26 de julho, de 2022 | 07:10

Cenário de inflação alta deve continuar, no mínimo, até as eleições

O preço dos alimentos é um dos responsáveis por contribuir para manter essa inflação alta, assim com os combustíveis

Anderson Figueiredo
Adilson Suda destacou que a escalada da inflação não ocorre somente no  Brasil, mas no mundo inteiro Adilson Suda destacou que a escalada da inflação não ocorre somente no Brasil, mas no mundo inteiro

A redução da inflação é algo esperado por muitos brasileiros, principalmente, por aqueles que enfrentam dificuldades em pagar por produtos e mercadorias essenciais com preços altos, como os alimentos. No entanto, esse cenário deve perdurar, no mínimo, até a eleição deste ano. É o que acredita o presidente da cooperativa Consul, Adilson Suda. Em entrevista ao Diário do Aço, ele avaliou o cenário econômico e destacou os impactos causados pela alta inflação.

O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (25) pelo Banco Central (BC), aponta que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o principal índice de inflação no Brasil, deve fechar o ano em 7,3%. O preço dos alimentos é um dos responsáveis por contribuir para manter essa inflação alta, assim com os combustíveis.

Conforme o presidente da Consul, a alta do preço dos alimentos impacta a todos, principalmente o brasileiro, que já tinha acostumado com inflação abaixo de dois dígitos, o que trazia um conforto. “Essa escalada da inflação ao longo do ano não é só brasileira, é mundial, e traz um problema muito sério, principalmente para o pequeno varejista. Hoje nós estamos vendo uma invasão muito grande dos atacarejos, que são grandes formatos. Então eles levam vantagem em termos de escala. Então temos que nos reinventar para continuar sobrevivendo nesse mercado”, afirmou.

Duração do cenário
O presidente da entidade cooperativa também afirmou que os governos federal e estadual zeraram alguns impostos, com o objetivo de tentar manter a inflação estável, mas não foi possível reverter tal cenário. “No entanto, enquanto esse fenômeno estiver ocorrendo de maneira mundial, nós ainda vamos sofrer um pouco com a inflação. E esse ano é conturbado porque vamos ter eleição até outubro, se tiver segundo turno (30/10), vai até novembro. Então essa escalada da inflação pode até perder intensidade, mas ainda vai continuar ao longo do ano”, salientou.

Previsão
Segundo o BC, a previsão para o IPCA está em alta há 16 semanas seguidas. Há quatro semanas, previa-se alta de 4,91%. Na semana passada, a previsão estava mais alta, em 5,2%, percentual que ficou ainda mais alto nesta semana, com o boletim projetando que o índice fechará 2023 em 5,3%.

Dólar
Com relação à cotação do dólar, a taxa passou de R$ 5,13 para R$ 5,20. A alta nas projeções para a moeda estadunidense foi observada também para os próximos anos. Há uma semana, estava em R$ 5,10 para 2023, passando para R$ 5,20, conforme pesquisa.

Boletim
O Boletim Focus é uma publicação semanal que reúne a projeção de cerca de 100 instituições do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do país.
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