18 de janeiro, de 2015 | 18:23
Rodovia fechada em protesto
Moradores prometem novas ações pedindo justiça por tragédia e mais segurança
BELO ORIENTE - Após o sepultamento das vítimas do acidente no KM 63 da MG-758, trecho entre Belo Oriente e Açucena, populares fecharam a estrada por cerca de uma hora.
Durante todo o fim de semana, grupos de moradores de Belo Oriente e do distrito de Perpétuo Socorro organizaram protestos ao longo desta semana que começa. Eles não descartam fechar o trânsito na BR-381 e na MG-758, em protesto à falta de segurança e pela prisão do condutor do carro envolvido na tragédia da Vila Gomes.
Ontem, na manifestação, os populares foram alertados que existem uma ordem judicial que proíbe os moradores ao longo da MG-758 de fazerem bloqueios na rodovia. A Justiça da Comarca de Açucena decidiu, em 2013, que os constantes protestos que os moradores faziam eram ilícitos e, hoje, qualquer pessoa que fechar a rodovia pode ser preso.
Advogado faz contato
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar responsabilidades na tragédia em Belo Oriente. O delegado responsável pelo caso, Thiago Alves Henrique, informou à imrensa na manhã de hoje que o advogado de Newton Paiva da Silva, de 55 anos, fez contato com a Polícia Civil, manifestando interesse do suspeito se entregar.
Newton conduzia o Ford Fusion que provocou a tragédia na noite de sexta-feira, quando, descontrolado, invadiu o acostamento da MG-758 na Vila Gomes, matou seis pedestres que estavam sentados à beira da estrada e deixou feridas outras quatro pessoas, passageiras do carro.
No entanto, o delegado quer ouvir Newton Paiva somente depois de colher os depoimentos de moradores da Vila Gomes. O delegado afirma que vai esclarecer, primeiro como aconteceram o fatos para depois saber a versão do motorista.
Pedido de Justiça
Ivani Simões, que perdeu uma irmã, uma sobrinha, uma vizinha e uma madrinha no acidente, disse que estava assustada porque nenhum representante do empresário responsável pelo acidente apareceu para perguntar se a família precisava de algo. Ela afirma que muitas pessoas estão dizendo que foi uma fatalidade, mas não foi, foi uma irresponsabilidade, um crime.
Hoje, nenhum representante político do município veio aqui procurar a família. E onde está o responsável por essa tragédia? Se fosse um pobre coitado, já estaria preso, na cadeia. Infelizmente temos uma lei que não olha uma situação como essa”, desabafou.
José Ferreira, que perdeu mulher, filha e irmão no acidente, acompanhou, firme, o sepultamento dos familiares. Não sei como vou recomeçar a vida. Tenho que tocar a vida pela frente. Esperamos por justiça. A esperança de todos é que esse crime não fique impune”, concluiu.
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