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25 de julho, de 2022 | 13:06

Somente 27% das mulheres negras têm acesso ao pré-natal, aponta pesquisa

Fernando Frazão/Arquivo/Agência Brasil
O racismo e a desigualdade social são barreiras enfrentadas por mulheres negras, que precisam de estímulo no combate ao racismo na área de saúdeO racismo e a desigualdade social são barreiras enfrentadas por mulheres negras, que precisam de estímulo no combate ao racismo na área de saúde

O 25 de julho é o Dia da Mulher Negra, Latina e Caribenha. A data é um símbolo de resistência das mulheres negras, e foi instituída em 1992 no primeiro Encontro de Mulheres Afro - latino- americanas e Afro - caribenhas, na República Dominicana. O acontecimento surgiu para dar visibilidade à luta das mulheres negras contra opressão de gênero, a exploração e racismo.

O racismo e a desigualdade social são barreiras enfrentadas por mulheres negras, que precisam de estímulo no combate ao racismo na área de saúde. De acordo com dados do Ministério da Saúde, apenas 27% das mulheres negras têm acesso ao pré-natal.

Membro da CNTEGO e Obstetrícia da Febrasgo (Federação Brasileira de Ginecologia Obstetrícia) e da SOGORN (Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio Grande do Norte), a médica Ana Cristina Fernandes explica que a relação médico-gestante é fundamental, principalmente, em meio a tantas informações disponíveis.

“A assistência pré-natal é uma assistência preventiva e terapêutica, pois visa manter o bem-estar durante todo o período gravídico, culminando com assistência ao parto adequado e menores índices de morbidade e mortalidade materno-fetal. Em seu conjunto, envolve avaliação clínica e procedimentos complementares de laboratório e imagem direcionados ao binômio materno-fetal”.

As consultas de pré-natal devem começar logo que o casal deseje engravidar. Nessa consulta, vão ser discutidas dúvidas e verificados a presença de doenças prévias ou condições que possam oferecer risco à sua gestação e ao seu bebê. São avaliados o uso de medicações para evitar doenças no feto, e abolir maus hábitos na gravidez.

Quantas consultas devem ser realizadas?

A obstetra da Febrasgo esclarece que “devem ser feitas no mínimo no mínimo seis consultas pré-natais ao longo da gravidez, mas o ideal é que haja consultas mensais até o sétimo mês de gestação, depois quinzenais e, chegando perto do parto, após o oitavo mês, essas consultas devem se tornar semanais. O agendamento pode se adequar às condições e complicações maternas.

Que transformações acontecem durante a gravidez?

Modificações físicas, psicológicas, metabólicas e endócrinas muito importantes, que devem ser avaliadas e acompanhadas durante toda a gravidez.

Durante a consulta pré-natal, é realizada anamnese e exame clínico geral, avaliando as modificações e adaptações do corpo da gestante, avaliação de risco gestacional e prevenção de intercorrências mórbidas para o binômio materno-fetal. São verificados os batimentos cardíacos do bebê e a pressão arterial, o incremento de peso e acompanhado as queixas comuns da gravidez, estando atento às intercorrências, ao histórico da paciente e às mudanças relatadas.

Quais exames são solicitados durante o pré-natal?

Os exames pré-natal devem ser realizados ao longo da gestação e, em cada consulta, existe uma sequência de procedimentos que o médico irá garantir que a mãe e o bebê estejam saudáveis.

Exames de sangue também são solicitados para avaliar o tipo sanguíneo, hemograma e o controle da glicemia, afastando riscos de diabetes gestacional e também para verificação de doenças infectocontagiosas, como sífilis, toxoplasmose, hepatite B e C, rubéola e HIV. Essas doenças devem ser observadas, pois podem levar a sequelas para o bebê. São realizados exames de ultrassonografia, onde o mínimo indicado são dois exames de ultrassom: um logo no início da gestação, no primeiro trimestre e o outro, entre 20 e 24 semanas. Esses exames conferem se a morfologia e o crescimento fetal estão dentro da anormalidade enfatiza a Dra. Ana Cristina.
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