12 de abril, de 2015 | 00:05

“Sou um cidadão e fui desrespeitado”

Estagiário de Direito alega que foi confundido com homem que fugiu de blitz e abordagem acabou em conflito


IPATINGA - Estagiário de Direito, Vilmar Ribeiro da Silva, 48 anos, alega que foi vítima de excessos e abuso de autoridade em uma abordagem policial ocorrida na semana que passou. O comando da PM informa que já apura se, de fato, houve excesso na conduta dos policiais. Vilmar esteve na redação do Diário do Aço na sexta-feira, 10, para relatar que estava nas proximidades da feira atacadista do Ipatingão, para onde se dirigia após estacionar sua motocicleta, uma Honda CG 125, com a intenção de se alimentar em uma das barracas de comidas típicas ali existentes.

Por volta das 15h30, foi abordado por um cabo da Polícia Militar, que atua no patrulhamento com motocicletas (Giro). Afirma o denunciante que o policial o acusou de ter fugido de uma blitz. A vítima nega que tivesse passado por qualquer operação policial antes de chegar ao Parque Ipanema. 

Diante da negativa, os ânimos esquentaram. Vilmar alega que foi chamado de “negão” e “macaco”. Também afirma que o policial, ao ver uma carteira da Ordem dos Advogados do Brasil, própria de estagiários de Direito, o acusou de usar documento falso. Vilmar acrescentou que também se identificou como pastor evangélico e, ainda assim, não foi ouvido.

O militar chamou reforço policial e relatou a versão do ocorrido para outro cabo, que saiu em defesa do colega de farda. “Disseram que ainda vão me pegar, repetiu que sou negão e que moro no bairro Planalto e lá só tem vagabundo”, reclamou.

Vilmar relata que, mesmo após a comprovação, no sistema informatizado, que a carteira da OAB era autêntica, os policiais mantiveram uma série de acusações e anunciaram que iriam denunciá-lo por falsidade ideológica.
 

Uma terceira equipe foi chamada e ele acabou levado à Delegacia da Polícia Civil, onde ficou detido até por volta da meia-noite. E disse que saiu sem ser ouvido pelo delegado de polícia. Somente na sexta-feira, conseguiu registrar queixa na Depol.

Vilmar explica que é habilitado, não fugiu de blitz e foi agredido na frente de várias pessoas. “Foi um desrespeito com um cidadão que paga seus impostos em dia, tem uma vida de trabalho e não deve nada. Eu estava trabalhando para o escritório de advocacia em que presto serviços como estagiário. Parei para fazer um lanche e sofri uma humilhação que nunca antes tinha visto”, lamentou.

Questionado se pretende procurar a PM para registrar uma reclamação, disse que vai aguardar o que o delegado da PC fará com sua queixa, para saber onde será a representação contra os policiais, que estão todos identificados. Os nomes não serão divulgados até que o caso esteja apurado. “Quero a reparação porque outras pessoas podem estar passando pela mesma situação e ficam com medo de denunciar. Aliás, eles me ameaçaram, para que não fizesse qualquer coisa. Reconheço a importância da polícia, mas não podemos nos calar diante de arbitrariedades como essas”, concluiu.

Apuração

O capitão PM Ademir Dias comanda o policiamento na 82ª Companhia da Polícia Militar, responsável pela atuação dos policiais na área onde houve a abordagem a Vilmar Ribeiro da Silva. O oficial informou que já está em andamento a apuração do caso. “É uma denúncia grave. Precisamos ter mais clareza das alegações do ofendido e abertura do direito de defesa dos acusados. A Polícia Militar não coaduna com procedimentos irregulares”, advertiu.

Ademir Dias afirma que a abordagem policial a pessoas suspeitas é sempre um momento tenso, mas os policiais são treinados com técnicas para que mantenham a tranquilidade e procedam dentro do que permite a legislação em vigor.

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