05 de setembro, de 2014 | 07:01

Adolescentes acusados de crime brutal em Timóteo

Dupla assassinou de forma brutal outro adolescente de 15 anos, no bairro Recanto Verde


Atualizada em 06/09 14h

 

TIMÓTEO – Foi encaminhado ao Ministério Público de Timóteo um dos adolescentes envolvidos em um brutal assassinado registrado no bairro Recanto Verde. O menor de idade, juntamente com outro adolescente, confessou que participou do assassinato de um menino de forma cruel, a facadas e pedradas e escreveu nas costas da vítima, as iniciais de uma gangue, com sangue. A motivação ainda é apurada. Havia ainda um terceiro envolvido, que foi morto neste sábado, 06/09 Veja: Timóteo tem o segundo homicídio em menos de 24 horas .

 

O crime foi descoberto por volta das 19h30 de quinta-feira (4) na rua Sibipiruna, na área da biquinha, do bairro Recanto Verde. O caso veio à tona depois que policiais receberam a informação segundo a qual dois menores de idade mataram o adolescente Rubens Cesar Martins Junior, de 15 anos, residente na rua Mamona.

 

Policiais foram à residência de Rubens Júnior e a mãe dele não soube informar o seu paradeiro. Relatou que o filho saiu à tarde e havia horas que não o via. Em seguida, os policiais foram à casa do primeiro adolescente de 16 anos, apontado como suspeito de autoria do crime. Ele não se encontrava em casa. Minutos depois de a equipe saiu do local, o pai dele telefonou para os policiais e informou que o menor de idade havia acabado de chegar.

 

A equipe retornou ao endereço e o caso começou a ser esclarecido, de forma surpreendente. Em conversa com os policiais, o adolescente confessou que sabia do assassinado de Rubens Júnior. Contou que outro adolescente de 16 anos o pediu para que chamasse Rubens para a área da biquinha, onde fariam uso de maconha. Para a polícia, o convite para “puxar o fumo”, escondia outra intenção, a de um assassinato. 

 

Sangue como tinta

Wellington Fred


homicídio rubens timóteo


Na companhia do adolescente e do pai dele, os policiais seguiram em diligência para o local do crime. Nas proximidades foram encontrados um boné e um par de chinelos, com manchas de sangue. O adolescente disse que pertenciam ao seu amigo.

 

Nas proximidades, a equipe encontrou o corpo de Rubens caído no meio do mato e com as iniciais "OCL" escritas com sangue nas costas. Para a polícia, essas letras significam "Organização Criminosa do Limoeiro". 

 

O cabo PM Jaire explica que alguma rixa por causa da organização criminosa pode ter motivado o homicídio, situação que ainda será apurado. “O que sabemos é que até então eles eram amigos, e por isso mesmo foram fumar maconha juntos em um local isolado”, afirmou. 

 

Brutalidade

 

A perícia da Polícia Civil constatou que Rubens apresentava vários cortes na cabeça, braços e pernas, e que, provavelmente, fora morto com facão e pedradas. O cabo Jaire acrescentou que o local em que Rubens foi assassinado é comumente utilizado por usuários e traficantes de entorpecentes. 

 

Em rastreamento para localizar e apreender o outro adolescente envolvido no crime, policiais descobriram que o suspeito foi visto no hospital São Camilo Timóteo com um corte profundo em uma das mãos e, em seguida, foi transferido para o hospital São Camilo Fabriciano. Uma equipe do 58º Batalhão da PM verificou que o adolescente foi atendido e depois liberado, no começo da noite, quando foi levado para uma casa no bairro Nossa Senhora do Carmo. O jovem ainda é procurado.

 

Já o primeiro adolescente recebeu atendimento médico, também por causa de um corte de menor gravidade em uma das mãos, e depois foi encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil. Ele afirmou que não teve participação do crime, mas sabia da intenção do comparsa.

 

“O menino me chamou pra ir lá com ele e levar o Rubens Junior. Ele me chamou pra subir e enrolar a vítima, mas eu não quis, fiquei lá embaixo. Os dois subiram e depois o menor desceu e falou que tinha feito o serviço. Eu vi ele subindo, mas não ajudei a matar. E nem chamei Rubens Junior, quando cheguei na Biquinha ele já estava lá. Cortei a mão na casa da minha cunhada, picando banana. Não participei de crime nenhum. Nem conhecia Rubens Junior. Eu não tô arrependido porque eu não fiz nada, mas dá remorso”, afirmou.

 

O adolescente foi encaminhado ao Ministério Público de Timóteo e aguarda a decisão do Poder Judiciário para uma possível internação. 
Wellington Fred


local assassinato Rubens junior recanto verde Timóteo


 

Novos, mas com extensa ficha criminal 

 

O comandante da 85° Companhia da PM de Timóteo, capitão Luiz Magalhães, informou ao DIÁRIO DO AÇO que todos os adolescentes envolvidos no crime, tanto autores quanto vítimas, possuem passagens pela polícia.

 

“É de se chatear uma situação dessas, porque os envolvidos já foram abordados diversas vezes. Passaram por acompanhamento, por medidas socioeducativas, por trabalhos de prevenção e, no fim, eles acabam dessa forma, matando ou morrendo. O adolescente apontado como autor foi apreendido no fim de agosto. Ele tem diversas passagens pela polícia, e, inclusive, já ameaçou policiais, foi flagrado com drogas, tem envolvimento em crimes contra o patrimônio e contra a vida. O Rubens era um pequeno traficante, mas tinha envolvimento com furtos e arrombamentos”, explicou.

 

O comandante ainda acrescentou que o local em que o crime ocorreu já foi palco de outros homicídios. “Já foram registrados outros homicídios naquele setor, que compreende 5 ou 6 bairros. Mas a polícia não deixa de atuar naquela área, fazendo operações e abordagens”, afirmou.

 

População pede socorro

 

Nas mídias sociais, a população do município de Timóteo cobra melhorias na segurança pública, principalmente no que diz respeito a operações em combate ao crime organizado. O assassinato brutal de Rubens Júnior foi a segunda notícia mais comentada e compartilhada no Portal Diário do Aço hoje e só perde, na semana, para a repercussão do assalto simultâneo, executado por um bando bem articulado no bairro Horto, em Ipatinga.

 

Com o assassinato de Rubens, Timóteo chegou a 15 homicídios em 2014. Número superior ao mesmo período do ano passado, em que 8 pessoas foram assassinadas até setembro. O ano passado fechou em dezembro com 16 assassinatos.

 

Questionado sobre o trabalho da Polícia Militar no combate ao crime, o comandante da 85ª Cia PM explicou que, dos homicídios registrados este ano, em apenas dois ou três os autores não foram presos ou identificados.

 

“Não chegamos a uma elucidação preliminar, ou seja, a prisão ou a identificação dos autores, em apenas dois ou três desses crimes. Os roubos nós também identificamos quase todos os autores, se não no momento do fato, dias depois. Então, o que podemos fazer, como operações e abordagens, nós fazemos, mas algumas intervenções estão ao alcance também do judiciário”, concluiu.  

 

OUTRO CRIME BRUTAL EM TIMÓTEO:

 

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