28 de julho, de 2022 | 15:00

Fundão partidário é mais um dos muitos absurdos do período eleitoral 

Antonio Tuccilio*

Uma das notícias que mais me causou tristeza e espanto nos últimos dias foi a de que o Brasil voltou para o mapa da fome. Cerca de 33 milhões de pessoas não têm o que comer no país. E, mesmo assim, o fundo eleitoral é um dos maiores de toda a história. São R$ 4,9 bilhões! Enquanto os candidatos esbanjam suas elaboradas campanhas feitas com todo esse dinheiro, as pessoas morrem de fome. Onde está o bom senso e a empatia?

Isso é uma afronta para o povo brasileiro. Esse dinheiro é nosso. As 33 milhões de pessoas dormem de barriga vazia, mas os políticos estão mais do que prontos para entregar suas promessas vazias em campanhas, alegando que conseguem resolver todos os problemas existentes.

“Enquanto os candidatos esbanjam suas elaboradas
campanhas feitas com todo esse dinheiro, as pessoas
morrem de fome. Onde está o bom senso e a empatia?”


Para quem não conhece o ‘Fundão Eleitoral’ em detalhes, ele é dividido entre os partidos, mas não é uma divisão igualitária. Por exemplo, o União Brasil receberá R$ 782,5 milhões, seguido do Partido dos Trabalhadores, que embolsará R$ 503,4 milhões. Gostaria de compartilhar detalhes de como todo esse dinheiro pode ser gasto. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os candidatos à presidência terão R$ 132 milhões a disposição para a campanha.

Já os deputados, os limites de gastos subiram para R$ 3,1 milhões essa eleição. Os estaduais possuem um valor mais “modesto”: R$ 1,6 milhão. No estado de São Paulo, os candidatos ao senado terão o limite de gastos de R$ 7 milhões. Para governadores estaduais, R$ 26,5 milhões logo no primeiro turno e R$ 13,2 milhões no segundo.

“As 33 milhões de pessoas dormem de barriga vazia, mas
os políticos estão mais do que prontos para entregar
suas promessas vazias em campanhas, alegando que
conseguem resolver todos os problemas existentes"

 
30% do valor do Fundo é destinado para candidaturas femininas. Isso é um reflexo da Emenda Constitucional 117, de abril deste ano, que institui que os partidos políticos devem direcionar, no mínimo, 30% de seu Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) e seu tempo de propaganda eleitoral em rádio e TV às suas candidatas. Candidaturas a deputados federais homens terão 29,41% da cota total, que é de R$ 499,6 milhões.

Sabemos que, com a inflação, os custos aumentaram – inclusive o valor para realizar as campanhas eleitorais. Agora, quase R$ 5 bilhões destinados somente para essa finalidade? É um completo absurdo. Esse valor poderia alimentar milhões de famílias durante muito tempo. Ao invés disso, financiará mais promessas vazias.

*Presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos (CNSP) 

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Comentários

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Tião Aranha

28 de julho, 2022 | 16:51

“A doença do espírito é um sintoma dos nossos tempos. O maior crime que se comete é gastar bilhões de reais com propagandas enganosas enquanto milhões de pessoas morrem de fome. Nada me convence que existe essa tal de Democracia. Risos.”

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