respeito a assistência para essas famílias.

Daniel optou por estudar psicologia por causa do diagnóstico do filho. Voltar a sentar num banco de escola, depois dos 45 anos, não foi fácil, segundo ele, mas necessário. “Fui buscar na faculdade as respostas e entender como eu poderia ajudar meu filho a enfrentar esse mundo tão parcial, excludente e preconceituoso com pessoas que sofrem com algum tipo de deficiência. Graças a Deus, hoje eu não ajudo apenas o Augusto, tenho conseguido ajudar centenas de pais. Já me considero um ativista da causa e não apenas um psicólogo e pai de uma criança autista”, aponta.

Desafios
O vereador destaca que as legislações federal e estadual trazem as diretrizes para o gestor público municipal conduzir suas ações locais. Existe um Estatuto da Pessoa com Deficiência e a Convenção Internacional da Pessoa com Deficiência, que foi recepcionada em 2007 e integrada na Constituição Brasileira. “O desafio da inclusão envolve a descoberta de caminhos inusitados. Temos uma Lei Orgânica Municipal e Estadual que possuem muitos itens sobre nossos direitos, além da Lei 12.764, que determina as diretrizes das políticas públicas para os autistas em todo Brasil. Estão escritos na lei, mas todo dia aparece um problema diferente, uma necessidade diferente que precisa ser observada”, pontua.

Ele acrescenta que as leis existentes precisam ser regulamentadas. Para Daniel, é urgente resolver “como” o município e o estado vão garantir o acesso e a permanência desse aluno na escola. “Estou falando de coisas práticas como transporte, profissionais, recursos pedagógicos que custam dinheiro e a gente tem que indicar de onde virá o orçamento. Enfim, a legislação é um passo importante, mas não muda a realidade por si só”, salienta. 

Menos política e mais empatia
Daniel Guedes, que tem falado sobre menos política e mais empatia, afirma que o slogan é uma provocação, mas não é uma negação da política. Ao contrário, ele afirma querer resgatar o verdadeiro sentido da palavra, que vem do termo grego Polis, que significa diverso, diferente, múltiplo. “Quando pedimos menos política, nos referimos ao ‘jogo de poder’, uma disputa tão acirrada que pode atingir níveis como o que estamos vivendo. A política está dividindo amigos, famílias, casais. A política está matando pessoas pela simples razão de termos visões de mundo, ideologias contrárias. O movimento autista e da pessoa com deficiência tem muito a ensinar nesse momento muito radicalizado”, acredita.

Direitos pouco assegurados

Apesar de garantido em lei, a inclusão do autista em sala de aula de ensino regular, com acompanhamento adequando, não é uma realidade em Minas Gerais. “Nós vemos professores se esforçando para acolher esses alunos, mas a escola não é capacitada e não conta com estrutura, mas com salas lotadas e nenhum recurso. Como o aluno autista vai aprender as matérias se não senta, não olha, não imita, não tem coordenação?”, questiona.

Ainda sobre a falta de estrutura, Daniel lembra que os medicamentos receitados para as crianças autistas são regulamentados pelo Ministério da Saúde e a distribuição está atrelada a determinados Códigos de Doença (CID). Na rede municipal, há, por exemplo, o risperidona, que é disponibilizado àqueles que tenham a receita médica e o CID que identifica o autismo. Mas existem outros medicamentos que são associados, como a ritalina, que é destinado a quem tem Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), que são entregues na rede, com laudo e receita. “Temos pouquíssimos medicamentos que são entregues pelo poder público e isso é uma defasagem, porque a ordem médica é uma e o que a rede disponibiliza, é outra. Os medicamentos são mais uma dificuldade encontrada pela família autista”, conclui Daniel.

Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
MAK SOLUTIONS MAK 02 - 728-90

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Jorge

23 de julho, 2022 | 22:59

“A verdade é dita não há respeito aos autistas desde o poder público com as terapias e remédios que não tem, até o mesmo os alunos que estão no ambiente de sala de aula sem o silêncio necessário no período da aula.”

Envie seu Comentário